quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

CUIDADO COM O REFRIGERANTE


5 motivos para largar o refrigerante
(Fonte da imagem: Divulgação/PepsiCo)
O refrigerante pode ser tão viciante para algumas pessoas, que até mesmo o simples som da latinha sendo aberta já é o suficiente para que a boca se encha de água. Mas infelizmente o que a bebida faz no seu organismo não é nada parecido com o sabor apresentado. Confira agora quais são as principais razões para que você deva parar de tomar – ou pelo menos diminuir o consumo – de refrigerantes. Acredite: sua saúde agradece.

1. Quanto açúcar, quanta gordura

O que mais existe em um copo de refrigerante é açúcar. O maior problema disso é que esse tipo de substância faz com o que corpo entenda que está sendo nutrido (o que não acontece de verdade) e libere enzimas que podem catalisar a energia proveniente do “alimento”. Como não há nada de nutritivo, o açúcar é armazenado como gordura e o organismo ainda perde vitaminas e minerais.

2. Diet é uma mentira

Você pode até acreditar que os refrigerantes dietéticos foram feitos para quem quer emagrecer, mas a ciência diz que o que acontece é exatamente o oposto. Conforme mostrado nesta notícia do Tecmundo, os refrigerantes “Zero” e Light possuem substâncias que imitam o açúcar, fazendo com que o organismo compreenda que a glicose está sendo absorvida.
5 motivos para largar o refrigerante
(Fonte da imagem: Reprodução/DocaKilah)
O problema é que, como isso não acontece realmente, o corpo humano faz com que o consumo de açúcar seja compensado em seguida, o que pode causar uma ingestão exagerada de açúcar, uma vez que a necessidade precisa ser suprida rapidamente.

3. A toxicidade das latinhas

Latinhas de refrigerante não são completamente isoladas do líquido. Por serem revestidas com uma resina chamada bisfenol (a mesma substância que contaminou boa parte do dinheiro brasileiro), as peças metálicas podem aplicar um efeito diretamente em disfunções hormonais que influenciam desde a obesidade até a ocorrência de câncer.

4. Cafeína demais, pressão demais

Você sabe quais são os tipos de refrigerantes mais consumidos no Brasil? São os que possuem base em cola ou guaraná. Isso significa que o consumo de cafeína (algo em que ambos são muito ricos) é enorme por todos aqueles que bebem refrigerantes. Pela substância ser responsável por dilatações dos vasos sanguíneos, excitação e liberação de adrenalina, o aumento da pressão arterial está intrinsicamente ligado ao consumo de refrigerantes.
5 motivos para largar o refrigerante
(Fonte da imagem: Divulgação/PepsiCo)

5. Muita química para o corpo humano

O que existe de natural nos refrigerantes é uma parte ínfima em comparação com as quantidades de xarope, aromatizantes, acidulantes, açúcares, corantes e adoçantes existentes nos líquidos. Em suma, eles são compostos por muita química – que pode ser utilizada até mesmo paradissolver um rato e ossos –, o que pode causar vários danos à saúde


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/mega-curioso/20785-5-motivos-para-largar-o-refrigerante.htm#ixzz2EHsnRKKF

11 de dezembro, dia da diplomação dos eleitos de Codó-Ma.



O cartório eleitoral da 7ª Zona de Codó emitiu ofício circular à imprensa notificando da data de diplomação dos candidatos eleitos nas eleições de outubro deste ano, que será feita pelo juiz titular, Pedro Guimarães Júnior.
Os codoenses que disputaram o pleito e foram eleitos serão diplomados no próximo dia 11 de dezembro, a partir das 18h, no auditório da Escola Ananias Murad. Além dos eleitos, também haverá a diplomação dos suplentes.
Veja abaixo  quem são os eleitos que receberam certificado da Justiça Eleitoral para assumir o mandato a partir de 1º de janeiro de 2013.
PREFEITO
* Zito Rolim (PV)
VICE-PREFEITO
* Guilherme Archer (PMDB)
VEREADORES
* Domingos Reis (PT)
* Gracinaldo (PSL)
* Pedro Belo (PCdoB)
* Rodrigo Figueiredo (PDT)
* Carrim Construções (PSDB)
* Leonel Filho (PTN)
* Expedito Carneiro (PSDC)
* Chiquinho do SAAE (PV)
* Maria Paz (PV)
* Chaguinha da Câmara (PDT)
* Pastor Max (PTdoB)

