quarta-feira, 6 de abril de 2016

Filho mata o próprio pai em Santarém

O índice de violência continua crescendo em Santarém, no Oeste do Pará. Crimes graves como homicídios e tentativas de homicídios geram preocupação na população da segunda cidade mais importante do Pará. Entre os crimes, por volta de 23h, de terça-feira, 05, Daniel Aguiar Vieira, de 28 anos, matou o próprio pai, Orlando Marques Vieira, de 62 anos, vendedor, conhecido por “Cearazinho”, dentro de sua residência, na Rua Osvaldo Cruz, bairro do Diamantino.
Segundo a Polícia Militar, Orlando Vieira recebeu cinco facadas desferidas por seu filho Daniel. Na ocasião em que foi preso, Daniel estava completamente drogado, fato que pode ter sido a causa do crime. A Polícia desconfia que Daniel tenha usado crack e misturado com bebida alcoólica antes de matar seu genitor.
Matou o próprio pai em Santarém
Daniel, após ser preso minutos depois de cometer o crime foi conduzido para a 16ª Seccional da Polícia Civil, onde os investigadores aguardam passar o efeito da droga para começar os procedimentos de interrogatório do acusado.
O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC) informou que também aguarda passar o efeito da droga para realizar exames em Daniel. Ele deve ser transferido ainda nesta quarta-feira, 06, para o Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura (CRASHM), na Comunidade de Cucurunã, em Santarém.

Júri considera que PMs mataram cantor sertanejo, mas sem intenção

Após 12 horas de julgamento, o júri popular desclassificou de homicídio doloso, quando há a intenção de matar, para culposo, quando não há essa finalidade, o crime cometido por quatro policiais militares contra  o cantor sertanejo José Bonifácio Sobrinho Júnior, conhecido como Boni Júnior, em Goiatuba, no sul goiano.

A decisão foi tomada na madrugada desta quarta-feira (6). Com a alteração, o juiz responsável pela comarca ainda fará a análise sobre a condenação dos réus. Não há prazo para a decisão.

Réus no caso, os PMs Silmar Silva Gonçalves, André Luis Rocha, Edson Silva da Cruz e Aluísio Felipe dos Santos respondem ao processo em liberdade. Além do crime de homicídio culposo, eles também respondem por fraude processual.
O crime ocorreu no dia 28 de outubro de 2012, na GO-515, entre Goiatuba e Panamá. Na ocasião, os militares alegaram que Boni Júnior, 29 anos, estava fugindo de uma perseguição policial após fazer manobras perigosas.

Conforme os policiais, o sertanejo morreu após bater em um carro da PM que fazia uma barreira na rodovia. No entanto, o corpo foi exumado dois meses depois e ficou constatado que o cantor também foi baleado na cabeça.

Presidido pela juíza Ana Paula Tano, o julgamento começou às 9h45 de terça-feira (5), no Fórum de Goiatuba. Todos os réus compareceram e apresentaram suas versões para o crime.
Quatro homens e três mulheres compuserem o júri. Ao todo, eles responderam a 40 quesitos, mas só cinco chegaram a ser analisados. A decisão foi anunciada às 3h15 desta quarta-feira.
Durante a leitura, a juíza disse que o Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e a autoria do crime do delito de homicídio para Gonçalves, em decorrência "de ação imprudente do acusado de efetuar o disparo". No entanto, considerou que ele não teve a intenção de matá-lo. A medida aplicada a ele se estende aos demais réus.

"Houve a desclassificação do crime de homicídio doloso para um dos acusados e isso se estendeu aos outros. Então, todos responderão desta forma a homicídio culposo e por delito de fraude processual, que deve ser apurado pelos autos", explicou a magistrada.

Na sentença, Ana Paula pontuou que os fatos "merecem uma análise mais cuidadosa", afim de "individualizar as condutas praticadas por cada um".
O promotor de Justiça responsável pelo caso, Rodrigo Sé Patrício de Barros, se surpreendeu com a decisão. Ele esperava a condenação no júri. "Nós não esperávamos que o júri fosse entender dessa forma porque, para o nosso entendimento, as provas estão muito claras", opinou.
Advogado de Santos, Antônio Carlos de Oliveira destacou que a tese vencedora foi a dos advogados de Gonçalves. O que impossibilitou a análise da participação dos demais, como a do cliente dele, para qual esperava a absolvição. "Não foi nem avaliada a conduta dos demais, que será avaliada monocraticamente pelo juiz de direito. Absolvido sem pena nenhuma, nenhum deles sairá", destacou.
Os demais advogados não se pronunciaram após a decisão.
Testemunhas
O julgamento contou com o depoimento de 11 testemunhas. Quatro foram arroladas pela defesa e sete, pela acusação.

