domingo, 24 de fevereiro de 2013

JOÃO BURACÃO DE CALDAS NOVAS E UM EDITORIAL MUITO BOM!


PARQUINHO DESMONTADO E FEIRA DO LUAR COM SEUS DIAS CONTADOS
Mais uma vez Caldas Novas esta sendo vitima de uma administração que só pensa em lotear e vender as poucas áreas publicas que restam em nossa cidade. Dessa vez a área que engloba Prefeitura, Feira do Luar esta entrando em negociata nas caladas das noites calorosas que a dias a gente vem enfrentando.
A informação vazou do descontentamento de um poderoso Império que não recebeu a fatia do bolo e agora ameaça por a boca no trombone, ou pode ser também no microfone.
ENTENDA O ESQUEMA
O pargos Clube foi comprado por um grupo que parece Prever o Futuro da nossa cidade, afinal o Futuro é agora, no esquema entrará área do pargos em permuta, ou melhor dizendo Barganha com a área da prefeitura mais os poços artesianos avaliados em quase 25 milhões, porem os preços que apareceram na tramoia, tanto dos poços mais aquela área total se quer chegam a 30 Milhões e a Câmara parece que vai votar e quando vão pagar por isso, sem contar que os valores que apareceram no contrato não chegará se quer a um terço do que foi avaliado. A área total da prefeitura mais a área da Feira do luar chegam a somar aproximadamente 20,000m² e toda avaliação é realizada em Dólares por m².
COMO SERÁ A PROMOÇÃO PARA OBSCURECER TODO ESQUEMA.

A proposta será a promoção de uma pedra fundamental para criação de um Hospital Regional no setor Parque das Brisas III, conhecido carinhosamente como setor dos Nordestinos e a Construção da sede da Prefeitura Modelos para melhor atender toda população. Todos nós sabemos que o postinho de Saúde se quer tem profissionais, a UPA funciona em situação precária o Hospital Municipal se quer tem condições dignas para receber paciente, mais ai é que esta o detalhes, eles vão usar esses argumentos obscurecendo os verdadeiros interesses pessoais.
Sabem aquela área onde foi construída a Praça Rui Barbosa no setor Itaguai III? Ao passarem por lá verão que a praça foi construída apenas em 70% da área total sabem porque?
na época do perfeito que mais parece ser corretor de Imóvel os 30% daquela área foi negociada em votação na Câmara e pertence a um Ex-presidente daquela casa de Leis que entrou na Justiça requerendo uma indenização se a Prefeitura quiser requerer aquela área num valor aproximadamente de 1,5 Milhão de Reais.
É imoral uma cidade que tem uma área e doa, faz negociatas e quando necessita de uma área para construção de um ESF, ou seja, ESTRATÉGIA DA SAÚDE FAMILIAR, tem que ser feito outra negociata favorecendo os mais chegados. Bem que ali poderia sim ter construído um ESF, ao lado daquela praça beneficiando mais de 6 mil Famílias que ali residem mais CaiU não mãos do Cai cai balão cai cai balão.
FIQUEM DE OLHO QUANDO VIEREM COM AHISTÓRIA DE HOSPITAL REGIONAL DIGAM ASSIM VAMOS CONCLUIR O COLÉGIO DO CALDAS DO OESTE, A CHECHE DO ITAICI, DO PARQUE REAL, AQUI NÃO LALAU..

PASTOR VAI PARA A PRISÃO


Valdivino Oliveira foi condenado a 15 anos de prisão (Arquivo)


O pastor Valdivino Oliveira,58, abusou sexualmente de duas crianças no mês de Outubro passado.
Na época, quando foi dada a voz de prisão ao pastor ele tentou suicídio furando o corpo com um espeto de churrasco. Levado ao hospital o pastor Valdivino foi operado e, por várias vezes, tentou abrir a cirurgia. Valdivino Oliveira que ao invés de anunciar o reino de Deus abusava sexualmente de crianças vai agora amargar 15 anos de cadeia. O pastor tarado já está no presídio público de Parintins.

MOTO E CARRO FRENTE A FRENTE



Colisão de carro e moto provoca explosão:


 Uma moto Honda modelo Titan de placa JXP-7813, colidiu de frente com um Chevrolet Corsa Sedan táxi de placa JXY-8355, arremessando os ocupantes da moto a 40 metros de distância. Com o impacto, os dois veículos explodiram. Segundo algumas testemunhas, eram quatro os envolvidos no acidente - ocorrido na manhã deste domingo na Estrada do Puraquequara, em Manaus -  o motorista do táxi e os ocupantes da moto:  dois homens e uma mulher.
Após o impacto os dois veículos incendiaram e o motorista do táxi conseguiu sair a tempo, mas muito ferido. Das vítimas da moto, somente a mulher sobreviveu (a única que estava de capacete), mas teve o seu braço e perna decepados. Foi atendida no local do acidente por equipes do SAMU. A polícia ainda procura identificar os mortos, uma vez que não foram encontrados documentos junto aos corpos, cobertos com lençóis pelos moradores do local.

HOMICÍDIO EM MACAPÁ-AP

Foi por volta das 04h40min da madrugada deste sábado  aconteceu mais  um homicídio na Capital. A vítima foi o EDVAL FERNANDES COELHO QUEIROZ (40), que residia na Av. Marcílio Dias, no Laguinho,,em macapá, Ele  foi vítima de cinco tiros de revólver sendo o mais grave um na cabeça, praticado por um homem até agora desconhecido, que fugiu logo após o crime que aconteceu em frente a casa da vítima, quando o mesmo acabava de chegar com a esposa dele, que saltou do carro e foi abrir o portão e a porta da casa, momento em que o homem se aproximou do Edval que estava dentro do carro e acabou sendo executado. A policia já tem um suspeito do homicídio. É que no ano passado a vítima registrou um B.O no CIOSP do Pacoval sobre ameaça de morte que vinha sofrendo por um elemento cujo o nome a polícia declinou para a nossa reportagem.

LULA É VENCEDOR EM TUDO QUE PARTICIPA

Depois de vencer o câncer e as eleições em São Paulo, Lula está pronto para elevar ainda mais a temperatura da política brasileira; acreditem, ficou do jeito que ele gosta

Goste-se ou não, Lula saiu mais vivo do nunca de um tormentoso, especialmente para ele, 2012. O cabra atravessou a virada do ano passado com diagnóstico de câncer e sem qualquer garantia médica de que poderia se curar. Na política, tinha um candidato a prefeito de São Paulo que, sem exceção, dez entre dez analistas gargalhavam sobre as chances de vencer a eleição. Mirava, a curta distância, um rumoroso julgamento no Supremo Tribunal Federal do qual, mesmo sem ser réu, seria colocado no miolo da fogueira.

