João Barbosa da Silva, de 35 anos, conhecido como João do Porco, foi preso na madrugada de sábado em um bar no Residencial Brisas da Mata, em Goiânia, por policiais do Grupo Tático 3 (GT3) da Polícia Civil (PC). A ação foi organizada pelo delegado Leylton Barros, da delegacia de Caldas Novas. A PC estava no encalço dele desde agosto de 2014, ao participar de roubo na Fazenda Jenipapo, em Caldas Novas. Antes, participou, em 2013, de uma chacina em que cinco pessoas de uma mesma família morreram em Anápolis.
A prisão do suspeito, que seria especializado em roubos de fazendas e que estuprava as vítimas, se deu na madrugada do último sábado. A equipe de investigadores comandada por Barros verificou que seria a oportunidade ideal da detenção, já que pela primeira vez João do Porco estaria mais relaxado, bebendo com amigos em um bar. Até então, todas as vezes que saia de seus esconderijos havia sido para cometer crimes, segundo a investigação. Ele não resistiu à prisão e estava desarmado. Até a noite de sábado, estava detido na carceragem da Delegacia de Capturas (Decap), no Setor Jaó.
A reportagem conversou com o policial plantonista da Decap na tarde de ontem e foi informada que João do Porco não estava no local, podendo ter siso transferido para a carceragem da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), onde também não estava. Segundo Barros, a última informação que ele tem é de que o criminoso estava sim na Decap. O delegado conta que João do Porco foi monitorado pela PC desde o crime na Fazenda Jenipapo e, neste tempo, ficou morando entre Anápolis e Goiânia.
A detenção de João do Porco é vista pela PC como o fim de uma quadrilha especializada em roubos a fazendas, que cometia crimes cruéis ao torturar suas vítimas por horas e estuprava as mulheres que estivessem no local. Os homicídios não eram a principal atividade do grupo, mas ocorriam em face de reações das vítimas ou acerto de contas com grupos rivais. O grupo era liderado por Valdeli Alves da Silva, conhecido como Raul, preso no final de janeiro. Raul era casado com Sefi da Silva Moura e João do Porco, casado com uma de suas filhas, Derlene da Silva Moura, de 19 anos.
O primeiro grande crime feito pelo grupo foi em setembro de 2013. No Bairro Granville, em Anápolis, cinco pessoas foram mortas a tiros e facadas. Os irmãos Sonildo Sérgio Feitosa, de 35 anos, e Cacildo Sérgio Feitosa, de 37, chegaram a ter uma das orelhas arrancadas. No entanto, até o roubo da Fazenda Jenipapo, não havia provas concretas da participação do grupo, incluindo João do Porco.
O inquérito do roubo na fazenda, em que os reféns, incluindo uma mulher de 80 anos, foram torturados por horas, foi finalizado primeiro e, por isso, o mandado judicial pela prisão temporária mais antigo é por este caso.