terça-feira, 19 de julho de 2016

Dois médicos e dois atendentes são denunciados por homicídio culposo

O promotor de Justiça Saulo de Castro Bezerra ofereceu denúncia contra os médicos Juliana Alves Braga de Sá e Rafael Haddad e os atendentes Keile Cristina Batista Nunes e Juliano Gervásio de Souza pelo crime de homicídio culposo contra Eduarda Lia Barbosa Martins, de 5 anos. Foi pedido ainda o aumento da pena em terço, pelo crime ter sido resultado de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 
Segundo apurado, no dia 5 de julho de 2008, Eduarda morreu na UTI do Hospital e Maternidade São Lucas, no Centro de Goiânia, em virtude de insuficiência respiratória e edema agudo pulmonar, após uma sequência de erros de encaminhamento, diagnósticos e terapia médica adotados pelos denunciados. Para o promotor, eles agiram com negligência e não observaram o dever de cuidado com a vítima e deixaram de adotar os procedimentos recomendados ao caso.
Saulo de Castro esclarece que Juliano e Keile trabalhavam no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e exerciam funções em locais estratégicos como a recepção, triagem e encaminhamento de pacientes emergenciais. O promotor destaca que, juntos, os denunciados também participavam de um esquema de burla à concorrência entre as várias UTIs privadas para recebimento de pacientes particulares ou assistidos por planos de saúde.
No dia dos fatos, Eduarda teve um mal súbito no Parque Vaca Brava e foi atendida inicialmente pelo SAMU e, em seguida, encaminhada ao Hugo, quando Keile e Juliano constataram a necessidade do atendimento em UTI, em razão da gravidade do caso. Keile, então, verificou que a menina era segurada do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) e, por telefone, “ofereceu” a paciente a Haddad, medida reforçada por Juliano, que também participou da negociação.
Embora cientes da gravidade do quadro clínico e sabendo que a UTI, de propriedade de Haddad, em funcionamento no Hospital e Maternidade São Lucas, não contava com pediatra no momento, nem aparelhos próprios e adequados, fizeram a transferência da criança, de forma negligente e sem observar o dever de cuidado com a vítima. Ao chegar no hospital, a paciente foi recebida pela médica geriatra Juliana Alves, chefe da unidade naquela ocasião, que não fez qualquer menção sobre a capacidade de prestar assistência médica a Eduarda, que chegou entubada e com o quadro agravado.
A menina foi atendida de forma improvisada por profissionais de outras áreas, tendo Juliana deixado o local no decorrer da emergência, ignorando a gravidade do caso. Assim, quase duas horas depois do atendimento inicial na UTI de Haddad, a paciente continuou sem assistência de pediatra até a morrer por insuficiência respiratória e edema agudo pulmonar.
Representação 
Saulo de Castro adianta que vai representar os denunciados no Conselho Regional de Medicina e no Conselho Regional de Enfermagem, relatando os graves fatos da denúncia criminal, para as providências cabíveis.
(Cristiani Honório / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)

MAIS UMA OPERAÇÃO DA PF EM GOIÁS E CALDAS NOVAS EM ALERTA TOTAL

PF deflagra operação para combater esquema de fraudes previdenciárias em Goiás
Operação Segundo Princípio cumpre 45 mandados judiciais, sendo 28 de condução coercitiva e 17 de busca e apreensão, em Goiânia, Santa Bárbara, Trindade, Senador Canedo, Indiara, Cachoeira de Goiás e Terezópolis.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (19) a Operação Segundo Princípio, com o objetivo de combater esquema de recebimento irregular de benefícios previdenciários.
Segundo a PF, cerca de 150 policiais federais estão dando cumprimento a 45 mandados judiciais em todo Estado. Dos mandados, 28 são de condução coercitiva e 17 de busca e apreensão, em Goiânia, Santa Bárbara, Trindade, Senador Canedo, Indiara, Cachoeira de Goiás e Terezópolis.
De acordo com a polícia, os integrantes da quadrilha fraudavam benefícios para ex-funcionários de uma concessionária estatal de transporte coletivo da capital.
A investigação começou após denúncia recebida da Ouvidoria-Geral da Previdência Social. Na denúncia, foram listados 32 nomes de titulares de benefícios. A polícia constatou irregularidades entre os dados de quem trabalhava na estatal e quem era beneficiário. Em um dos casos, um motorista aposentado da empresa trabalha atualmente como taxista, em Goiânia.
Os investigadores estimam que a quadrilha atue há mais de 15 anos. Ainda de acordo com a polícia, os investigados responderão pelos crimes de estelionato, falsificação de documento público, falsidade ideológica e uso de documento falso.