Entre as testemunhas estão pessoas que passaram pelo local do acidente. Uma delas é o caminhoneiro Waldeci Machado da Silva, que foi ultrapassado pelo sertanejo e, em seguida, pelo carro da PM que o perseguia. Minutos depois, ele chegou ao local do acidente.

"Parei, liguei o pisca alerta do caminhão, ouvi os disparos, não sabia se deitava no caminhão, o que fazer. Não sabia o que tinha acontecido. Fui abrir a porta para descer e um PM pediu que eu saísse dali e eu segui viagem", relatou.

Gerente de uma fazenda da região, Carlos Antônio Mendes Soares disse que escutou os tiros antes da colisão. "Estava parado para pegar a rodovia. Hora que o cara [Boni] me viu, maneirou o pé, mas depois acelerou de novo. Antes da colisão ouvi disparos, depois, não", relatou a testemunha, que esperou cerca de meia hora para se deslocar ao local do crime.
Outras testemunhas falaram sobre o caráter e comportamentos da vítima e dos policias envolvidos na ocorrência.
Réus
Após as falas das testemunhas, iniciou o interrogatório dos réus, que falaram separadamente e sem a presença dos demais PMs acusados.

Primeiro, foram ouvidos os militares que atuavam em Goiatuba e estavam no carro que montou barreira na rodovia, um Chevrolet Blazer do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT): cabo Gonçalves e sargento Rocha. O soldado Cleber Gomes de Oliveira estava com eles no veículo, mas não foi acusado por ter ficado gravemente ferido no acidente e, assim, a promotoria considera que ele não atirou contra a vítima e não forjou o local do crime.

Gonçalves e Rocha enfatizaram que fizeram o bloqueio da entrada da cidade atendendo a uma ordem do comando de patrulhamento, conforme o procedimento operacional padrão. Eles pararam o carro em frente a um motel, bloqueando parte da pista.
O cabo Gonçalves confessou que atirou contra o veículo do cantor, um Ford Focus, mas antes do acidente. "Ele veio em toda a velocidade. Veio para cima da gente. Quando ele chegou bem perto, eu atirei, como toda pessoa reagiria", declarou Gonçalves.
Os dois militares afirmaram que, após a colisão, correram para socorrer o policial atingido pelo carro do cantor. Cleber foi arremessado a uma distância de 21 metros. Devido à gravidade dos ferimentos, eles alegaram ter focado no atendimento.

"Encontrei o Cleber caído no chão todo arrebentado e afogando no sangue. Logo o Gonçalves chegou e a gente o socorreu. Eu segurando a cabeça e o Gonçalves, as pernas", relatou Rocha, que se aposentou no final de janeiro. Cleber ficou mais de 30 dias hospitalizado.

Em seguida, foram os interrogatórios dos militares lotados, na época, em Panamá: soldado Santos e sargento Cruz. Eles que iniciaram a perseguição ao carro de Boni.
Os militares relataram que o sertanejo deu um cavalo de pau na frente do carro da corporação em uma rua de Panamá. Com receio de que fosse um criminoso, os policiais iniciaram a perseguição. Segundo os militares, eles chegaram ao local do crime minutos após o acidente e não atiraram contra o cantor.
Cruz disse que viu a vítima no carro e acionou o resgate e o comandante da área. "Cheguei e perguntei cadê o cara. Eu fui até o carro e me deparei com ele encostado com a cabeça dele no banco. Acionei o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]", disse.
Santos alegou que sequer viu o cantor. "Sai do carro e fiquei orientando o trânsito. Não tive contato e nem fui ao carro da vítima", declarou.
Acusação
A acusação defendeu que todos os militares são responsáveis pelo que aconteceu. "Foi uma sucessão de atos impensados, trapalhadas que resultaram numa tragédia tanto para os policiais quanto para Boni", opina o promotor de Justiça Rodrigo Sé Patrício de Barros.

