Audácia oficial – Que nove entre dez políticos brasileiros usam óleo de peroba na face todos sabem, mas alguns abusam da ousadia. Integrante da base aliada e protagonista de ruidosos escândalos de corrupção, o Partido da República foi o destaque da semana que ora termina. No programa político que foi levado ao ar na quarta-feira (5), o PR tentou, sem sucesso algum, destacar as proezas de uma legenda que é adepta das negociatas que enlameiam o Congresso Nacional e a Esplanada dos Ministérios.
No programa, que teve a participação do deputado federal e ex-governador Anthony Garotinho – vejam a ousadia –, o partido usou o slogan “PR: o Brasil com o jeito republicano de ser”. Em qualquer dicionário da língua portuguesa é possível descobrir que republicano é aquele que defende os interesses a República e seus interesse, o que não é o caso do PR.
Para quem não se recorda, o Partido da República, que de republicano nada tem, é a legenda do senador Alfredo Nascimento (AM), que foi escorraçado do Ministério dos Transportes no rastro de escândalos de corrupção. Fosse pouco, o PR é o partido do ainda deputado federal Valdemar Costa Neto (SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470, o Mensalão do PT. E a condenação não se deu porque “Boy”, como é conhecido o parlamentar, foi flagrado na sacristia da igreja da esquina.
Mitomania e incoerência sempre foram a marca registrada do universo político nacional, mas o PR abusou da petulância ao querer destilar pílulas de probidade.
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