O PCO (Partido da Causa Operária) condena o brutal ataque dos
sionistas israelenses contra o povo palestino na Faixa de Gaza e apoia a
luta revolucionária da população
Na tentativa de encobrir os fatos, a imprensa burguesa tem tentado
ocultar que os bombardeios realizados pelos sionistas têm atingido de
maneira indiscriminada a população palestina, prédios, casas, escolas e
hospitais. O genocídio, a matança indiscriminada, busca inviabilizar a
sociedade em Gaza por meio da destruição de toda a infraestrutura. Os
sionistas destruíram mais de 130 escolas, a única usina geradora de
energia elétrica, os mais importantes hospitais e inclusive fábricas de
alimentos. A direita sionista tem declarado abertamente que o objetivo é
matar todos os apoiadores do Hamas, ou seja a esmagadora maioria da
população palestina da Faixa de Gaza. Essa política genocida é
exatamente a mesma que foi aplicada nos territórios ocupados na Segunda
Guerra Mundial pela Alemanha nazista.
A máquina de propaganda imperialista tem feito um enorme esforço para
camuflar a política fascista com o objetivo de conter a crise que a
operação israelense começou a deflagrar em vários países do mundo, em
particular entre os povos árabes.
A escalada da agressividade do imperialismo
O imperialismo tem intensificado a agressividade da sua política,
como pode ser visto na Venezuela, Ucrânia, Egito, Síria, Tailândia e, no
geral, em escala mundial. O crescimento da extrema direita é um
fenômeno marcante nos países imperialistas. Há uma clara tendência ao
fortalecimento do fascismo nos países desenvolvidos, como fica evidente
no crescimento do militarismo japonês e alemão, e no triunfo da extrema
direita nas eleições europeias e municipais na Inglaterra e na França.
Este recrudescimento é um resultado direto da crise capitalista. É
preciso fazer com que os povos paguem pelo naufrágio da política
neoliberal e da economia baseada na especulação financeira e na miséria
dos povos. Este objetivo, no entanto, somente pode ser alcançado por
meio da violência crescente, uma vez que o pacto da época neoliberal se
desfez pela pressão revolucionária das massas no mundo inteiro.
A ofensiva israelense na Faixa de Gaza corrobora e acentua essa
caracterização. O massacre contra os palestinos faz parte do panorama
geral de recrudescimento e de combate, de maneira extremamente dura e
brutal, dos opositores aos planos imperialistas no Oriente Médio, região
particularmente estratégica devido à questão do petróleo.
O PCO considera que essa escalada reacionária não representa o
fortalecimento do imperialismo. Ao contrário, trata-se de uma amostra
clara do enfraquecimento. A crise capitalista mundial de 2008 não foi
superada e por tanto, se coloca a necessidade desesperada de atacar com
maior violência as massas trabalhadoras, principalmente dos países
oprimidos, na tentativa de colocar em pé uma nova onda neoliberal,
apesar do colapso total, devido à falta de alternativas.
A ofensiva israelense resulta também de uma momentânea alteração de
forças na região. A Síria era um dos pontos de apoio da resistência
palestina, mas o governo de al-Assad ficou numa posição muito difícil em
função da crise mundial e da intervenção do imperialismo. A monarquia
ultra-reacionária da Arábia Saudita e o imperialismo tentam reacender a
guerra no Líbano onde existe um dos grupos guerrilheiros mais fortes que
atuam na região, o Hizbollah, que está ajudando a resistência armada em
Gaza. O objetivo é encurrala-lo.
O golpe de estado pinochetista no Egito derrubou o “Hamas
egípcio”, a Irmandade Muçulmana, liderada pelo presidente deposto
Mohammed Morsi. Foi um típico golpe militar que o imperialismo procurou
apresentar como uma revolução, mas que, na realidade, levou à
recomposição do principal aliado do imperialismo na região e à formação
do principal bloco reacionário na região, junto com os sionistas
israelenses a os obscurantistas sauditas. A forte repressão no país
levou a que o governo Egípcio tenha se tornado um dos principais pontos
de apoio da ofensiva sionista.
Qual deve ser a posição dos revolucionários diante do genocídio palestino?
A direita mundial apoia os sionistas israelense com a desculpa da
suposta autodefesa contra os “terroristas palestinos”. O tamanho do
massacre revela que não há autodefesa alguma, mas um genocídio em larga
escala contra a população palestina. A extrema direita que aplicar o
sonho do Grande Israel varrendo do mapa os palestinos. Os opressores não
podem se colocar no papel de vítima dos que oprimem.
A posição da esquerda burguesa e pequeno-burguesa é o tradicional
humanitarismo burguês que mal disfarça a sua capitulação diante da
selvageria imperialista e sionista: “Israel tem direito à auto-defesa”;
“é um massacre, um exagero”, “o Hamas é uma organização terrorista e
provocou esta situação”.