COMO GANHAR MUITO DINHEIRO, SEM FAZER NADA

OÃO FELLET
Colaboração para a Folha de S.Paulo

A cartilha dos grandes empresários diz que, para se dar bem nos negócios, é fundamental estar atento às mudanças na sociedade, empregar com eficiência a propaganda, estudar o público-alvo, cuidar bem dos funcionários e vigiar a concorrência.

Pois essas regras também valem para os que desejam abrir a própria igreja evangélica, segundo um curso oferecido pelo Seminário Brasileiro de Teologia (SBTe).

Uma frase presente na apostila do "Curso de Formação de Pastor" dá o tom do seu conteúdo: "A igreja é uma empresa, e uma empresa difícil de ser conduzida, porque o seu estoque são almas". O curso convoca pastores a uma adaptação aos novos tempos: "As igrejas que não seguirem a cultura dos povos tendem a ficar vazias".

A proposta é criticada por teóricos evangélicos, que vêem formação muito superficial em 90 dias. A preparação do pastor no curso tradicional, reconhecido pelos protestantes históricos, costuma chegar a cinco anos. Esses programas com maior duração são avalizados por igrejas seguidas por 11,1% da população em 2002, segundo pesquisa do Eseb (Estudo Eleitoral Brasileiro), número quatro vezes maior do que em 1980.

Empreendedor

O curso recomenda que o pastor seja "empreendedor e capaz de liderar com visão global".

Para aproveitar esse crescimento, o curso lista atitudes que devem ser tomadas pelo pastor. Antes de abrir uma igreja, deve estudar a região e o público-alvo. Se o local for pobre, ajudam a atrair gente a distribuição de lanches e o sorteio de cestas básicas.

Para ser eficiente, ele é aconselhado a se alimentar bem e a se exercitar. Quando tiver de ministrar por muito tempo, deve evitar o sexo nos quatro dias anteriores.

Outro fator determinante para o sucesso é pregar conforme a vontade do público. Em geral, diz o curso, pessoas mais pobres tendem a gostar de "ver coisas sobrenaturais" (como sessões de exorcismo) e ouvir o pastor falar em línguas estranhas (glossolalia).

"O curso ensina recursos que uma empresa moderna usa para se manter competitiva", diz o coordenador do MBA de Marketing da FIA (Fundação Instituto de Administração), Dilson Gabriel dos Santos.

Para o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Antônio Sauaia, o curso ensina uma técnica usada por empresas de produtos de consumo, que atraem o consumidor por meio de vendedores que vivem no mesmo bairro dele.

Administração eclesiástica

A apostila é dividida em cinco módulos. Os quatro primeiros tratam da legislação sobre a prática religiosa (como obter subvenções do poder público, por exemplo) e como convencer os fiéis a pagar o dízimo. O quinto e maior é intitulado "Administração Eclesiástica". Nele, são indicados "projetos para multiplicar a quantidade de membros, templos e de caixa da igreja a cada 90 dias".

O curso pode ser encomendado no site www.cursodepastor. com.br ou por telefone, custa R$ 450 e deve ser feito por correspondência em 90 dias.

Ao seu final, o aspirante a pastor deve enviar por correio à instituição, que tem sede em Ituiutaba (MG), as respostas a um questionário. Se aprovado, ganha um diploma e uma carteirinha "para as diferentes denominações de igrejas evangélicas".

O pastor Omar Silva da Costa, 49, é o criador deste e de outros 17 cursos por correspondência também oferecidos pela internet. Os mais caros, chamados de "Bacharelado em Teologia Eclesiástica", "Mestrado em Bíblia" e "Doutorado em Divindade", custam, respectivamente, R$ 750, R$ 1.050 e R$ 1.350. Duram 90 dias e dão direito a carteirinha e diploma.