Lula venceu o câncer, elegeu Haddad e... ia passando incólume pelo chamado processo do mensalão quando, na prorrogação, para usar uma imagem futebolística, novas denúncias do publicitário Marcos Valério, feitas à guisa de obter os benefícios da delação premiada, o alcançaram aos olhos da mídia tradicional. Tudo o que Lula menos precisava – um escândalo decorrupção na engrenagem que ele próprio montou no escritório da Presidência da República em São Paulo, com a então chefe de Gabinete Rosemary Noronha na chave-mestra – também eclodiu.

"E pur", como diria Galilleo Galilei, Lula "si muove". Está vivo. Ativo. Pautando o jogo político. No momento em que parecia mais acuado, o ex-presidente, na França, tratou de baixar a pedra da própria candidatura à Presidência da República. Uma verdadeira ameaça aos adversários, não apenas um desafio. Ainda mais porque combinado com a manutenção da aliança com a presidente Dilma Rousseff que, na outra ponta desse jogo de dominó, também manteve sua candidatura. Com os dois extremos ocupados, não há espaço visível hoje para um terceiro jogador para 2014.

Acredita-se que 2013 será um ano de novas agruras para Lula. Mas será mesmo? As denúncias de Marcos Valério – e já há pronunciamento do Supremo neste sentido – deverão ser tratadas a partir da primeira instância judicial. O ecos e reverberações na mídia tradicional desse processo serão os de sempre – com muita tinta na Folha de S. Paulo, papel na revista Vejae reportagens de Jornal Nacional, para citar o trio de ferro do sistema de comunicação do Brasil.

Pode ser, assim, que 2013 seja apenas mais um dos tantos anos de luta que Lula já enfrentou. Ele mesmo gostou dessse cenário projetado, abrindo as comportas para a entrada no mar dos sertões brasileiros das suas Caravanas da Cidadania. Podem falar o que quiserem mas, de saída, será profundamente emocionante.

Preparado para lutar contra "tudo o que está aí", como antigamente, com motes populares como o resgatado 'Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo', o ex-presidente será aquele que vai elevar os termômetros da política brasileira às alturas. Bem do jeito que ele gosta.

OS LULOFÓBICOS



Lula é, certamente, o homem mais odiado pelo chamado 1%, para usar a já histórica expressão do Movimento Ocupe Wall St. (Para os 99%, o posto é de Serra, com o surgimento de uma concorrência potencial em Joaquim Barbosa, o Batman.)

É impressionante o júbilo com que é celebrada pelo 1% qualquer notícia que possa servir de munição contra Lula, o lulismo, o lulo-petismo e outras designações criadas pelos obsequiosos porta-vozes de um grupo pequeno mas barulhento que torce e trabalha para que o Brasil jamais se torne uma Dinamarca, ou uma Noruega, ou uma Finlândia.

São sociedades harmoniosas, não divididas entre 1% e 99%, como o Brasil. Apenas para registro, o Brasil campeão mundial da desigualdade – com todos os problemas decorrentes disso, a começar pela criminalidade – foi obra exatamente deste grupo.

O Estado brasileiro foi durante décadas uma babá do 1%. Calotes em bancos públicos eram sistematicamente aliviados em operações entre amigos – mas com o dinheiro do contribuinte. Cresci, como jornalista, nos anos 1980, com o Jornal do Brasil transformando dívidas com o Banco do Brasil em anúncios.

Este é apenas um caso.

O BNDES foi sequestrado, também, pelo 1%: a inépcia administrativa de tantas empresas familiares malacostumadas pela reserva de mercado era premiada com operações de socorro financeiro. Sempre com o dinheiro do contribuinte.

Apenas para registro também, lembremos que a reserva de mercado sobrevive ainda – não me pergunte por que – na mídia que tanto clama por competição, mas para os outros.

O 1% detesta Lula, não porque Lula tenha nove dedos, ou seja metalúrgico, ou fale errado, ou torça pelo Corinthians. Detesta Lula porque ele não representa o 1%. Se representasse, todos os seus defeitos seriam tratados como virtudes.

Não votei em Lula nem em 2002 e nem em 2006. Portanto, não tenho mérito nenhum na sua chegada à presidência e na consequente, e fundamental, mudança de foco do governo – ainda que cheia de erros — rumo aos 99%.

Mas não sou cego para não enxergar o avanço. O maior problema do Brasil – a abjeta desigualdade social – começou ao menos a ser enfrentado sob Lula.

Hoje, quando homens públicos em todo o mundo elegem a desigualdade social como o mal maior a debelar, parece óbvio que Lula tinha mesmo que prestigiar os 99% ao se tornar presidente.

Mas nenhum presidente na era moderna nacional viu o óbvio. Mesmo ao erudito poliglota Fernando Henrique Cardoso – de quem ninguém pode subtrair o mérito por derrubar a inflação – escapou o óbvio. Tente encontrar alguma fala de FHC, na presidência, sobre o drama da iniquidade social. Em qualquer uma das múltiplas línguas que ele domina. Zero.

É dentro desse quadro de colossal ódio a Lula que se deve entender a forma com quem está sendo tratado o caso de Rosemary Nóvoa de Noronha, indiciada por corrupção pela Polícia Federal em suas funções como chefe do escritório do gabinete da presidência em São Paulo.

Rosemary foi demitida imediatamente por Dilma, e agora vai responder pelas suas supostas delinquências, como um cruzeiro e uma plástica na faixa, pelo que foi noticiado.

Mas ela é personagem secundária na chamada Operação Porto Seguro. O protagonista é Lula, que a indicou. Nos artigos sobre a história, Lula ocupa o pedestal. “A mulher do Lula”, escreveu alguém.

Rosemary é uma escada pela qual, mais uma vez, se tenta pegar Lula. Estaria Lula envolvido na plástica suspeita de Rosemary? E no cruzeiro? O dinheiro terá vindo do valerioduto?

Chega a ser engraçado.

Tenho para mim o seguinte. Se os lulofóbicos dedicassem parte da energia que consomem em odiá-lo na procura honesta de formas de convencer os eleitores de que são mais capazes que Lula para combater a desigualdade social, eles já estariam no Planalto a esta altura, e do jeito certo, numa democracia: pelas urnas.