A tese do Ministério Público é de que a pistola encontrada no carro de Boni foi colocada após o acidente. Barros destaca que, pela análise pericial, não havia condições físicas de ele efetuar disparos contra os policiais, tanto pela posição do cantor quanto pelos indícios de que o vidro da janela do motorista estava fechado. Assistente de acusação, o advogado Ronivan Peixoto de Morais acrescentou que Boni "nunca portou qualquer tipo de arma".
Para a acusação, os tiros que atingiram os carros da PM foram disparados depois do acidente e por um dos militares. Segundo o promotor, uma pessoa que estava em pé, a cerca de 4,5 metros dos veículos, atirou.
A acusação destaca que Boni também foi alvejado depois do acidente, quando estava agonizando no carro. "Houve a reação no sentido de desafogar a raiva e efetuou o disparo. Caiu a ficha do que foi feito e iniciou a fraude processual", alegou o promotor.
"Aquela colisão poderia tê-lo levado à morte. Haveria necessidade de que quem tem o poder sagrado e constitucional de proteger o cidadão sacasse a arma e atirasse na cabeça da vítima?", questionou o assistente de acusação.
Defesa dos PMs
Advogados defendem que os policiais agiram conforme as normas da corporação e que tudo ocorreu porque Boni estava embriagado. "Se esse menino não tivesse ingerido bebida alcoólica das 14 à meia-noite, não teria teria dado cavalo de pau, passado na porta da delegacia em alta velocidade, se tivesse obedecido o sinal de pare, respeitando a barreira policial, no máximo, o veículo seria apreendido e ele conduzido à delegacia", defendeu o advogado de Gonçalves e Rocha, João Batista.

A defesa destacou que Boni não tentou parar na barreira policial. Ele atingiu o carro da PM a140 km/h, arremessando o veículo policial a 9 metros de distância. O carro dele parou a 33 metros do local.
Os advogados apontaram que um relatório complementar solicitado à perícia aponta que as "características do orifício de entrada da bala são típicas das produzidas em vida". Isso, para os defensores dos PMs, comprova o relato de Gonçalves que só atirou quando o carro do cantor se deslocava em alta velocidade em direção à equipe que ele integra. Para os promotores, isso pode ser interpretado que Boni estava vivo após o acidente e, em seguida, levou o tiro.
Os advogados defendem que cada  um dos militares deve responder pela sua participação no caso, ou seja, a individualização das condutas. O exame de balística não concluiu quem atirou. Entretanto, para a defesa, se Gonçalves confessou que atirou antes da colisão contra o carro do cantor para se defender, só ele deve responder pelo disparo
A defesa questionou, ainda, o motivo de a acusação incluir na denúncia a participação dos militares de Panamá, pois eles não foram indiciados no inquérito policial. Os advogados afirmam que eles chegaram ao local depois do ocorrido.
O promotor Rodrigo Sé Patrício de Barros alegou que isso foi motivado porque os "fatos não ocorreram conforme a versão que deram para o delegado". Para a acusação, se eles não tivessem feito algo errado não teriam feito a fraude processual. Além disso, como ninguém assume quem atirou com o carro parado, ele decidiu pela acusação dos quatro, pois poderia ser qualquer um deles.
Fonte: G1

O QUE DIZER DO PC do B DE CALDAS NOVAS!

Flávio Dino: "Golpe" é promovido por quem quer parar a Lava Jato.