"Decidi oferecer os cursos por correspondência, porque muita gente não tem condições de pagar escolas caras." Segundo Costa, o curso, oferecido desde fevereiro deste ano, já foi vendido a mais de 500 pessoas --se o número estiver certo, as vendas já renderam, ao menos, R$ 225 mil.

A procura tem sido tão boa que, no curso, ele prevê: "Em pouco tempo vai haver nas faculdades cursos de administração de igreja, como já há de administração hospitalar".

OS COMERCIANTES DA FÉ!


O Brasil é um país com profundas desigualdades sociais, marcado por desequilíbrios regionais, onde o desenvolvimento capitalista se deu de forma tardia em relação às potências. O falso discurso do pretenso ‘’progresso’’ contrasta com a dura realidade de 50 milhões de brasileiros vivendo na miséria (aproximadamente 1/4 da população). O fantasma do analfabetismo persegue 14 milhões de pessoas e grande parte da população não consegue compreender o significado de um pequeno texto. O desemprego e a violência marcam a vida da juventude sem perspectivas de futuro, engrossando uma enorme população carcerária, vivendo em campos de concentração capazes de deixar qualquer nazista de cabelo arrepiado.
Um país com essas características, marcado por um desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo, em que a riqueza e o atraso coexistem, tornou-se um celeiro fértil para difusão de um poderoso mercado religioso, concentrando nas mãos dos empresários da fé grande poder político e econômico. As igrejas funcionam como empresas cuja missão consiste em bestializar trabalhadores a serviço de empresários religiosos. O vertiginoso crescimento do protestantismo é o indicador que pode atestar o sucesso da propaganda neopentecostal no sentido de arregimentar almas para as fileiras desse promissor mercado de picaretas da fé.

Cenário político: empresários da fé atuando nos bastidores

No cenário econômico o empresariado da fé já detém canais de TV, rádio, gravadoras, editoras, escolas, universidades e o capital oriundo do mercado das almas já penetra em todos os poros da sociedade capitalista. No parlamento, os religiosos constituíram uma Bancada Evangélica para fazer lobby, cujos interesses escusos estão, inclusive, a revelia das reais necessidades das ‘’almas’’, não se diferenciando, por exemplo, de uma bancada de ruralistas (latifundiários).
Os executivos da fé utilizam a sua poderosa máquina de propaganda para perseguir politicamente os movimentos sociais (movimento LGBT), desfechando todo seu ódio e homofobia contra os homossexuais. Não tardará o dia em que seus holofotes se voltarão para perseguir os demais oprimidos da sociedade. Lançam mão de grande poder político e econômico para impor seus interesses a toda sociedade. As figuras parlamentares não passam de simples marionetes nas mãos dos ‘’pescadores de almas’’.

Investir pesado no marketing é o segredo do sucesso

        O pastor/empresário sabe que apenas com o dízimo minguado dos fiéis não se pode manter uma máquina gigantesca que são as empresas. As igrejas não são as únicas fontes de recursos, existe um amplo leque de empresas que sustentam o luxo e suntuosidade dos bufões que precisam de bom ambiente para relaxar, enquanto planejam métodos eficientes de pescar almas.
Milhões de reais são revertidos em propagandas para expansão dos mercados, os tradicionais truques do mercado capitalista como investimento, propaganda e derrubada dos concorrentes são os métodos aplicados para aumentar a influência.

É necessário derrubar o concorrente

Para manter o controle dos dízimos e ofertas, para assegurar que odinheiro não seja desviado por nenhum picareta subalterno no meio do caminho, as altas cúpulas impõem nas igrejas uma rígida hierarquia de funções: diáconos, contadores, tesoureiros, etc., tudo para ter certeza de que a encomenda milionária chegará a suas mãos.
Mas as empresas da fé também formaram especialistas em pescar almas no quintal dos outros. Como os pastores não podem invadir as igrejas de seus adversários para pescar as almas do concorrente, os missionários passam de casa em casa, disputando corpo-a-corpo, os fiéis. Mas isso não é o suficiente, como se não bastasse, é necessário fazer as cerimônias religiosas no meio da rua, com potentes caixas de som abordam os transeuntes desavisados e toda vizinhança.