A MÍDIA BRASILEIRA TRABALHA CONTRA O BRASIL


Os textos de Demétrio Magnoli, Ricardo Noblat, Merval Pereira, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Eliane Catanhede, entre outros, são fontes preciosas para as futuras gerações de jornalistas e estudiosos da comunicação entenderem o que Perseu Abramo chamou apropriadamente de “padrões de manipulação” na mídia brasileira.

Por Jaime Amparo Alves*

Os brasileiros no exterior que acompanham o noticiário brasileiro pela internet têm a impressão de que o país nunca esteve tão mal. Explodem os casos de corrupção, a crise ronda a economia, a inflação está de volta, e o país vive imerso no caos moral. Isso é o que querem nos fazer crer as redações jornalísticas do eixo Rio – São Paulo. Com seus gatekeepers escolhidos a dedo, Folha de S. Paulo, Estadão, Veja e O Globo investem pesadamente no caos com duas intenções: inviabilizar o governo da presidenta Dilma Rousseff e destruir a imagem pública do ex-presidente Lula da Silva. Até aí nada novo.

Tanto Lula quanto Dilma sabem que a mídia não lhes dará trégua, embora não tenham – nem terão – a coragem de uma Cristina Kirchner de levar a cabo uma nova legislação que democratize os meios de comunicação e redistribua as verbas para o setor. Pelo contrário, a Polícia Federal segue perseguindo as rádios comunitárias e os conglomerados de mídiaGlobo/Veja celebram os recordes de cotas de publicidade governamentais. O PT sofre da síndrome de Estocolmo (aquela na qual o sequestrado se apaixona pelo sequestrador) e o exemplo mais emblemático disso é a posição de Marta Suplicy como colunista de um jornal cuja marca tem sido o linchamento e a inviabilização política das duas administrações petistas em São Paulo.

O que chama a atenção na nova onda conservadora é o time de intelectuais e artistas com uma retórica que amedronta. Que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso use a gramática sociológica para confundir os menos atentos já era de se esperar, como é o caso das análises de Demétrio Magnoli, especialista sênior da imprensa em todas as áreas do conhecimento. Nunca alguém assumiu com tanta maestria e com tanta desenvoltura papel tão medíocre quanto Magnoli: especialista em políticas públicas, cotas raciais, sindicalismo, movimentos sociais, comunicação, direitos humanos, política internacional… Demétrio Magnoli é o porta-voz maior do que a direita brasileira tem de pior, ainda que seus artigos não resistam a uma análise crítica.

Agora, a nova cruzada moral recebe, além dos já conhecidos defensores dos “valores civilizatórios”, nomes como Ferreira Gullar e João Ubaldo Ribeiro. A raiva com que escrevem poderia ser canalizada para causas bem mais nobres se ambos não se deixassem cativar pelo canto da sereia. Eles assumiram a construção midiática do escândalo, e do que chamam de degenerescência moral, com o fato. E, porque estão convencidos de que o país está em perigo, de que o ex-presidente Lula é a encarnação do mal, e de que o PT deve ser extinguido para que o país sobreviva, reproduzem a retórica dos conglomerados de mídia com uma ingenuidade inconcebível para quem tanto nos inspirou com sua imaginação literária.

Ferreira Gullar e João Ubaldo Ribeiro fazem parte agora daquela intelligentsia nacional que dá legitimidade científica a uma insidiosa prática jornalística que tem na Veja sua maior expressão. Para além das divergências ideológicas com o projeto político do PT – as quais eu também tenho -, o discurso político que emana dos colunistas dos jornalões paulistanos/cariocas impressiona pela brutalidade. Os mais sofisticados sugerem que a exemplo de Getúlio Vargas, o ex-presidente Lula cometa suicídio; os menos cínicos celebraram o “câncer” como a única forma de imobilizá-lo. Os leitores de tais jornais, claro, celebram seus argumentos com comentários irreproduzíveis aqui.

Quais os limites da retórica de ódio contra o ex-presidente metalúrgico? Seria o ódio contra o seu papel político, a sua condição nordestina, o lugar que ocupa no imaginário das elites? Como figuras públicas tão preparadas para a leitura social do mundo se juntam ao coro de um discurso tão cruel e tão covarde já fartamente reproduzido pelos colunistas de sempre? Se a morte biológica do inimigo político já é celebrada abertamente – e a morte simbólica ritualizada cotidianamente nos discursos desumanizadores – estaríamos inaugurando uma nova etapa no jornalismo lombrosiano?

Para além da nossa condenação aos crimes cometidos por dirigentes dos partidos políticos na era Lula, os textos de Demétrio Magnoli, Marco Antonio Villa, Ricardo Noblat , Merval Pereira, Dora Kramer, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Eliane Catanhede, além dos que agora se somam a eles, são fontes preciosas para as futuras gerações de jornalistas e estudiosos da comunicação entenderem o que Perseu Abramo chamou apropriadamente de “padrões de manipulação” na mídia brasileira. Seus textos serão utilizados nas disciplinas de ontologia jornalística não apenas com o exemplos concretos da falência ética do jornalismo tal qual entendíamos até aqui, mas também como sintoma dos novos desafios para uma profissão cada vez mais dominada por uma economia da moralidade que confere legitimidade a práticas corporativas inquisitoriais vendidas como de interesse público.

O chamado “mensalão” tem recebido a projeção de uma bomba de Hiroshima não porque os barões da mídia e os seus gatekeepers estejam ultrajados em sua sensibilidade humana. Bobagem! Tamanha diligência não se viu em relação à série de assaltos à nação empreendidos no governo do presidente sociólogo! A verdade é que o “mensalão” surge como a oportunidade histórica para que se faça o que a oposição – que nas palavras de um dos colunistas da Veja “se recusa a fazer o seu papel” – não conseguiu até aqui: destruir a biografia do presidente metalúrgico, inviabilizar o governo da presidenta Dilma Rousseff e reconduzir o projeto da elite ‘sudestina’ ao Palácio do Planalto.

Minha esperança ingênua e utópica é que o Partido dos Trabalhadores aprenda a lição e leve adiante as propostas de refundação do país abandonadas com o acordo tácito para uma trégua da mídia. Não haverá trégua, ainda que a nova ministra da Cultura se sinta tentada a corroborar com o lobby da Folha de S. Paulo pela lei dos direitos autorais, ou que o governo Dilma continue derramando milhões de reais nos cofres das organizações Globo Abril via publicidade oficial. Não é o PT, o Congresso Nacional ou o governo federal que estão nas mãos da mídia.