Primeiro governador eleito pelo PCdoB nos 92 anos do partido, Flávio Dino, que comanda o Maranhão desde 2014, depois de interromper hegemonia de meio século da família Sarney no Estado, coloca-se agora na linha de frente da defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista ao UOL, o comunista tornou a falar em "golpe" e acrescentou: quem o promove são "oportunistas" que querem "parar a Lava Jato".O governador, que prevê "o caos" a partir de um impedimento de Dilma, acusou ainda o vice-presidente Michel Temer de ser um dos "comandantes do golpe" e lembrou que, caso o peemedebista assuma após interrupção do mandato da petista, ele também terá de sofrer processo semelhante: "o próprio teria contra si a mesma acusação de ter assinado decretos de crédito sem autorização legal".Na entrevista, Flávio Dino faz defesa resignada à política de alianças entre partidos políticos como "necessidade histórica" do Brasil e, seguindo a linha de pensamento, propõe que só haverá saída estável com abertura de diálogo (ou governo de coalização) que una PT e PSDB. No entanto, a escalada oposicionista contra Dilma Rousseff desde a reeleição, lamenta o maranhense, impossibilita que tal projeto seja posto em prática atualmente.
UOL - Como o senhor viu o desembarque do governo do PMDB, partido que abriga seus maiores rivais políticos no Maranhão, em plano federal?
Flávio Dino - Não está muito claro esse desembarque, está meio parecido com a Batalha de Itararé, aquela que não houve. Foi noticiado, mas ainda não se consumou e não se sabe o que acontecerá. Parece-me importante que haja uma parte do PMDB que se mantenha próxima ao governo. É uma tendência, ajuda em momento de crise. Evidentemente, a consequência que se verifica é que uma parte do PMDB que consumou o desembarque permite que haja ampliação da base parlamentar do governo -- o que eu acho bom. O PMDB está como sempre esteve: dividido sobre os principais temas do país.
O senhor acredita que coalizões como esta entre PT e PMDB esvaziam ou atravancam os próprios projetos políticos?
É difícil discutir isso abstratamente, como uma tese genérica, porque cada país tem uma história, uma formação. Se você olhar a Alemanha, verá uma coligação que a governa há mais de uma década. Na experiência chilena, tem a Concertación Chilena. No Uruguai, a Frente Ampla, que governa há muito tempo e é uma aliança de vários partidos. Já o sistema norte-americano é diverso, por uma série de razões.No caso brasileiro, considerando nossa extensão territorial, imensa desigualdade regional e social, a complexidade cultural que o país tem e o fato de nós não termos um sistema de partidos sólido, secular, como de outros países, é inevitável que tenhamos por um lado uma democracia pluripartidária, com muitas expressões institucionais, e tem sido assim desde a redemocratização, e decorrente deste fato a automática necessidade de pactos entre vários partidos. Tem sido assim desde os anos 1980 e continuará a ser por bastante tempo. Isso decorre de uma necessidade sociológica e histórica do país.
As primeiras notícias após o desembarque dão conta de que poderia haver uma distribuição dos maiores cargos para PP e PR. Esta saída é válida para barrar o impeachment ou isso pode derreter ainda mais o apoio popular do PT?
Creio que está claro hoje para a esquerda política brasileira que é preciso fazer um duplo movimento que se complementa. Ou seja: de um lado você tem de acelerar um projeto de mudanças sociais, de programas sociais, como a recente inauguração da fase três do Minha Casa, Minha Vida, que sinaliza para a continuidade de um programa de distribuição de renda. De outro lado, um segundo movimento, que complementa este, é buscar segurança institucional que tenha programa com essas características.Neste sentido, não vejo incomodo na esquerda política de um modo geral em relação à política de alianças que confira estabilidade ao governo da presidente Dilma. Acho uma medida acertada neste momento, sobretudo considerando a gravidade da crise econômica e também o peso dos ataques feitos ao governo, que exigem naturalmente que ele esteja resguardado. Quanto mais aliados se somarem a essa tese, acho positivo.
Mas estamos falando do PP, um dos partidos que tem mais nomes envolvidos na Lava Jato. Dar mais protagonismo ao PP no governo não pode incomodar a base social do PT, justamente no sentido de inviabilizar uma reeleição em 2018?
