Eu tento muito não tomar conhecimentos dos desmandos acontecidos em Caldas Novas. É que sofro demais com a agressão ao visual da cidade, que demoliu fachadas históricas, que jogou ao chão o imóvel que se fez na década de 1920 para ser o Grupo Escolar (construção realizada pelo professor Josino Bretas, em ação descrita com finura e amor por seu filho, o também professor Genesco Bretas) para dar lugar ao Banco do Brasil – como se, ao tempo, faltassem imóveis vazios para se erguer a filial do BB. Em 1981, sendo eu repórter da Folha de Goiás, consegui, lutando sozinho, evitar que jogassem por terra a Igreja de Nossa Senhora das Dores, como o queriam alguns forasteiros que um padre mal-intencionado juntara num conselho paroquial em que nenhum caldas-novense tinha assento.
Em 1990, ou logo após, vi desaparecerem o bucólico Hotel Avenida, e também um belo casarão verde, com reboco pontilhado de partículas de malacacheta (ou mica), feito purpurina. Na esteira, dezenas de saudosos casarões desapareceram para dar lugar a galpões comerciais, como a casa onde viveu meu bisavô Donato Rispoli.
Na praça Mestre Orlando, o último imóvel a ser desfigurado foi a casa de meus tios Filadelgo Ríspoli (Dedeco) e Maria das Dores (Dorinha) – ela, filha de Mestre Orlando Rodrigues da Cunha. E o trecho de rua entre a histórica casa de Ilídio Lopes e a de Mestre Orlando (todas as seis casas desfiguradas para se tonarem imóveis comerciais) desapareceu, com a prefeitura permitindo o “aproveitamento” da rua como espaço livre de bares e restaurantes.
Isso, o secretário de Comunicação da Prefeitura, João Paulo Teixeira, entende ser “evolução”.
Não quero entrar no mérito das administrações de Evandro Magal. Conheci-o na privacidade da casa de meus pais, que o acolheram como a um parente próximo, pois tanto meu pai quanto minha mãe traziam, de suas famílias, o hábito de acolher parentes e amigos. Tenho ene críticas a ele, mas nunca as publiquei, esperava que ele entendesse minhas razões. Mas vejo que não. Agora, faço a segunda crítica a Magal – a primeiro foi com a demora na reforma do Balneário, que redigi e publiquei no meu espaço tradicional aqui no DM, a pedido da professora e minha querida amiga Beatriz Tupá (na ocasião, falava-se numa verba federal de 500 e tantos mil reais cujo destino era ignorado). Magal tapou o sol com a peneira.
Mas não vou criticá-lo, não é o caso. Interessa, agora, apenas dizer que ele não prima pela boa qualidade de suas gestões, considerando a qualidade de pessoas que o representam – como o vereador Rafael Moraes e esse secretário João Paulo Teixeira.
Lamentavelmente, ele modificou o final de seu artigo. Ele postou, ontem (e cuidei de salvar essa página) dizendo, entre outras sandices, que “nas alcovas” eu sou conhecido como “Equino”. Respondi-lhe estranhando, porque nunca ouvi, nas alcovas, nenhuma parceira chamar-me de equino pois, ao contrário, não há na minha anatomia íntima semelhanças com os exageros penianos dos equinos.
Em seu artigo publicado ontem (“Aquino: Caldas Novas evoluiu”, https://impresso.dm.com.br/edicao/20170120/pagina/22) ele modificou o final, certamente orientado por alguém com melhor domínio da Língua, dirigindo o antigo trocadilho à minha petulância em não engolir desaforos, nem mesmo de um profissional rasteiro e mal preparado, mais conhecido em Caldas Novas como “o japa dos fakes”, pois é de seu hábito exercer a comunicação com recursos falsos. No artigo publicado nesta sexta-feira no Opinião Pública, ele preferiu me chamar de equestre – de novo dá mostras de não conhecer nossa rica Língua.
Já o vereador que ele enaltece por ter 29 anos e ser “aguerrido”, ao contrário do que define João Paulo, não tem competência para um debate de ideias. É um sujeito entrão, atrevido e despreparado que, em apenas 19 dias (como alguém postou ontem no Facebook) já conseguiu aumentar o descrédito de que desfruta entre os pensantes da minha amada cidade.
Tentando ser fino, diz João Paulo que mexi num vespeiro. Eu esperava, francamente, uma reação civilizada e fundamentada, e não esse relatório fajuto em que ele evoca nomes respeitáveis e tenta envolver pessoas do meu gostar. Bobagem! Nestes tempos de duplas sem qualidades, João Paulo e Rafael já começam desafinados – vejam que centenas de comentários e curtidas, de vários pontos do Brasil, referendam-me na contestação à qualidade do vereador de 1.100 votos (tem ponto, sim; milhar sem ponto, só em datas) carreados de segmentos que se dizem religiosos cuja meta é a mesma do edil – “só querem se arrumar”.