Dois suspeitos de assalto a quartel da PM em Jampruca são mortos em Governador Valadares

Houve toca de tiros e dois dos criminosos morreram baleados. Pelos primeiros levantamentos, os homens seriam os autores da invasão à unidade da PM na cidade de Jampruca na noite da quinta-feira (14/7), quando fizeram reféns dois militares e a família de um deles, para roubar armas da corporação.
Outros dois homens conseguiram fugir em meio a um matagal e equipes da PM fizeram um cerco no local. Eles teriam sido baleados e unidades de saúde da região foram alertadas caso busquem socorro. Porém, há suspeitas de que todos foram mortos, somando quatro óbitos. A polícia não divulgou os nomes dos mortos que chegaram a ser socorridos. Um deles foi identificado provisoriamente como Roberto Santanna.
No ataque em Jampruca, a suspeita era de que os criminosos renderam os PMs para roubarem uma agência bancária. De acordo com a Polícia Militar, os bandidos invadiram a casa de um cabo reformado da PM, renderam sua família e roubaram uma arma. Em seguida, obrigaram o militar a levá-los à casa do comandante do grupamento da cidade, que também teve sua arma e R$ 7 mil reais levados. Eles exigiram, ainda, que o comandante chamasse os demais policiais do município para que fossem até a sua casa.
Com a chegada da equipe, houve troca de tiros entre os criminosos e os militares. Os bandidos levaram reféns o cabo reformado e o comandante até o quartel da cidade, onde pegaram outras armas, para em seguida fugirem no sentido do povoado de São Vitor. Desde então foi montada uma caçada aos suspeitos dos crimes.

Operação Dopamina investiga fraudes de R$ 18 milhões na compra de equipamentos médicos

Neurocirurião do HC, Erich Fonoff, teve mandado de condução coercitiva
A investigação iniciou com o envio de informações, pelo MPF, de que pacientes do SUS atendidos pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo estavam sendo induzidos a acreditar que havia necessidade de realização de cirurgias urgentes para implantes de equipamentos para estímulos do cérebro, sem que esse fato fosse verdadeiro. Os pacientes seriam então induzidos a propor ações judiciais para a compra desses equipamentos. Nos casos em que o judiciário, induzido a erro, entendia haver urgência, a compra dos equipamentos era feita sempre da mesma empresa fornecedora com valores superfaturados. Equipamentos que, de forma regular, custariam cerca de R$ 24 mil eram vendidos por R$ 115 mil.
A investigação apura a realização de cerca de 200 cirurgias, no período de 2009 a 2014, que teriam gerado um prejuízo de cerca de R$ 18 milhões.
Há indicativos, ainda, de pagamento de propina por meio de contratos fictícios de serviços de consultoria médica supostamente prestados por médicos para a empresa investigada e fornecedora dos equipamentos.
Os investigados podem ser responsabilizados pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção e estelionato contra União, cujas penas podem chegar até doze anos de prisão. O nome da operação refere-se ao neurotransmissor dopamina, cuja deficiência está relacionada ao Mal de Parkinson. (PF)