Na verdade, não é possível colocar a participação na Lava Jato como critério para nada, porque infelizmente você tem denúncias, acusações contra políticos de todos os partidos, inclusive os da oposição. Não é um referencial válido. A separação do joio do trigo é necessária, mas não tendo em conta o critério de ter pessoas deste ou daquele partido envolvidas. A questão central é seguir apoiando as investigações, apoiar o trabalho, desde que constitucional e legal, que seja feito pelo Ministério Público, pela polícia e pela Justiça. E que quem cometeu erros e crimes que os paguem.
Miguel Reale Jr., um dos autores do pedido de impeachment, classificou as pedaladas como "crime grave" porque, segundo ele, "levaram a União a contrair operações de crédito com entidades financeiras das quais ela é a controladora", o que é vetado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Operação de crédito é um conceito legal específico. Não houve operação de crédito, mas sim operações de compensação entre a União e os bancos. Às vezes essa compensação resulta em ônus à União e, às vezes, em ônus aos bancos. No mais das vezes, os bancos ficam devedores em relação à União, não o contrário. Isso é uma tentativa de distorcer atos normais, que são feitos há muitos anos, e transformá-los em uma infração à LRF.
Janaína Paschoal, que também participou do texto que baseia a análise da comissão do impeachment, afirmou que a presidente Dilma Rousseff cometeu crime no momento da "abertura do crédito suplementar sem prévia autorização legislativa", quando publicou os seis decretos questionados pela acusação.
Esses decretos equivalem a menos de 0,1% da execução orçamentária da União. Se olharmos por este ponto de vista, o impacto sobre a sanidade da execução orçamentária é ínfimo. E o próprio Congresso Nacional votou o PLN 5/2015, que chancelou todos esses créditos. Ao votar o PLN 5/2015 acontece o que se chama no direito penal de abolitio criminis. Mesmo que tivesse havido crime, o que não houve, no momento em que o PLN 5/2015 foi aprovado, teria deixado de existir. Não há enquadramento de crime de responsabilidade por isso.
Também de Janaína Paschoal: "o comportamento omissivo doloso no episódio do 'petrolão'", como foi apelidado o escândalo de corrupção na Petrobras, é ponto a ser levado em consideração.
Tem de se de observar que isso não é nem sequer debatido no processo de impeachment, porque, quando houve apresentação da denúncia, essa parte foi rejeitada pelo presidente da Câmara. O processo de impeachment que concretamente se discute na Comissão refere-se exclusivamente ao que é chamado de "pedaladas fiscais". A esfera de debate disso, que pode ser feito, é em outro local que não nessa Comissão.
Portanto o senhor sustenta que há golpe em curso no Brasil?
Seguramente. Há tentativa de impeachment sem causa constitucional legítima. Tem sido dito que impeachment é constitucional porque está na Constituição. Imaginemos o seguinte: a Constituição trata de pena de morte em caso de crimes de guerra. Se alguém fosse vítima de pena de morte, diriam que isso é constitucional porque está na Constituição? Não, a Constituição diz que só pode haver pena de morte em caso de crime de guerra. Não bastar estar na Constituição para que haja aplicação constitucional. Afere-se a constitucionalidade em relação da norma a um determinado fato.Na medida em que a norma abstrata que trata de impeachment não tem aplicabilidade neste caso, porque não há crime de responsabilidade, há tentativa de deposição de um governo eleito legitimamente pelo voto popular. Evidentemente, é golpe. 
Mas quem são os agentes desse golpe, a quem ele interessa?
Há vários interessados, mas vejo duas situações fundamentais. Uma dos insatisfeitos com o resultado eleitoral de 2014. E não me refiro apenas aos políticos, mas também a uma parcela da sociedade que não concordou com resultado. Não concordar com ele é legítimo. Já a aferição sobre se a decisão popular de 2014 foi certa ou errada só poderá ocorrer em 2018. A Constituição prevê eleições diretas, secretas e periódicas. Não é porque a pessoa não concorda que pode haver um novo julgamento a qualquer hora.Há de outro lado interesses de oportunistas que imaginam que derrubar a presidente seja caminho para parar a Lava Jato. Visam se proteger exatamente atacando a presidente, sobre a qual não pesa qualquer acusação. Não há conta na Suíça, não há envolvimento com propina. É como se fosse uma cortina de fumaça. O segundo seguimento é dos que têm medo da Lava Jato.
O senhor falou em duas situações e não citou em nenhum momento interesses econômicos por trás do impeachment. Eles não existem?