Um discurso eficiente e a promessa de um futuro promissor (no céu)

Conscientes dos aspectos sociais e econômicos que afligem a população os empresários de fé, munidos de técnicas psicológicas, lançam discursos esperançosos, sustentando que todos os problemas serão resolvidos de maneira sobrenatural.
Curas, solução para conflitos no lar, dor, cansaço etc., são os artifícios utilizados para convencer, de maneira bastante sedutora, os desavisados que estão apostando em qualquer coisa para resolver seus problemas por meio da fé. A maioria dos discursos segue esta lógica de raciocínio e se aproveitam das mazelas da sociedade para utilizá-las como instrumento no recrutamento daqueles que sofrem. As igrejas crescem apostando na desgraça dos outros e na infelicidade de suas almas para mantê-las aprisionadas na crença de um futuro feliz após a morte.

Materialistas para deus, idealistas para os fieis

Supostamente deus seria o dono de tudo, ‘’criador’’ de todas as coisas, mas porque ele precisa de 10% de toda renda de seus seguidores para manter a regalia de sultão dos pastores? Tal pergunta é meio embaraçosa para aqueles que vivem pregando contra o materialismo, mas vivem à custa do trabalho alheio. Enquanto que boa parte das almas vive em condições de miséria social os funcionários divinos desfrutam de boas condições materiais de existência.

‘’A religião é o ópio do povo’’.

                                                     Natal, 04 de dezembro de 2011

Contato: jodinaldolucena@hotmail.com
Jodinaldo de Lucena
Enviado por Jodinaldo de Lucena em 04/12/2011
Código do texto: T3372386

RETRATOS DAS RELIGIÕES NO BRASIL!

Acaba de nascer no País uma nova categoria religiosa, a dos evangélicos não praticantes. São os fiéis que creem, mas não pertencem a nenhuma denominação. O surgimento dela já era aguardado, uma vez que os católicos, ainda maioria, perdem espaço a cada ano para o conglomerado formado por protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais. Sendo assim, é cada vez maior o número de brasileiros que nascem em berço evangélico – e, como muitos católicos, não praticam sua fé. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram, na semana passada, que evangélicos de origem que não mantêm vínculos com a crença saltaram, em seis anos, de insignificantes 0,7% para 2,9%. Em números absolutos, são quatro milhões de brasileiros a mais nessa condição. Essa é uma das constatações que estatísticos e pesquisadores estão produzindo recentemente, às quais ISTOÉ teve acesso, formando um novo panorama religioso no País.

Isso só é possível porque o universo espiritual está tomado por gente que constrói a sua fé sem seguir a cartilha de uma denominação. Se outrora o padre ou o pastor produziam sentido à vida das pessoas de muitas comunidades, atualmente celebridades, empresários e esportistas, só para citar três exemplos, dividem esse espaço com essas lideranças. Assim, muitas vezes, os fiéis interpretam a sua trajetória e o mundo que os cerca de uma maneira pessoal, sem se valer da orientação religiosa. Esse fenômeno, conhecido como secularização, revelou o enfraquecimento da transmissão das tradições, implicou a proliferação de igrejas e fez nascer a migração religiosa, uma prática presente até mesmo entre os que se dizem sem religião (ateus, agnósticos e os que creem em algo, mas não participam de nenhum grupo religioso). É muito provável, portanto, que os evangélicos pesquisados pelo IBGE que se disseram desvinculados da sua instituição estejam, como muitos brasileiros, experimentando outras crenças.

É cada vez maior a circulação de um fiel por diferentes denominações – ao mesmo tempo que decresce a lealdade a uma única instituição religiosa. Em 2006, um levantamento feito pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) e organizado pela especialista em sociologia da religião Sílvia Fernandes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), verificou que cerca de um quarto dos 2.870 entrevistados já havia trocado de crença. Outro estudo, do ano passado, produzido pela professora Sandra Duarte de Souza, de ciências sociais e religião da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), para seu trabalho de pós-doutorado na Universidade de Campinas (Unicamp), revelou que 53% das pessoas (o universo pesquisado foi de 433 evangélicos) já haviam participado de outros grupos religiosos.


