sábado, 13 de junho de 2015

Começou os festejos juninos do Maranhão, conheça essa história

De onde vem a tradição
Historicamente, os festejos juninos têm origem em manifestações oriundas da Espanha e Portugal, e fixam-se no imaginário popular no século XVIII, quando da realização de festas à Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal.
Do tocar, enfeitar e da corrente humana de milhares de pessoas, nasce uma invenção humana autêntica, com brilho e ritmo que dão o tom a diversidade que emana de brincadeiras em forma de danças do Bumba Meu Boi, Tambor de Crioula, Cacuriá, Dança do Coco, Bambaê de Caixa, Dança do Lelê, Dança Portuguesa, Dança do Boiadeiro, e as quadrilhas que chegam ao maranhão saudando a multiplicidade de estilo e a singularidade do festejo inserido dentro de um verdadeiro ritual da cultura popular.
Todos estes encontros de sotaques se encontram todos os anos em uma mesma festa, que reúne uma média de 1.500 manifestações populares de todo o Maranhão. Dentre estas, destaque para o Bumba Meu Boi, que tombado como patrimônio imaterial brasileiro, apresenta mais de 500 grupos em atuação, divididos em cinco sotaques diferentes (zabumba, orquestra, pandeirão, matraca, costa de mão e baixada) com indumentária, adereços e instrumentos específicos; toadas e músicas próprias; modo de dançar, tocar e de se expressar bastante peculiar e diferente um do outro.
Festejos marcados por homenagens a santos
O Maranhão é o único estado brasileiro que comemora quatro santos católicos durante o mês de junho – São João, Santo Antônio, São Pedro e São Marçal. Esta particularidade, que influencia as festas populares do período junino distribui homenagens que são realizadas durante todo o mês. Conheça mais sobre os Santos do São João do Maranhão.
O dia de Santo Antônio, conhecido como o santo casamenteiro é comemorado no dia 13 de junho, onde as igrejas costumam distribuir os tradicionais pãezinhos de Santo Antônio. Porém, ao invés de comê-lo, o pão deve ser guardado para garantir fartura de comida durante o ano.
O São João é o grande santo dos festejos juninos, comemorado no dia 24 de junho, aniversário de São João Batista, o santo festeiro. Reza a lenda que nesse dia o santo prefere dormir o dia todo para não ver as fogueiras na Terra e ficar com vontade de descer e comemorar. Nesse dia as pessoas costumam soltar fogos de artifício para tentar acordar o santo.
O dia de São Pedro, o santo protetor dos pescadores, comemorado no dia 29 de junho, começa com os grupos de Bumba Meu Boi se aglomerando no largo em frente à capela de São Pedro, na Madre Deus. É nesse dia que se rouba o mastro de São João. São Pedro é o guardião das portas do céu e responsável por fazer chover na Terra e proteger pescadores e viúvas.
No dia 30 de junho é comemorado o dia de São Marçal e encerra oficialmente os festejos juninos, marcado pelo grande Encontro dos Batalhões de Bumba Meu Boi no bairro do João Paulo, com início desde as 6h da manhã se estendendo até a madrugada do dia 1°. A festa de São Marçal surgiu a partir da proibição aos grupos de Bumba Meu Boi de seguirem para a área do centro da cidade, sob pretexto de manutenção da segurança, ordem e tranquilidade. A polícia não permitia que os brincantes passassem do areal do João Paulo. Lá mesmo, eles se encontravam e desde então o encontro dos grupos de bumba-boi foi se consolidando a cada ano e se expandiu, tomando proporções gigantescas.
Para além destes, há também a comemoração de São Benedito, o santo negro, que é entoado nas manifestações de Tambor de Crioula. As letras das toadas do Tambor de Crioula são uma forma de afirmar a crença em São Benedito, cuja devoção é inspirada, principalmente, pela identificação com a cor da pele do santo pelos brincantes, na sua maioria afrodescendentes.






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