Acho que há certa visão de parcela do empresariado brasileiro de que esse seria um caminho para ter um governo mais favorável a determinadas visões, determinadas políticas. Mas me parece que não é esse o principal. Particularmente, não consigo identificar quais interesses são esses. Há um protagonismo da Fiesp, mas com qual objetivo? Não sei. Especula-se que haja interesse de grupos que querem revisão das regras do pré-sal. Mas realmente creio ser cedo para afirmar concretamente que estariam mobilizando isso.
E, se confirmado o impeachment, agora em um exercício de projeção, o que o senhor prevê para o futuro do cenário político do país?
Um desastre. Primeiro porque haveria precedente grave para o futuro, abriria espaço para múltiplas tentativas de vingança e sabotagem no futuro. De outro lado, teríamos um governo muito frágil, sem sustentação social, sem apoio popular em um quadro complexo por causa da crise econômica. Um governo que dificilmente se sustentaria.
O impeachment seria a antessala do caos. Um governo fraco, questionado, sem legitimidade. Movimentos sociais mobilizados fortemente nas ruas, reivindicações que este hipotético governo teria dificuldades de atender, um governo que teria dificuldade de ter sustentação parlamentar. Seria desastroso ao país. Ainda mais porque seria um governo que por sua vez também enfrentaria processo de impeachment. Michel Temer teria sobre si a mesma acusação de ter assinado decretos de crédito sem autorização legal. Parece-me que teríamos situação muito pior do que a que temos hoje. Quando os agentes econômicos notarem isso, passarão a atuar pela estabilidade política.
Como comunista, o senhor decerto conhece o conceito de Marx que diz que a história acontece antes como tragédia e depois se repete como farsa. A "tragédia" de 1964 pode ser repetida como farsa no momento atual?
Acho que a tendência mais forte hoje é não se repetir de forma alguma [risos]. Há hoje um prognóstico favorável.
Mas há alguma relação do momento que vivemos com outros períodos da vida política brasileira?
Há similitudes no sentido de haver radicalização de posições, de sectarização e tentativa de subversão do jogo democrático, de rasgar a Constituição. Assim como no período entre 1961-64, mas também em outros, aqueles que não conseguiram nas urnas fazer valer sua posição estão tentando por atalho desrespeitar regras estabelecidas para tentar chegar ao poder. Então há similitude, mas também há diferença: o próprio ambiente internacional, e também o nacional, é menos receptivo a esse tipo de estratagema, de rasgar as regras do jogo. No momento em que se caracteriza que há algo incompatível com a Constituição, Dilma se fortalece.
Há quem fale na possibilidade da ascensão de uma figura "fascistoide" para 2018. O senhor acredita nesta possibilidade?
Eu estava falando de 2016 [risos]. Em 2018, há quem especule que haveria espaço para um Berlusconi brasileiro. Eu penso que não. Nas últimas semanas, mostrou-se que há uma consciência democrática média que nos protege disso. É evidente que essas posições de ultradireita, fascistas, preconceituosas e violentas cresceram muito de 2013 para cá, manifestando-se nas ruas e nas redes sociais de modo assustador. Mas acho que está muito, mas muito longe de um sentimento que se torne majoritário.
O senhor já disse em entrevista que um governo de coalização entre PT e PSDB pode ser a saída mais viável para o Brasil. Com a escalada da direita sobre Dilma, ainda cabe este pensamento?
No momento atual, claro que não. Eu venho sustentando esta tese há mais de um ano, a partir de dois fatores. Primeiro, o reconhecimento de que essa aliança foi decisiva em muitos momentos do país. Antes era a costela do PMDB que veio dar no PSDB, liderada por Mário Covas, Franco Montoro e o próprio Fernando Henrique Cardoso, que foi decisiva na campanha das Diretas Já e na feição democrática e social da Constituição de 1988. Grandes conquistas derivaram dessa atuação conjunta da esquerda com setores mais de centro, da chamada social-democracia. E segundo, por causa da nossa própria experiência aqui no Maranhão. Governamos muito bem com PT e PSDB. Em algum momento, é imprescindível que haja retomada de diálogo dos dois principais partidos do país, que protagonizaram todas as eleições presidenciais desde a redemocratização.
Sem isso não há saída estável?
Sem isso não há saída estável. Não há dúvida, porque são forças políticas que, nas condições normais de temperatura e pressão, têm mais pontos em comum do que divergências.