“Os indivíduos estão numa fase de experimentação do religioso, seja ele institucionalizado ou não, e, nesse sentido, o desafio das igrejas estabelecidas é maior porque a pessoa pode escolher uma religião hoje e outra amanhã”, afirma Sílvia, da UFRRJ. “Os vínculos são mais frouxos, o que exige das instituições maioroferta de sentido para o fiel aderir a elas e permanecer. É tempo de mobilidade religiosa e pouca permanência.” Transitar por diferentes crenças é algo que já ocorre há algum tempo. A intensificação dessa prática, porém, tem produzido novos retratos. Denominadores comuns do mapa da circulação da fé pregam que católicos se tornam evangélicos ou espíritas, assim como pentecostais e neopentecostais recebem fiéis de religiões afro-brasileiras e do protestantismo histórico. Estudos recentes revelam também que o caminho contrário a essas peregrinações já é uma realidade. 

Em sua dissertação de mestrado sobre as motivações de gênero para o trânsito de pentecostais para igrejas metodistas, defendida na Umesp, a psicóloga Patrícia Cristina da Silva Souza Alves verificou, depois de entrevistar 193 protestantes históricos, que 16,5% eram oriundos de igrejas pentecostais. Essa proporção era de 0,6% (27 vezes menor) em 1998, como consta no artigo “Trânsito religioso no Brasil”, produzido pelos pesquisadores Paula Montero e Ronaldo de Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Para Patrícia, o momento econômico do Brasil, que registra baixos índices de desemprego e ascensão socioeconômica da população, reduz a necessidade da bênção material, um dos principais chamarizes de uma parcela do pentecostalismo. “Por outro lado, desperta o olhar para valores inerentes ao cristianismo, como a ética e a moral cristã, bastante difundidas entre os protestantes históricos”, afirma.

Em busca desses valores, o serralheiro paraibano Marcos Aurélio Barbosa, 37 anos, passou a frequentar a Igreja Metodista há um ano e meio. Segundo ele, nela o culto é ofertado a Deus e não aos fiéis, como acontecia na pentecostal Assembleia de Deus, a instituição da qual Barbosa foi devoto por 16 anos, sendo sete como presbítero. O serralheiro cumpria à risca os rígidos usos e costumes impostos pela denominação. “Eu não vestia bermuda nem dormia sem camisa, não tinha tevê em casa, não bebia vinho, não ia ao cinema nem à praia porque era pecado”, conta. Com o tempo, o paraibano passou a questionar essas proibições e acabou migrando. “Na Metodista encontrei um Deus que perdoa, não um justiceiro.”

A teóloga Lídia Maria de Lima irá defender até o final do ano uma dissertação de mestrado sobre o trânsito de evangélicos para religiões afro-brasileiras. A pesquisadora já entrevistou 60 umbandistas e candomblecistas e verificou que 35% deles eram evangélicos antes de entrar para os cultos afros. Preterir as denominações cristãs por religiões de origem africana é outro tipo de migração até então pouco comum. Não é, porém, uma movimentação tão traumática, uma vez que o currículo religioso dos ex-evangélicos convertidos à umbanda ou ao candomblé revela, quase sempre, passagens por grupos de matriz africana em algum momento de suas vidas. Pai de santo há dois anos, o contador Silvio Garcia, 52 anos, tem a ficha religiosa marcada por cinco denominações distintas – e a umbanda é uma delas. Foi aos 14 anos, frequentando reuniões na casa de uma vizinha, que Garcia, batizado na Igreja Católica, aprendeu as magias da umbanda. Nessa época, também era assíduo frequentador de centros espíritas. Aos 30, ele passou a cursar uma faculdade de teologia cristã e, com o diploma a tiracolo, tornou-se presbítero de uma igreja protestante. Um ano depois, migrou para uma pentecostal, onde pastoreou fiéis por seis anos. “Mas essas igrejas comercializam a figura de Cristo e eu não me sentia feliz com a minha fé”, diz. 

A teóloga Lídia sugere que os sistemas simbólicos das religiões evangélica e afro-brasileira têm favorecido a circulação de fiéis da primeira para a segunda. “Há uma singularidade de ritos, como o fenômeno do transe. Um dos entrevistados me disse que muito do que presenciava na Igreja Universal (do Reino de Deus) ele encontrou na umbanda”, diz. Em suas pesquisas, fiéis do sexo feminino foram as que mais cometeram infidelidade religiosa (67%). Os motivos que levam homens e mulheres a migrar de religião (leia quadro à pág. 60) foram investigados pela professora Sandra, da Umesp. Em outubro, suas conclusões serão publicadas em “Filosofia do Gênero em Face da Teologia: Espelho do Passado e do Presente em Perspectiva do Amanhã” (Editora Champanhat).

Uma diferença básica entre os sexos é que as mulheres mudam de religião em busca de graça para quem está a sua volta (a cura para filhos e maridos doentes ou a recuperação do casamento, por exemplo). Já os homens são motivados por problemas de fundo individual. Assim ocorreu com o empresário paulista Roberto Higuti, 45 anos, que se tornou evangélico para afastar o consumo e o tráfico de drogas de sua vida. Católico na infância, budista e adepto da Igreja Messiânica e da Seicho-No-Ie na adolescência, Higuti saiu de casa aos 15 anos e se tornou um fiel seguidor do mundo do crime. Sua relação com as drogas foi pontuada por internação em hospital psiquiátrico, prisão e duas tentativas de suicídio. Certo dia, cansado da falta de perspectivas, viu uma marca de cruz na parede, ajoelhou-se e disse: “Jesus, se tu existes mesmo, me tira dessa vida maldita.” Há cinco anos, o empresário é pastor da neopentecostal Igreja Bola de Neve, onde ministra dois cultos por semana. “Quero, agora, ganhar almas para o Senhor”, diz. 

Antes de se fixar na Bola de Neve, Higuti experimentou outras quatro denominações evangélicas. Mobilidades intraevangélicas como as dele ocorrem com aproximadamente 40% dos adeptos de igrejas pentecostais e neopentecostais, segundo a especialista em sociologia da religião Sílvia, da UFRRJ. Os neopentecostais, porém, possuem uma particularidade. Seus fiéis trocam de igreja como quem descarta uma roupa velha: porque ela não serve mais. São a homogeneização da oferta religiosa e a maior visibilidade de algumas denominações que produzem esse efeito. “Esse grupo, antigamente, era o tal receptor universal de fiéis, para onde iam todas as religiões. Hoje, a singularidade dele é o fato de receber membros de outras neopentecostais”, diz Sandra, da Umesp. “Quanto mais acirrada a concorrência, maior a migração.” A exposição na mídia, fundamentalmente na tevê, é a principal estratégia dos neopentecostais para roubar adeptos da concorrente direta. E cada vez mais as pessoas estabelecem uma relação utilitária com a religião. De acordo com a pesquisadora Sandra, se não há o retorno (material, na maioria das vezes), o fiel procura outra prestadora de serviço religioso. Estima-se, por exemplo, que 70% dos atuais adeptos da Igreja Mundial – uma dissidente da Universal – tenham migrado para lá vindos da denominação de Edir Macedo. “Entre os neopentecostais não se busca mais um líder religioso, mas um mago que resolva tudo num estalar de dedos”, diz Sandra. “Essa magia faz sucesso, mas tem vida curta, uma vez que o fiel se afasta, caso não encontre logo o que quer.”
Cansada de pular de uma crença para outra, a artesã paulista Lucina Alves, 57 anos, não sente mais necessidade de pertencer a uma igreja. Há oito anos, ela diz ser do grupo dos sem-religião. No entanto, recorre a ritos de fé, principalmente católicos, espíritas e da Seicho-No-Ie, sempre que sente vontade de zelar pelo bem-estar de alguém. “Há um mês, fui até uma benzedeira ligada ao espiritismo para ajudar meu filho que passava por problemas conjugais”, diz. Dados do artigo “Trânsito religioso no Brasil” revelaram que 30,7% das pessoas que se encontram na categoria dos sem-religião frequentam algum serviço religioso anualmente e 20,3% fazem o mesmo mais de uma vez por mês. “Já participei de reuniões evangélicas de orações em casa de familiares”, conta Lucina. 