Somos todos reféns da meia dúzia de jornais que definem o que é notícia, as práticas de corrupção que merecem ser condenadas, e, incrivelmente, quais e como devem ser julgadas pela mais alta corte de Justiça do país. Na última sessão do julgamento da ação penal 470, por exemplo, um furioso ministro-relator exigia a distribuição antecipada do voto do ministro-revisor para agilizar o trabalho da imprensa (!). O STF se transformou na nova arena midiática onde o enredo jornalístico do espetáculo da punição exemplar vai sendo sancionado.

Depois de cinco anos morando fora do país, estou menos convencido por que diabos tenho um diploma de jornalismo em minhas mãos. Por outro lado, estou mais convencido de que estou melhor informado sobre o Brasil assistindo à imprensa internacional. Foi pelas agências de notícias internacionais que informei aos meus amigos no Brasil de que a política externa do ex-presidente metalúrgico se transformou em tema padrão na cobertura jornalística por aqui. Informei-lhes que o protagonismo político do Brasil na mediação de um acordo nuclear entre Irã e Turquia recebeu atenção muito mais generosa da mídia estadunidense, ainda que boicotado na mídia nacional. Informei-lhes que acompanhei daqui o presidente analfabeto receber o título de doutor honoris causa em instituições européias, e avisei-lhes que por causa da política soberana do governo do presidente metalúrgico, ser brasileiro no exterior passou a ter uma outra conotação. O Brasil finalmente recebeu um status de respeitabilidade e o presidente nordestino projetou para o mundo nossa estratégia de uma America Latina soberana.

Meus amigos no Brasil são privados do direito à informação e continuarão a ser porque nem o governo federal nem o Congresso Nacional estão dispostos a pagar o preço por uma “reforma” em área tão estratégica e tão fundamental para o exercício da cidadania. Com 70% de aprovação popular, e com os movimentos sociais nas ruas, Lula da Silva não teve coragem de enfrentar o monstro e agora paga caro por sua covardia.Terá a Dilma coragem com aprovação semelhante, ou nossa meia dúzia de Murdochs seguirão intocáveis sob o manto da liberdade de e(i)mprensa?

*Jaime Amparo Alves é jornalista, doutor em Antropologia Social, Universidade do Texas em Austin –amparoalves@gmail.com

LEONARDO BOFF, ESSE DEVERIA SER O PAPA


Quem acompanhou o noticiário dos últimos dias acerca dos escândalos dentro do Vaticano, trazidos ao conhecimento pelos jornais italianos “La Repubblica” e o “La Stampa”, referindo um relatório com trezentas páginas, elaborado por três Cardeais provectos sobre o estado da cúria vaticana deve, naturalmente, ter ficado estarrecido. Posso imaginar nossos irmãos e irmãs piedosos que, fruto de um tipo de catequese exaltatória do Papa como “o doce Cristo na Terra” devam estar sofrendo muito, pois amam o justo, o verdadeiro e o transparente e jamais quereriam ligar sua figura a notórios malfeitos de seus assistentes e cooperadores.

O conteúdo gravíssimo destes relatórios reforçaram, no meu entender, a vontade do Papa de renunciar. Ai se comprovava uma atmosfera de promiscuidade, de luta de poder entre “monsignori”, de uma rede de homossexualismo gay dentro do Vaticano e desvio de dinheiro do Banco do Vaticano. Como se não bastassem os crimes de pedofilia em tantas dioceses que desmoralizaram profundamente a instituição-Igreja.

Quem conhece um pouco a história da Igreja – e nós profissionais da área temos  que estuda-la detalhadamente- não se escandaliza. Houve épocas de verdadeiro descalabro do Pontificado com Papas adúlteros, assassinos e vendilhões. A partir do Papa Formoso (891-896) até o Papa Silvestre (999-1003) se instaurou segundo o grande historiador Card. Barônio a “era pornocrática” da alta hierarquia da Igreja. Poucos Papas escapavam de serem depostos ou assassinados. Sergio III (904-911) assassinou seus dois predecessores, o Papa Cristóvão e Leão V.

A grande reviravolta na Igreja como um todo, aconteceu, com consequências para toda a história ulterior, com o Papa Gregório VII em 1077. Para defender seus direitos e a liberdade da instituição-Igreja contra reis e príncipes que a manipulavam, publicou um documento que leva este significativo título “Dictatus Papae” que literalmente traduzido significa “a Ditadura do Papa”. Por este documento, ele assumia todos os poderes, podendo julgar a todos sem ser julgado por ninguém. O grande historiador das idéias eclesiológicas Jean-Yves Congar, dominicano, considera a maior revolução acontecida na Igreja. De uma Igreja-comunidade passou a ser uma instituição-sociedade monárquica e absolutista, organizada de forma piramidal e que vem até os dias atuais.

Efetivamente, o cânon 331 do atual Direito Canônico se liga a esta compreensão, atribuindo ao Papa poderes que, na verdade, não caberiam a nenhum mortal, senão somente a Deus: ”Em virtude de seu ofício, o Papa tem o poder ordinário, supremo, pleno, imediato, universal” e em alguns casos precisos, “infalível”.

Esse eminente teólogo, tomando a minha defesa face ao processo doutrinário movido pelo Card. Joseph Ratzinger em razão do livro “Igreja:carisma e poder” escreveu um artigo no “La Croix”(8/9/1984) sobre o “O carisma do poder central”. Ai escreve:”O carisma do poder central é não ter nenhuma dúvida. Ora, não ter nenhuma dúvida sobre si mesmo é, a um tempo, magnífico e terrível. É magnífico porque o carisma do centro consiste precisamente em permanecer firme quando tudo ao redor vacila. E é terrível porque em Roma estão homens que tem limites, limites em sua inteligência, limites em seu vocabulário, limites em suas referencias, limites no seu ângulo de visão”. E eu acrescentaria ainda limites em sua ética e moral.

Sempre se diz que a Igreja é “santa e pecadora” e deve ser “sempre reformada”. Mas não é o que ocorreu durante séculos nem após o explícito desejo do Concílio Vaticano II e do atual Papa Bento XVI. A instituição mais velha do Ocidente incorporou privilégios, hábitos, costumes políticos palacianos e principescos, de resistência e de oposição que praticamente impediu ou distorceu todas as tentativas de reforma.