Governador sob ameaça


Camilo Santana teria sido alertado do perigo pelo secretário da Justiça
O uso de celulares dentro dos presídios cearenses levantou uma nova polêmica envolvendo o governador Camilo Santana (PT). Por recomendação do secretário de Justiça e Cidadania, Hélio Leitão, Santana estaria propenso a desistir de instalar os aparelhos nas cadeias, por temer a reação violenta da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que hoje domina as penitenciárias e Casas de Privação Provisória da Liberdade, as CPPLs.
Camilo teria ordenado o envio de um projeto de lei à Assembleia Legislativa com o objetivo de ser implantado um sistema de bloqueio de sinal de telefona móvel (celulares) nas unidades do Sistema Penal, principalmente naqueles situados nos Municípios de Itaitinga, Aquiraz, Caucaia e Pacatuba, todos na Região Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), e onde estão instaladas cinco CPPLs e uma penitenciária.
No entanto, Leitão teria advertido o governador sobre os riscos de uma violenta reação do PCC caso os bloqueadores fossem instalados. Os bandidos teriam ameaçado uma retaliação sangrenta nas ruas da Capital, principalmente, como a queima de ônibus, “arrastões” e até chacinas caso esta medida venha a se concretizar.
Já aconteceu
No ano passado, o mesmo tipo de atitude aconteceu em Fortaleza, quando os detentos resolveram denunciar maus-tratos sofridos nas cadeias. Vários coletivos foram incendiados na cidade, num desafio à pasta da Segurança Pública. Um membro do PCC acabou preso.
Conforme os informes, a instalação dos equipamentos iria causar a ira dos chefes locais da facção criminosa e o secretário Leitão teria advertido Camilo Santana de que a própria segurança pessoal do chefe do executivo e de seus familiares ficaria em situação de risco.
Desde a semana passada o assunto domina a Imprensa local, mas o governo do Estado não se pronuncia sobre o caso, seguindo orientação do Palácio da Abolição. Delegados da Polícia Civil e oficiais da PM teriam recebido ordens superiores para também não se pronunciar a respeito.

Polícia prende casal acusado de comprar com dólares falsos e recupera mercadorias

Um casal de estrangeiros acusado de aplicar golpes em estabelecimentos comerciais em Francisco Beltrão foi preso na noite desta terça-feira (05).
Por volta das 20 horas uma equipe da Polícia Militar realizava patrulhamento pela Avenida Julio Assis Cavalheiro e avistaram o casal suspeito de aplicar golpes na cidade. Os dois foram detidos e identificados como sendo Omar Celorio Renmteria de origem Venezuelana e Ana Maria Montan da República Dominicana e um terceiro envolvido que fugiu em um veículo VW/Polo.
Com eles foram apreendidos cerca de cinco mil dólares falsos e 700 reais. O casal foi encaminhado ao 21º BPM e confessaram que estavam hospedados em um hotel na cidade de Marmeleiro.
Na sequência com apoio da Polícia Civil foi localizado no hotel, o terceiro envolvido identificado como Walter Marcos Sanchez Asencio de origem Peruana e apreendido o veículo Polo, com placas de São Paulo. No interior do carro foram encontrados os objetos que foram comprados na cidade de Francisco Beltrão e pago com moeda falsa.
Comerciantes foram informados e estiveram na sede do 21° BPM e reconheceram os golpistas.
Os envolvidos e o dinheiro foram encaminhados a Delegacia de Polícia Federal de Cascavel. O veículo e os objetos ficaram apreendidos no 21° BPM, a disposição da Polícia Federal. 

Mais um suposto traficante preso em Nerópolis.

Na tarde de ontem, dia 05/04 por volta das 13:00 horas a equipe da RP 7470(Subtenente Almir, Sargento Maquilaine e Cabo Nivaldo) foram acionados via COPOM acerca de uma denúncia anônima a respeito de um possível ponto de venda de drogas no Setor Sul em Nerópolis. Após diligências o local foi identificado e na rua S-07 Qd. 20 Lt. 08 Setor Sul, com o apoio da RP 7463(Subtenente Pereira e Sargento Oldevá), foi feita abordagem a dois indivíduos que se encontravam no local, um deles sendo morador da residência. Após buscas pela residência de um dos abordados foram encontradas várias anotações provavelmente da contabilidade da venda de drogas, uma caixinha com várias jóias, que o abordado não soube explicar sua origem, 07 porções de substâncias esverdeadas semelhante a maconha, 09 porções esbranquiçadas semelhante a Crack e uma quantia em dinheiro trocado, provavelmente proveniente da venda de drogas. Durante as buscas um terceiro indivíduo compareceu a residência e confessou que tinha o intuito de comprar 10 reais de maconha do morador da residência e afirmou também que tinha o costume de comprar drogas naquele local habitualmente. Todos os envolvidos juntamente com o material apreendido foram conduzidos a DP de Nerópolis para as providências cabíveis.
Fonte: Cabo Nivaldo - 3°Pelotao/23ªCIPM

A radiografia dos votos da comissão de impeachment

Levantamento feito pelo Globo mostra que 18 dos 65 integrantes do colegiado se dizem contrários ao afastamento da presidente; oposição teria 30 dos 33 votos necessários para a continuidade do processo contra a presidente Dilma; os indecisos são 17; parecer do relator Jovair Arantes será lido hoje e votado na próxima segunda-feira.