A artesã não cultua santos, crê em Deus, Jesus Cristo e acende vela para anjos. No campo das ciências da religião, manifestações espirituais como as dela são recentes e vêm sendo tema de novos estudos. A migração de brasileiros para o islã é outro fenômeno que cresce no País. O número de convertidos na comunidade muçulmana do Rio de Janeiro, por exemplo, saltou de 15% em 1997 para 85% em 2009. Ex-umbandista que hoje atende por Ahmad Abdul-Haqq, o policial militar paulista Mario Alves da Silva Filho tem um inventário religioso de dar inveja. Batizado no catolicismo, aos 9 anos estreou na umbanda em uma gira de caboclo e baianos. Um ano depois, juntando moedas que ganhava dos pais, comprou seu primeiro livro, sobre bruxaria. Aos 14, passou a frequentar a Federação Espírita paulista, onde fez cursos para trabalhar com incorporações e psicografia. Aos 17 anos, trabalhou em ordens esotéricas ao mesmo tempo que dava expediente na umbanda. O policial, mestrando em sociologia da religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), decidiu se converter ao islã quando fazia um retiro de padres jesuítas. Em uma noite, sonhou com um árabe que o indicava o islã como resposta para suas dúvidas. Aos 29 anos, ele entrou em uma mesquita e disse que queria ser muçulmano. Saiu dela batizado e, desde então, faz cinco orações e repete frases do “Alcorão” diariamente. “Descobri que sou uma criatura de Deus e voltarei ao seio do Criador.”
Faz dez anos que o número de convertidos ao islã no País aumentou. E não são os atentados às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, que marcam esse novo fluxo, mas a novela “O Clone”, da Globo. Foi ela que “introduziu no imaginário cultural brasileiro imagens bastante positivas dos muçulmanos como pessoas alegres e devotadas à família”, como defende Paulo Hilu da Rocha Pinto em “Islã: Religião e Civilização – Uma Abordagem Antropológica” (Editora Santuário), de 2010. “De lá para cá, a conversão de brasileiros cresceu 25%. Em Salvador, 70% da comunidade é de convertidos”, diz a antropóloga Francirosy Ferreira, pesquisadora de comunidades muçulmanas da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto.

Assistente financeiro, o paulista Luan Nogueira, 23 anos, tornou-se muçulmano há um ano. Por indicação de um amigo, passou a pesquisar o islã e descobriu que o discurso estigmatizado criado após o 11 de setembro, que relacionava a religião à intolerância e à violência, não era verdadeiro. “Encontrei na mesquita e no “Alcorão” a ética da boa conduta”, diz. “Me sinto mais próximo de Deus no islã.” Para o professor Frank Usarski, do Centro de Estudo de Religiões Alternativas de Origem Oriental, da PUC-SP, o atrativo do islã é o fato de não ter perdido, diferentemente de outras religiões, a competência da interpretação completa da vida. “Ele oferece um guarda-chuva de referências para esferas como economia e ciência”, diz Usarski.

Segundo o escritor Pinto, que também é professor de antropologia da religião na Universidade Federal Fluminense, o islã permite aos adeptos uma inserção e compreensão sobre questões atuais, como, por exemplo, a Palestina, a Guerra do Iraque e segurança internacional, para as quais outros sistemas religiosos talvez não deem respostas. “Se a adoção do cristianismo em contextos não europeus do século XIX pôde ser definida com uma conversão à modernidade, a entrada de brasileiros no islã pode ser vista como uma conversão à globalização”, escreve ele, em seu livro.

É cada vez mais comum, no País, fiéis rezando com a cartilha da autonomia religiosa. Esse chega para lá na fé institucionalizada tem conferido características mutantes na relação do brasileiro com o sagrado, defende a professora Sandra, de ciências sociais e religião da Umesp. “Deus é constituído de multiplicidade simbólica, é híbrido, pouco ortodoxo, redesenhado a lápis, cujos contornos podem ser apagados e refeitos de acordo com a novidade da próxima experiência.” Agora é o fiel quem quer empunhar a escrita de sua própria fé.
FONTE DE INFORMAÇÕES:

AntenA CristÃ