O PCO considera que a única política capaz de acabar com o genocídio é
apoiar irrestritamente a resistência palestina, inclusive o direito de
enfrentar, com armas na mão, os sionistas. Qualquer apoio que não se
expresse no apoio ao Hamas em sua luta concreta, que é quem está
encabeçando a resistência contra o massacre, é inócuo e contribui com a
violência sionista. A posição dos revolucionários, e até dos democratas,
deve ser que o Hamas precisa ser apoiado incondicionalmente contra o
estado genocida de Israel, sem condições.
Setores da esquerda dizem que apoiam os palestinos, mas não podem
apoiar o Hamas. É um apoio puramente formal. Na realidade, o que está
acontecendo na Faixa de Gaza, é uma luta de vida ou morte. A causa dos
palestinos somente pode ser defendida apoiando a luta armada dos
palestinos que neste momento, é dirigida pelo Hamas. Da mesma maneira,
se o Al-Fatah está se armando novamente em Gaza, também deve ser apoiado
incondicionalmente, da maneira mais completa e mais profunda possível.
Todas as outras posições favorecem a ofensiva israelense contra a
Palestina.
A posição da esquerda nacional, PT, PSOL, PSTU e outros, é quase
homogênea no sentido de condenar o massacre, sem adotar uma defesa da
revolução palestina contra o Estado sionista. O governo do PT chamou o
embaixador brasileiro em Israel, o que mostra que representa um governo
de esquerda muito moderado, apesar de ter sido um dos pouquíssimos
governos que tomou essa medida. A ala radical da mesma política propõe
romper relações com Israel. Embora tais posições sejam corretas, estão
muito longe de representar uma posição revolucionária, e pouco se
diferencia das políticas de vários países imperialistas. A política
internacional dos revolucionários deve se concentrar em dar apoio à
resistência contra os sionistas israelenses. O único poder que pode
derrotar Israel é a revolução palestina, árabe e mundial.
O PCO considera que no Brasil, a tarefa colocada para os
revolucionários é mostrar à classe trabalhadora que os palestinos estão
lutando contra o inimigo principal, o imperialismo. É preciso dar uma
resposta ativa e revolucionária para derrotar a ofensiva israelense. A
maior contribuição que a classe operária pode dar é lutar contra o
imperialismo no Brasil.
O PCO considera o Estado de Israel como um enclave imperialista no
Oriente Médio, uma arma apontada para a cabeça de todos os povos árabes.
Por meio do estabelecimento de uma sociedade judaica e religiosa na
Palestina, o imperialismo criou um instrumento de guerra permanente
contra os países árabes em seu conjunto. Quando o PCO considera que
Israel é um enclave do imperialismo não estamos levantando uma palavra
vazia, mas o conteúdo social. Uma política de um conjunto de monopólios
econômicos, bancos, industrias armamentistas. Israel é uma base de
operações militares a serviço dos monopólios, em primeiro lugar o
petróleo.
O PCO defende a destruição do estado de Israel, estado religioso e
ditatorial a serviço do imperialismo. Essa palavra de ordem precisa ser
defendida por todos os revolucionários e democratas. A direita deturpa
essa posição dando a entender que o objetivo seria massacrar a população
israelense. De fato, se trata de destruir o estado sionista, por meio
de uma revolução, para dar lugar ao estabelecimento de um estado
democrático, multinacional, com tolerância religiosa, laico, onde possam
participar em pé de igualdade todas as nacionalidades. Nós acusamos a
política bárbara de Israel de ter como efeito secundário, mas
importante, alimentar o antissemitismo e colocar em risco aqueles que
são implicados ou envolvidos por ela sem ter qualquer interesse real
nessa política.
O apoio ao direto da autodeterminação dos povos é a posição
tradicional da classe operária socialista internacional. Leon Trotski
disse que na luta entre um país atrasado e o imperialismo o que importa
são as classes sociais e não a ideologia que expressa de uma forma ou de
outra os interesses dessas classes sociais. O imperialismo
“democrático”, representante dos grandes monopólios e bancos, representa
a opressão máxima de todos os povos do mundo, inclusive do nosso país.
O imperialismo é a força mais reacionária que existe no mundo. Se
apoia nos setores mais reacionários da burguesia mundial. Por exemplo, a
ditadura militar no Egito não representou absolutamente nenhum avanço
em relação à Irmandade Muçulmana. A vitória do Hamas só pode ser uma
vitória revolucionária que levaria inevitavelmente o povo a ultrapassar
as limitações. A vitória da direita religiosa israelense levaria a um
enorme retrocesso. Por esse motivo, os revolucionário nunca devem se
colocar do lado do imperialismo.
As tropas israelenses se retiraram da Faixa de Gaza depois de dois
mil mortos, dezenas de milhares de feridos e desabrigados que são agora
obrigados a enfrentar uma enorme destruição social e econômica. Isso se
deu pela crescente revolta nos países árabes e no mundo em geral que
obrigou o imperialismo a pressionar o sionismo para fazer uma pausa.
Denunciamos, no entanto, que a política do Estado sionista de genocídio e
extermínio da população palestina se mantém e que é preciso manter a
mobilização internacional contra esta política criminosa.
São Paulo, 5 de agosto de 2014
Direção Nacional do Partido da Causa Operária