Só que desta vez se chegou a um ponto de altíssima desmoralização, com práticas até criminosa que não podem mais ser negadas e que demandam mudanças fundamentais no aparelho de governo da Igreja. Caso contrário, este tipo de institucionalidade tristemente envelhecida e crepuscular definhará até entrar em ocaso. Os atuais escândalos sempre houveram na cúria vaticana apenas que não havia um providencial Vatileaks para  trazê-los a público e indignar o Papa e a maioria dos cristãos.

Meu sentimento do mundo me diz que  estas perversidades no espaço do sagrado e no centro de referencia para toda a cristandade – o Papado – (onde deveria primar a virtude e até a santidade) são consequência desta centralização absolutista do poder papal.  Ele faz de todos vassalos, submissos  e ávidos por estarem fisicamente perto do portador do supremo poder, o Papa. Um poder absoluto, por sua natureza, limita e até nega a liberdade dos outros, favorece a criação de grupos de anti-poder, capelinhas de burocratas do sagrado contra outras, pratica  largamente a simonía que é compra e venda de vantagens, promove  adulações e destrói os mecanismos da transparência. No fundo, todos desconfiam de todos. E cada qual procura a satisfação pessoal da forma que melhor pode. Por isso, sempre foi problemática a observância do celibato dentro da cúria vaticana, como se está revelando agora com a existência de uma verdadeira rede de prostituição gay.

Enquanto esse poder não se descentralizar e  não outorgar mais participação de todos os estratos do povo de Deus, homens e mulheres, na condução dos caminhos da Igreja o tumor causador desta enfermidade perdurará. Diz-se que Bento XVI passará a todos os Cardeais o referido relatório para cada um saber que problemas irá enfrentar caso seja eleito Papa. E a urgência que terá de introduzir radicais transformações. Desde o tempo da Reforma que se ouve o grito: ”reforma na Cabeça e nos membros”. Porque nunca aconteceu, surgiu  a Reforma como gesto desesperado dos reformadores de fazerem por própria conta tal empreendimento.

Para ilustração dos cristãos e dos interessados em assuntos eclesiásticos, voltemos à questão dos escândalos. A intenção é desdramatizá-los, permitir que se tenha uma noção menos idealista e, por vezes, idolátrica da hierarquia e da figura do Papa e libertar a liberdade para a qual Cristo nos chamou (Galatas 5,1). Nisso não vai nenhum gosto pelo Negativo nem vontade de acrescentar desmoralização sobre desmoralização. O cristão tem que ser adulto, não pode se deixar infantilizar nem permitir que lhe neguem conhecimentos em teologia e em história para dar-se conta de quão humana e demasiadamente humana pode ser a instituição que nos vem dos Apóstolos.

Há uma longa tradição teológica que se refere à Igreja como casta meretriz,  tema abordado detalhadamente por um grande teólogo, amigo do atual Papa, Hans Urs von Balthasar (ver em Sponsa Verbi,  Einsiedeln 1971, 203-305). Em várias ocasiões o teólogo J. Ratzinger se reportou a esta denominação. A Igreja é uma meretriz que toda noite se entrega à prostituição; é casta  porque Cristo, cada manhã se compadece dela, a lava e a ama.

O  habitus meretrius da instituição, o vício do meretrício, foi duramente criticado pelos Santos Padres da Igreja como Santo Ambrósio, Santo Agostinho, São Jerônimo e outros. São Pedro Damião chega a chamar o referido Gregório VII de “Santo Satanás” (D. Romag, Compêndio da história da Igreja, vol 2, Petrópolis 1950,p.112). Essa denominação dura nos remete àquela de Cristo dirigida a Pedro. Por causa de sua profissão de fé o chama “de pedra”mas por causa de sua pouca fé e de não entender os desígnios de Deus o qualificou de “Satanás”(Evangelho de Mateus 16,23). São Paulo parece um moderno falando quando diz a seus opositores com fúria: ”oxalá sejam castrados todos os que vos perturbam”(Gálatas 5.12).

Há portanto, lugar para a profecia na Igreja e para a denúncias dos malfeitos que podem ocorrer no meio eclesiástico e também no meio dos fiéis.

Vou referir outro exemplo tirado de um santo querido da maioria dos católicos brasileiros, por sua candura e bondade: Santo Antônio de Pádua. Em seus sermões, famosos na época, não se mostra  nada doce e gentil. Fez vigorosa crítica aos prelados devassos de seu tempo. Diz ele: “os bispos são cachorros sem nenhuma vergonha, porque sua frente tem cara de meretriz e por isso mesmo não querem criar vergonha”(uso a edição crítica em latim publicada em Lisboa em 2 vol em 1895). Isto foi proferido no sermão do quarto domingo depois de Pentecostes ( p. 278). De outra vez,  chama os prelados de “macacos no telhado, presidindo dai o povo de Deus”(op cit  p. 348).  E continua:” o bispo da Igreja é um escravo que pretende reinar, príncipe iniquo, leão que ruge, urso faminto de rapina que espolia o povo pobre”(p.348). Por fim na festa de São Pedro ergue a voz e denuncia:”Veja que Cristo disse três vezes: apascenta e nenhuma vez tosquia e ordenha… Ai daquele que não apascenta nenhuma vez e tosquia e ordena três ou mais vezes…ele é um dragão ao lado da arca do Senhor que não possui mais que aparência e não a verdade”(vol. 2, 918).

O teólogo Joseph Ratzinger explica o sentido deste tipo de denúncias proféticas:” O sentido da profecia reside, na verdade, menos em algumas predições do que no protesto profético: protesto contra a auto-satisfação das instituições, auto-satisfação que substitui a moral pelo rito e a conversão pelas cerimônias” (Das neue Volk Gottes,  Düsseldorf 1969, p. 250, existe tradução português).

Ratzinger critica com ênfase a separação que fizemos com referencia à figura de Pedro: antes da Páscoa, o traidor; depois de Pentecostes, o fiel. “Pedro continua vivendo esta tensão do antes e do depois; ele continua sendo as duas coisas: a pedra e o escândalo… Não aconteceu, ao largo de toda a história da Igreja, que o Papa, simultaneamente, foi o sucessor de Pedro, a “pedra” e o “escândalo”(p. 259)?

Aonde queremos chegar com tudo isso? Queremos chegar ao reconhecimento de que a igreja- instituição de papas, bispos e padres, é feita de homens que podem trair, negar e fazer do poder religioso negócio e instrumento de autosatisfação. Tal reconhecimento é terapêutico, pois nos cura de toda uma ideologia idolátrica ao redor da figura do Papa, tido como praticamente infalível. Isso é visível em setores conservadores e fundamentalista de movimentos católicos leigos e também de grupos  de padres. Em alguns vigora uma verdadeira papolatria que Bento XVI procurou sempre evitar.