A amizade de oito dias que gerou uma obra de 60 anos

A cruzada teve origem na Fazenda Sirga, a 60 quilômetros de Andrequicé, distrito de Três Marias (MG), onde Manuelzão viveu seus últimos 20 anos. Dez dias depois, o ponto de chegada foi uma fazenda em Araçaí (MG), município vizinho a Cordisburgo (MG), cidade natal de Guimarães Rosa.
A revista Cruzeiro, dos Diários Associados, publicou um relato da expedição na reportagem Rosa e seus vaqueiros, em 21 de junho de 1952. Nas fotos, Manuelzão está entre o grupo. Em sua homenagem, o escritor mineiro escreveu o conto Uma Estória de Amor, do livro Corpo de Baile, que posteriormente foi desmembrado em três volumes: Manuelzão e MiguilimNo Urubuquaquáno Pinhém e Noites do Sertão.
Manuelzão é o protagonista do primeiro volume: após a morte de sua mãe, o vaqueiro resolve atender a um pedido dela para que fosse construída uma capela em suas terras e a obra é inaugurada com uma grande festa. Guimarães Rosa mescla realidade e ficção: assim como o personagem, a capela existe e ao seu lado está o túmulo de sua mãe. Já a festa é romanceada.
Das páginas do conto, Manuelzão se tornou talvez o principal embaixador da obra roseana. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) o homenageou criando o Projeto Manuelzão, destinado à recuperação do Rio das Velhas. O vaqueiro foi a diversos programas de televisão e atuou em uma cena do capítulo inaugural da série Grande Sertão: Veredas, levado ao ar pela Rede Globo em 1985. Morto em 1997, seu enterro mobilizou centenas de pessoas.
Parte desse sucesso é relatado em detalhes pelo jornalista Pedro Fonseca. Sobrinho da última mulher de Manuelzão, ele se afeiçoou ao “tio torto”, como se diz em Andrequicé. Fonseca garante que Uma Estória de Amor é apenas a parte mais evidente da influência do vaqueiro na obra roseana. “Ele permeia toda a obra de Guimarães Rosa. Ele também está emNoites do Sertão e no Grande Sertão: Veredas. O Riobaldo é o Manuelzão, é bem nítido”, analisa Pedro.
Quem conheceu o vaqueiro se surpreende com a exatidão da descrição do personagem por Guimarães Rosa, dando a impressão de um longo convívio, o que não aconteceu de fato. “A convivência deles foi de uns oito dias e nunca mais se viram. Mas uma convivência intensa, dia e noite”, diz Pedro Fonseca.
Mesmo por poucos dias, o sobrinho de Manuelzão diz não estranhar a atenção destacada que o tio recebeu de Guimarães Rosa em meio a um bando de vaqueiros. Segundo o jornalista, ele não passava despercebido. “Em 1989, eu apoiei o Brizola na campanha para presidência da República. O José Maria Rabelo, que era o presidente do PDT em Minas Gerais, me perguntou se eu poderia levar o Manuelzão para um evento com o Brizola em Belo Horizonte. Eu levei e foi uma confusão. Muita gente achou ruim que ele apareceu mais que o Brizola. Era assim: onde ele ia, ele era o astro”, relata.
Em Andrequicé, Manuelzão é conhecido como o cidadão mais ilustre que viveu no distrito. Em torno dele e de Guimarães Rosa se organiza anualmente a Semana Cultural Festa de Manuelzão, cuja edição de 2016 terminou nesse domingo (17). Famoso contador de casos, o vaqueiro está em fotos nas paredes de praticamente todos os bares do pequeno distrito. “Ele era uma pessoa humilde, contadora de casos. Mesmo a figura dele rodando o mundo, ele não se importava com dinheiro. Se convidavam Manuelzão pra um evento em Brasília e perguntavam quanto ele cobraria, ele respondia: ‘nada, estou indo passear’. Manuelzão deixou um legado para Andrequicé”, diz Márcia Alves, dona de um dos bares que homenageiam o vaqueiro personagem.
Essa disponibilidade de Manuelzão foi explorada por muitos, segundo o jornalista Pedro Fonseca. “As pessoas convidavam ele para eventos de empresas onde ele era o astro, lucravam com sua aparição e lhe pagavam apenas uns trocados.”
O Memorial Manuelzão, construído na casa onde ele morou em Andrequicé, reúne pertences pessoais e documentos sobre sua relação com Guimarães Rosa. Assim como o escritor, ele também tem frases marcantes que são citadas pelos moradores: “Não tenho medo da morte porque sei que vou morrer. Tenho medo do amor falso, porque mata sem Deus querer”, dizia sempre.
Livro
Com a autoridade de quem conviveu por 40 anos com Manuelzão, o jornalista Pedro Fonseca decidiu lançar em 2007 o livro O xale de Rosa, para decifrá-lo para além da obra roseada. “No final da vida, ele virou o personagem. Deixou de ser o cidadão e virou o personagem. Mas foi também o que deu uma sobrevida a ele. Ele vivia pelo sucesso. Mas eu me interessava pelo cidadão Manuelzão. Não o personagem.”
Um fato sobre Manuelzão intrigava Pedro: ele não compartilhava as histórias de Dom Silvério (MG), na região mineira da Zona da Mata, onde nasceu. “Ele não falava nada sobre essa época. Dizia que não tinha pai, só mãe. Quando se fixou na fazenda próxima a Andrequicé, levou a mãe para morar com ele, mas não tinha contato com o restante da família. Ficou 60 anos sem visitar sua cidade e quando o fez, foi sozinho, meio escondido”, conta o jornalista. Manuelzão deixou sua cidade natal com 20 e poucos anos, no início da década de 1930. “O sonho dele era se juntar ao bando de Lampião. Quando ele estava em Pirapora (MG), ele recebeu a notícia de que Lampião tinha sido morto. Então, seguiu sua vida no sertão mineiro”.
Para escrever o livro, Fonseca foi à cidade de Manuel Nardi, como se chamava Manuelzão, e descobriu que o sobrenome era de uma família grande e nobre na região. Na cidade, o jornalista passou a investigar que razões levaram Manuelzão a abandonar uma vida relativamente confortável para se embrenhar pelo sertão. Ainda no desafio de decifrar o vaqueiro, o jornalista organizou uma expedição para refazer o percurso trilhado por Guimarães Rosa e seus vaqueiros, respeitando os mesmos pontos de parada. “Nós guiamos 198 cabeças de gado. Eu precisava vivenciar essa experiência para entender como é essa vida de vaqueiro.”
(Agência Brasil)

Mulher é presa após tentar vender a virgindade da filha em Bocaiuva, no Norte de Minas

Uma mulher foi presa na segunda-feira (18/7) após ser denunciada por tentar vender a virgindade da filha, de 14 anos, em Bocaiuva, na região Norte de Minas. De acordo com a Polícia Militar (PM), um denunciante afirma que a adolescente foi oferecida para um vizinho da família.
A mãe, de iniciais L.M.B.S, estaria pedindo ao comprador uma casa em troca da virgindade da filha. De acordo com o boletim de ocorrência, a menor relata que foi obrigada a dormir duas vezes com o vizinho. Como não aconteceu nada, ela foi punida pela mãe.
Ainda de acordo com a PM, um laudo psicossocial comprovou a denúncia. A mulher foi conduzida à Delegacia da cidade para demais providências. (G1/PM)