Minha querida e amada mãe: Leonete da Cunha Pereira:
Mãe querida,
depois de tantos anos, hoje consigo entende-la,
hoje eu sei o quanto você me amava, quando me repreendia.
Hoje eu entendo que quando você me dizia não,
você apenas queria me proteger
de todos os "sins" que o mundo queria me dar.
Você só queria me conduzir pelos caminhos certos, não é mãe?
Sim porque você já havia passeado pelos caminhos na sua juventude,
e já havia pago o preço para discernir o bom do ruim.
Hoje eu sei mãe que você só queria que eu acertasse sempre,
você não queria mãe, que eu sentisse na pele e nem pagasse o preço
de escolhas erradas, só que do alto da minha arrogância que é bem própria
dos jovens, eu não conseguia te entender.
O tempo passou e seus cabelos foram ficando brancos, e
parecia que sua sabedoria aumentava.
Eu já percebia alguns fios brancos, também, em minha cabeça,
já havia me tornado pai, já havia percebido que ser mãe ou pai dói de verdade.
Já não era mais tão arrogante, já não me preocupava tanto com minhas
vaidades e cada vez que meu filho tinha um problema recorria a sua
santa sabedoria.
E você sempre com uma palavra boa tirava minhas dúvidas
e meus tormentos de pai de primeira viagem.
O tempo passou mais um pouco, e seus passos não são mais firmes
como eram antes, seus cabelos estão bem mais brancos, os meus também,
meu filho já é um lindo rapaz, mas suas palavras ,ainda,
são de umas sensatez impressionante,
parece que seu coração de mãe não envelheceu.
Mãe, hoje eu sou você antes, querendo poupar meu filho de pagar
o preço de algumas escolhas, mas eu sei, também, que amanhã ele
estará fazendo o mesmo pelos filhos dele, e só neste dia
ele entenderá a minha chatice, porque é assim, tem certas coisas
que nós só aprendemos sentindo na pele.
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