A crise atual da Igreja  provocou a renúncia de um Papa que se deu conta de que não tinha mais o vigor necessário para sanar escândalos de tal gravidade. “Jogou a toalha” com humildade. Que outro mais jovem venha a assuma a tarefa árdua e dura de limpar a corrupção da cúria romana e do universo dos pedófilos, eventualmente puna, deponha e envie alguns mais renitentes para algum convento para fazer penitência e se emendar de vida.

Só quem ama a Igreja pode fazer-lhe as críticas que lhe fizemos, citando textos de autoridade clássicas do passado. Quem deixou de amar a pessoa um dia amada, se torna indiferente à sua vida e destino. Nós nos interessamos à semelhança do amigo e  de irmão de tribulação Hans Küng, (foi condenado pela ex-Inquisição) talvez um dos teólogos  que mais ama a Igreja e por isso a critica.          

Não queremos que cristãos cultivem este sentimento de  de descaso e de indiferença. Por piores que tenham sido seus erros e equívocos históricos, a instituição-Igreja guarda a memória sagrada de Jesus e a gramática dos evangelhos. Ela prega libertação, sabendo que geralmente são outros que libertam e não ela.

Mesmo assim vale estar dentro dela, como estavam São Francisco, Dom Helder Câmara, João XXIII e os notáveis teólogos que ajudaram a fazer o Concílio Vaticano II e que antes haviam sido todos condenados pela ex-Inquisição, como De Lubac, Chenu, Congar,  Rahner e outros. Cumpre  ajuda-la a sair deste embaraço, alimentando-nos mais do sonho de Jesus de um Reino de justiça, de paz e de reconciliação com Deu e do seguimento de sua causa e destino do que de simples e justificada indignação que pode cair facilmente no farisaísmo e no moralismo. 

Por Leonardo Boff  

Mais reflexões desta ordem se encontram no meu Igreja: carisma e poder  (Record 2005) especialmente no Apêndice com todas a atas do processo havido no interior da ex-Inquisição em 1984.

A VERDADE SOBRE YOANI SÁNCHEZ


O jornalista brasileiro Altamiro Borges publicou uma caracterização da multipremiada blogger que se soma à informação que nos últimos dias vários espaços alternativos do Brasil têm difundindo sobre este mediático personagem.
Complementando o trabalho de Altamiro, quem preside o Centro de Estudos de Meios Alternativos Barão de Itararé na cidade de São Paulo e é autor, entre outros títulos, do livro A ditadura da mídia, e de outros jornalistas brasileiros, La pupila Insomne elaborou este dossiê.

1. Empregada da SINA:

- Yoani Sánchez (YS) se reúne frequentemente e recebe instruções da Repartição de Interesses dos EUA (SINA) em Havana.

Além das fotografias e vídeos que documentou a imprensa cubana, Wikileaks publicou vários cabogramas que registram, desde 2008, reuniões de YS com funcionários da SINA em Havana.

Em pelo menos 11 cabogramas não censurados e emitidos desde o Escritório de Washington em Cuba, há referências a reuniões com a blogger e intercâmbio de informação dela com diplomatas dessa embaixada [1].

- A SINA conspirou com YS e executou a fraude da falsa entrevista a Barack Obama.

Segundo cabograma emitido desde a SINA no dia 28 de agosto de 2009, as respostas da publicitária “entrevista” foram redigidas por funcionários da Repartição de Interesses dos Estados Unidos. Quatro meses depois, o texto retornou para a sede diplomática enviado pela Casa Branca, com um alto por cento de coincidência entre a resposta e a versão original, incluindo quase exatamente a mesma introdução na qual Obama felicitaria a Sánchez pelo prêmio María Moors Cabot, da Universidade de Columbia.

O cabograma de 28 de agosto também incluía as perguntas que a “jornalista” enviaria ao presidente cubano Raúl Castro – coisa que nessa data ainda não tinha feito [2].

- A diplomacia estadunidense promove e dirige a blogger Yoani Sánchez como uma alternativa crível para dissidência tradicional.

O Chefe da SINA em Havana, Jonathan Farrar, escreveu ao Departamento de Estado em 9 de abril de 2009 e revelou Wikileaks: ”Pensamos que a jovem geração de dissidentes não tradicionais, como Yoani Sánchez, pode desempenhar um papel em longo prazo em uma Cuba pós-Castro”. Nesse cabograma, Farrar aconselha ao Departamento de Estado que concentre seus esforços nesta dissidente e lhe ofereça mais apoio [3].

- O discurso de YS está ligado à política de Washington para Cuba, e ela tem admitido abertamente esta subordinação:

“Os Estados Unidos desejam uma mudança de governo em Cuba, mas é também o que eu desejo.” (Declarações a Salim Lamrani, publicadas em Rebelión a partir de 15 de abril de 2010, em duas parteshttp://www.rebelion.org/noticia.php?id=104205. Se pode aceder também a fragmentos do áudio da entrevista)

- Sua figura é sobredimensionada continuamente pelo Departamento de Estado, instituição que destina 20 milhões de dólares anuais à subversão em Cuba e privilegia neste fundo o uso das novas tecnologias e a criação de líderes nas redes sociais.

A Secretária de Estado tem feito referência diretamente a YS ao menos em um discurso todos os anos, desde 2009 até 2011. Em 9 de novembro de 2009, seu escritório fez uma declaração por ocasião de um falso “assalto” contra bloggers cubanos; em 3 de maio de 2010, Clinton a elogiou durante a homenagem pelo Dia da Liberdade de Imprensa, e em março de 2011, lhe fez homenagem no 2011 International Women of Courage Awards.

No entanto, nenhum dos jornalistas e bloggers registrados no Barômetro 2012 de Repórteres sem Fronteiras é cubano:

O Barômetro de Repórteres Sem Fronteiras resenha “os ataques físicos, assassinatos e encarceramentos de jornalistas, como atentados contra escritórios de meios de comunicação, mecanismos de censura e confiscação de jornais”, segundo a organização internacional com sede central em Paris e que historicamente não tem sido benévola com Cuba.

O Barômetro de 2012 de RSF, que é atualizado cada ano, identifica 306 jornalistas e ciberdissidentes mortos e presos, para os que o Departamento de Estado não tem prestado a mais mínima atenção. De fato não ha referência a nenhuma dessas pessoas na página oficial http://www.state.gov, mas quem fizer ali uma busca do nome “Yoani Sanchez” encontrará listados 11 relatórios e declarações, desde 2008 até a data, emitidas por essa instituição[4].

2. Falsa líder:

- Segundo uma enquete realizada pela SINA e revelada por Wikileaks, YS é conhecida só por um 2% dos que responderam a enquete. O “opositor” mais conhecido na Ilha é Luis Posada Carriles, segundo a sondagem. [5]

- O blog Generación Y, principal meio de expressão da blogger, não tem nenhum impacto na audiência cubana.

O blog não está bloqueado em Cuba e, no entanto, o tráfico desde a Ilha é insignificante, segundo medidores especializados na web como Alexa.com. Veja desde onde se acede ao blog (o rank é o lugar que ocupa em cada país, de acordo com o tráfico dos usuários locais):

- Seu blog não é um referente internacional para consultar os temas de Cuba, apesar dos enormes recursos técnicos, a maquinaria publicitária que tem a sua disposição e as versões em 21 idiomas deste blog.
Veja uma comparação do tráfego, segundo Alexa.com, entre o blog Generacion Y, Cubadebate e Juventud Rebelde, os jornais mais visitados na Ilha. Em azul, Generación Y:

Outra comparação: segundo Alexa, o blog ocupa o lugar 99, 444 a nível mundial. Alexa é o sistema mais profissional na Internet para conhecer o ranking da web e registra o comportamento do tráfego de mais de 5 milhões de sítios indexados por Google. Valora o domínio primário, neste caso desdecuba.com.
Para ter uma ideia do que significa o número 99 444: o site web do jornal O Povo, de Fortaleza, situa-se no lugar 14 043. A distância entre um e outro é abismal, não só em posição na web, senão nos recursos que recebe. [6]

3.-Falsa experta e falsa libertária
- Sua ignorância sobre a história e a realidade cubana é proverbial.

É extenso seu ciberbestiário. Reproduzimos algumas frases da entrevista concedida a Salim Lamrani:
- (a Lei de Ajuste Cubano dos EUA contra Cuba não é ingerência porque) há relações fortes. Joga-se beisebol em Cuba como nos Estados Unidos.

– Privatizar, não gosto do término porque possui uma conotação pejorativa, mas de colocar em mãos privadas, simNão diria que (o lobby fundamentalista de Miami, sic) são inimigos da pátria.
– Pensei que com o que tinha aprendido na Suíça, poderia mudar as coisas voltando a Cuba.
– Estas pessoas que estão a favor das sanções econômicas (a população de seu país) não são anti-cubanas. Penso que defendem Cuba segundo seus próprios critérios.

– (Os Cinco presos nos Estados Unidos) não é um tema que interesse à população. É propaganda política.
– (O caso Posada Carriles) é um tema político que não interessa as pessoas. É uma cortina de fumo.
– (Os Cinco) O governo cubano diz que não desempenhavam atividades de espionagem senão que haviam infiltrado grupos cubanos para evitar atos terroristas. Mas o governo cubano sempre disse que esses grupos estavam vinculados a Washington.
– (Já houve uma invasão dos EUA a Cuba, diz Lamrani) Quando?
– O regime (de Batista que assassinou 20 000 cubanos) era uma ditadura, mas havia uma liberdade de imprensa plural e aberta.
– Cuba é uma ilha sui generis. Podemos criar um capitalismo sui generis.

A propósito destas confissões de YS a Lamrani, escreveu no jornal Público Ignácio Echeverría, que é um dos principais críticos literários da Espanha e testamenteiro do escritor chileno Roberto Bolaño: (uma jornalista) escandalosamente inconsistente, incapaz de resistir o brutal aluvião de rigorosas perguntas e de acusações mais ou menos veladas que Lamrani lhe faz. O documento, em sua totalidade, é surpreendente e incomodamente instrutivo; pois resulta em definitiva desoladora a mistura de ingenuidade e indigência intelectual que Yoani Sánchez manifesta, sua fraqueza ideológica, sua própria vulnerabilidade.

- Sua escassa liderança também tem que ver com seu desprezo pelo povo de Cuba.
Em uma entrevista prestada para o El Nuevo Día, de Porto Rico, expressou: “Um 80% (do povo cubano) vai para uma direção ou para outra segunda sopre o vento porque o oportunismo calou bem fundo no país”. [7]

4.-Mentirosa compulsiva:
- Mentiu quando denunciou perante a imprensa internacional que tinha sido golpeada pela polícia em Havana.

Meios de todo o mundo resenharam que 6 de novembro de 2009 havia sido presa, junto com três amigos por “três fortes desconhecidos” durante uma “tarde carregada de golpes, gritos e insultos”. Em 8 de novembro recebeu jornalistas em sua casa para mostrar as evidências de supostas pancadas, das que não tinha falado até 48 horas depois.

De acordo com os que reportaram este encontro na casa da blogger, YS disse que recebeu “pancadas e empurrões, “golpes nas articulações”, nova “onda de golpes”, o “joelho sobre [seu] peito”, os golpes nos “rins e [...] a cabeça”, “o cabelo” puxado, o “rosto envermelhado pela pressão e muita dor no corpo”, “os golpes [que] seguiam caindo” e “todos estes morados”. Porém, o correspondente da BBC em Havana Fernando Ravsberg disse que Sánchez “não tem hematomas, marcas ou cicatrizes”. [8]

O jornal La República, da Espanha, publicou um vídeo com depoimentos dos médicos que a atenderam um dia depois das supostas pancadas, quando ela se apresentou para reclamar um documento que provasse que tinha sido vítima da violência. Os três especialistas que a assistiram referiram que YS não tinha o menor indício de violência, apesar de ter passado 24 horas do suposto ataque e de ela ter tez muito branca, uma pele que dificilmente esconderia marcas e arroxeados causados por um ataque violento.
- Mente quando afirma que tinha feito uma entrevista a Barack Obama e, por suposto, escondeu a via através da qual enviou lhe o questionário.

- Mente continuamente quando afirma não ter acesso a Internet.

Escreveu um livro sobre o uso da ferramenta WordPress para a geração de blogs, que é impossível conceber off line, salvo que outra pessoa com navegação fluida à rede de redes tenha escrito para ela. O livro, WordPress: Um blog para falar ao mundo, se apresenta como “um guia de uso desta potente ferramenta de comunicação” na Internet.

Provavelmente seja a tuiteira e a blogger mais ativa em Cuba, de acordo com os pós e as mensagens que envia diariamente. Ela abriu seu blog em fevereiro de 2007 e sua conta em Twitter a fins de 2008, e ambos os espaços mantém plena atividade. Na rede de microblogging seus envios se incrementaram quase o dobro em 2011, com respeito a 2010, como é provado nas estatísticas do comportamento histórico de sua conta @yoanisanchez.

De acordo com TweetStats, escreve um promédio de 9,3 Tweets por dia. Em 2011 manteve um promédio de 400 Tweets, por mês:

Utiliza diversas plataformas e aplicações para enviar Twitter, e frequentemente sobe vídeos e fotografias às redes sociais e a seu próprio blog. Para isto necessita navegação na Internet ou um telefone com serviço de roaming internacional, que inclua navegação web. A prova de que usa diversas plataformas, e não só a línea telefônica, é esta gráfica que mostra as aplicações que utiliza YS para aceder a Twitter:
A interface mais usada por YS para enviar mensagens a Twitter é ping.fm. Esta aplicação publica de forma simultânea um comentário em várias redes sociais, se o usuário previamente o configura para isso. Pode-se aceder desde um telefone celular, mas este, necessariamente, tem que ter serviço de navegação. [9]

- Mente quando se apresenta como vítima.

Seu estado natural é a lamentação. Além dos exemplos anteriores, se poderiam acrescentar seus contínuos pedidos de recarga de seu celular ou suas descrições sobre os problemas da vida cotidiana em Cuba, que segundo ela, também sofre. Mas suas fontes de ingressos públicas dizem outra coisa. Os prêmios e publicações de livros geraram para ela ingressos por cima dos 200 000 dólares nos últimos três anos; o que dá a possibilidade para ela de pagar sem nenhum problema luxos aos que não tem acesso o 99 por cento da população cubana e latino-americana, e, também, seus altíssimos gastos em mensagens, chamadas telefônicas e serviços de Internet.

Só em envios de SMS (mensagens curtas desde o celular) a Twitter desde Cuba, YS gasta um promédio de 400 CUC (moeda equivalente ao dólar) cada mês, que é o que custam os tweets que envia nesse período de tempo através das mensagens por celular. O custo de cada envio é de 1 CUC.

- Mente acerca das estatísticas de seu blog.

Na entrevista com Salim Lanrani que citamos antes, disse: “Meu blog tem 10 milhões de entradas por mês. É um furacão.”

Ela repetiu isso em outras entrevistas. O dado é falso. Nielsen, a firma mais prestigiosa de registro estatístico de audiência nos Estados Unidos, registrava o tráfico dos principais meios estadunidense na Internet em março de 2009. Só USAToday, CBS News, Washington Post e BBC tinham um tráfego próximo dos dez milhões de usuários por mês[10], e todos ocupam posições por baixo do lugar 400 a nível mundial, segundo Alexa. Portanto, é impossível que Generación Y possua um tráfego de 10 milhões de usuários por mês, com o lugar 99 444.

E um dado adicional. Quando ela falou com Salim Lamrani em abril de 2010, o jornal digital cubano Cubadebate publicou uma gráfica onde se desmentia o dado oferecido pela blogger respeito ao tráfico em Generación Y. Nesse momento, seu blog estava no lugar 73 236 e agora está no lugar 99 444. O tráfego decaiu rapidamente. Ou seja, agora a mentira é mais evidente ainda:

Porém, não é isso o que afirma um site reconhecido internacionalmente para medições de tráfego, como Alexa.com, de Armazon e para nada suspeito de parcialidade a favor de meios alternativos de Cuba, a Venezuela e a Espanha. Uma simples comparação do blog de YS (linha azul) com outros meios confirma que Generación Y tem muito menos tráfego que as web com as que se compara, que fizeram público seu tráfego, inferior aos 10 milhões de acessos mensais. Generación Y altera suas estatísticas? Pareceria que sim. Outro exemplo, o site web de maior tráfego nos Estados Unidos é um dos que possui maior tráfego no mundo, The New York Times, reporta 17 milhões de entradas mensais.

- Mente para suas fontes e as manipula:

Em fevereiro de 2009, utilizou a igreja Santa Teresinha do Menino Jesús, de Santiago de Cuba, para o proselitismo político. Ao final da missa, reuniu-se num escritório dentro da casa do pároco, com os paroquianos jovens e uns “turistas” polacos, para “conversar” sobre as possibilidades da Internet em ações contra o governo cubano. Neste vídeo, os jovens participantes da tertúlia, expressam seu estupor perante esse inusitado debate político dentro da Igreja:

Em outubro de 2009, entrevistou um grupo de meninos no povoado de Taguayabón, em Camajuaní, na província de Villa Clara, e publicou um pós em seu blog onde os apresentou como exemplo da expressão crítica para o governo cubano, inclusive em crianças e adolescentes. Os pais se apresentaram perante as autoridades para denunciar a manipulação. Os próprios jovens ofereceram seu depoimento sobre o realmente acontecido. O vídeo se pode ver em Daily Motion: xawnfc_escolares-cubanos-desenmascaran-a-b_news

- Falseia deliberadamente a realidade cubana, apresentando uma visão apocalíptica que a imprensa internacional jamais contrasta com outras fontes.

Esta é também outra das razões pelas quais não é crível para a audiência cubana, que vive cercada de problemas, mas não se reconhece neste discurso:

Cuba é “uma imensa prisão com muros ideológicos”, um “barco que faz águas ao ponto do naufrágio”. Um lugar onde “seres das sombras, que como vampiros se alimentam de nossa alegria humana, nos inoculam o temor através do golpe, a ameaça, a chantagem”. (No blog Generación Y, de 18, 2 e 12 de novembro de 2009, respectivamente)

Uma Ilha, com “gente esperando, com o pau ou a navalha embaixo da cama para um dia poder usá-los. Ódios enquistados contra aquele que os delatou, e impediu que tivessem um melhor emprego ou fez com que o filho mais novo não pudesse estudar na universidade. Há tantos aguardando por um possível caos que lhes dê o tempo necessário para a vingança, que desejaria não ter nascido nesta época, onde só se pode ser vítima ou vitimário, onde tantos evocam a noite das facas compridas.” (No blog Generación Y, em 25 de abril de 2009.)

Por:  Iroel Sánchez, do blog cubano La Pupila Insomne, no sítio Pátria Latina: