quinta-feira, 16 de abril de 2015

119 ANOS DA CIDADE DE CODÓ, NO MARANHÃO

Histórico - O marco inicial do município de Codó foi a construção de um depósito para guardar mercadorias, construído a margem do rio Itapecuru, era de taipa e coberto de palhas. Essa regra foge um pouco às comuns em quase todos os municípios, onde se verifica, quando iniciada a criação de vias e cidades, a edificação de uma igreja. Este armazém de mercadorias servia para guardar os produtos oriundos do interior, destinados a São Luís e outras cidades maranhenses. Posteriormente a essa construção e devido à marcha progressiva do tráfego fluvial, surgiram novas edificações de casas para residências e comércios, sendo a capela edificada tempos depois, já quando o centro de habitantes estava mais desenvolvido. 
A real procedência de termo Codó vem sido debatida de há muito tempo, assim como a sua exata significação. Uma das versões que dizem respeito ao sentido ou significado do nome do município de Codó, segundo opinião do professor Fernando Carvalho, é a de que traduz paul, atoleiro, brejo, lugar de charco. De fato, nas nascentes do rio Codozinho - nome derivado de Codó - as terras contíguas ao mesmo são repletas de alagadiços, pântanos e lama. Esta é a hipótese mais viável: ainda hoje Codó é alagado, na época das chuvas, pelo rio Itapecuru e seus afluentes. Outra versão, seguindo os antigos, é que o termo Codó tem origem no nome e existência de uma ave que povoava o município, nos primeiros tempos, que se chamava Codorna ou Codorniz (Nothura boraquira), da família dos Tinamídeos.
Os habitantes dos primeiros tempos do município foram os silvícolas incultos das tribos barbados e guarani, que sustentaram duros conflitos com os colonos adventícios. Diante da oposição incessante dos povoadores, os indígenas deixaram o município, seguindo em direção de outras localidades da então capitania. Diz a tradição que um dos primeiros exploradores do município foi o agricultor Luís José Rodrigues, apelidado de Pau Real, o qual muito concorreu, em consequência, para a emigração dos silvícolas do município.
O ano de 1780 foi o considerado para o começo  das explorações das florestas, quando os mais antigos lavradores transportaram-se para o município em barcos a vela, onde os escravos eram também conduzidos a fim de ajudarem na exploração. A imigração africana chegou de 1780 a 1790, e passaram a constituir 57% da população, enquanto que os portugueses começaram a afluir no município em 1855, nos fins do século XIX (a partir de 1887), apareceram imigrantes sírios e libaneses.
A Balaiada (Guerra dos Balaios) foi de todas as revoltas a que atraiu o maior número de excluídos: negros e mulatos, principalmente. que ocorreram no Brasil no período regencial – de 1831 a 1840.
O conflito começou no dia 13 de dezembro de 1838, data em que chegou à Vila da Manga (atual Nina Rodrigues) um grupo formado por cerca de 15 vaqueiros, liderados pelo ex-escravo mulato Raimundo Gomes Vieira, o “Cara Preta”.
Em junho de 1840, os rebeldes que sobreviveram à luta de Caxias juntaram-se ao numeroso grupo de escravos liderados por Cosme Bento das Chagas, o “Negro Cosme”, na região de Codó (MA). “Negro Cosme” e seu grupo de cerca de 3 mil homens tornaram-se, assim, o inimigo principal do duque de Caxias.
Quando dom Pedro II assumiu o poder e decretou anistia aos rebeldes, em agosto de 1840, Raimundo Gomes e outros líderes a aceitaram, mas o “Negro Cosme” e seu pelotão de escravos preferiram continuar lutando. Traído pelo governo, Gomes foi deportado para Portugal e morreu durante a viagem.
Em 28 de fevereiro de 1841, Cosme enfrentou sua última peleja no Calabouço (Mearim), quando foi ferido e preso. Condenado à morte, foi levado à forca em 20 de setembro de 1842, em frente à Cadeia Pública de Itapecuru Mirim (hoje Casa da Cultura Professor João Silveira).
A Colônia de Petrópolis entre outras, surgiram com o objetivo de ao menos desenvolver uma política agrícola para repartição de lotes de terras e a articulação da produção econômica voltada para o mercado interno e aquela para exportação e/ou a ocupação militar estratégica em áreas de fronteiras internacionais. A base da experiência de colonização (agrícola e militar) no Maranhão assentou-se numa perspectiva de obter o controle sob imensas áreas ocupadas por grupos de indígenas e de escravos fugidos.
Brandão Jr. em sua obra já destacaria a importância destas experiências, ressaltando acertos, equívocos e erros. Foi durante a administração/providencial de Eduardo Olimpio Machado, mais especialmente a partir de 1853 que começou a imigração estrangeira, particularmente europeia para o Maranhão. A própria imprensa incentivava a entrada de europeus.
Surgiram varias colônias, criadas tanto pela iniciativa e investimento do poder publico como particulares. Também com colonos portugueses e localizada a oeste de Codó seria fundada, em abril de 1854, a Colônia Petrópolis. Neste caso, foi uma iniciativa do governo provincial. Desapareceu essa Colônia por não haver Francisco Marques Rodrigues cumprido o acordo firmado com o Governo Provincial que o obrigava a trazer 200 imigrantes, e só trouxera 67.
No ano de 1887, chegaram os sírios e libaneses, que deram uma nova dinâmica à região, intensificando o comércio variado, ficando os portugueses negros e com a lavoura.
O povoado de Codó foi elevado à categoria de vila por meio de Resolução Régia, assinada no dia 19 de abril de 1833, o que foi confirmado pela Lei nº 7, de 29 de abril de 1935. Foi elevada à categoria de cidade por Lei estadual n°13, de  16 de Abril de 1896, sancionada pelo Governador, Dr. Alfredo da Cunha Martins.
No período colonial Codó destacou-se pela produção de algodão, tendo êxito na participação do processo de industrialização do Maranhão. A primeira indústria do município foi construída em 1892 e chamava-se Companhia Manufatureira e Agrícola, de propriedade de Emílio Lisboa, um dos diretores da fábrica, genro do proprietário era o Sr. João Ribeiro, que em 1908 levava para Codó o Sr. Sebastião Archer da Silva que fora para trabalhar como escriturário e anos mais tarde se tornaria o proprietário da fábrica e uns dos principais políticos do estado do Maranhão.
Na década de 1900, Codó foi visitada pelo ilustre presidenteAfonso Pena. Chegou a bordo do vapor São Salvador, viajando comdestino a Caxiasdurante sua estada no Norte do Brasil. Reteve-se,para conhecerpessoalmente no Maranhão, às más condições denavegação do RiItapecuru até a cidade de Caxias.  
Ao meio dia, ancorava na rampa dIgreja vapor conduzindo opresidente, para quem já se havia preparadubanquete na casa deJosé Cândido Ferreira. A banda de música dAlcides de Oliveira,presente ao acontecimento, executava belos dobrados emhomenagem ao presidente. A viagem, porém, havia deixadobastante cansado, pois foi marcada por sucessivos encalhes daembarcação, que serviram para que presidente viesse, após seuretorno, a conscientizar-se da real necessidade de construção daestradde ferro, que tinha no Dr. Benedito Leite impulsor maior dosedecreto. Sem ao menos tocar na comida, Afonso Pena desculpou-se, agradecendo amanifestações. Embarcou no Vapor e rumou paraCaxias.
O resultado dessa viagem foi extremamente benéfico parao estado, poijá em 1905, engenheiro Carvalho de Almeida,procedia areconhecimento da zona onde se assentariam os trilhos da nova Ferrovia.
E03 de fevereiro de 1905, era sancionado pelo presidente daRepública decreto Lei no. 1.329, que determinava a construção deuma estradde ferro São Luís - Cajazeiras, no Estado do Maranhão.Adespesaforam calculadas edezessete contos e duzentos edezesseis mil réis. A estrada de ferro São Luiz-Teresina foi aberta em seu primeiro trecho em 1895, ligando Caxias a Cajazeiras (Flores). Em 1919 foi aberto outro trecho, São Luiz-Caximbos, prolongado em 1920 até Caxias passando por Codó. Somente em 1938 os trilhos chegaram a Teresina, com a abertura da ponte sobre o rio Parnaíba. Trens de passageiros rodaram até o ano de 1991 pela linha. Cargueiros trafegam por ela até hoje.
Codó foi sede de Batalhão nº 22, da Guarda Nacional e o quartel do Comando Superior da mesma guarda, que era composto dos municípios de Codó, Alto Mearim e Coroatá.
Houve na cidade, um escritório consular de Portugal, sendo o Sr. José Joaquim Ferreira Machado, o seu titular.
Formação Administrativa
Aos contrários à tese de se criar municípios, em 1820 a província do maranhão contava com 12 vilas. Uma delas era a vila do Urubu (atual município de Codó).
Elevado à categoria de vila com a denominação de Urubu, pela Resolução Régia de 19/04/1833, Sede na vila de Urubu. Distrito criado com a denominação de Urubu, pela lei provincial nº 13, de 08/05/1835. Pela lei provincial nº 68, de 21/07/1838, transfere a sede da povoação de Urubu para a de Codó.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Codó, pela lei estadual nº 133, de 16/04/1896. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de dois distritos: Codó e Monte Alegre. Pela lei estadual nº 921, de 05/04/1920, desmembra do município de Codó o distrito de Monte Alegre. Elevado à categoria de município. Pelo decreto estadual nº 75, de 22/04/1931, e confirmado pelo decreto nº 539, de 16/12/1933, Codó adquiriu o extinto município de Monte Alegre. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de dois distritos: Codó e Monte Alegre.
Pelo decreto nº 832, de 03/06/1935, desmembra do município de Codó o distrito de Monte Alegre. Elevado à categoria de município. Em divisões territoriais datadas de 31/12/1936 e 31/12/1937, o município é constituído do distrito sede. Pelo decreto-lei estadual nº 820, de 30/12/1943, é criado o distrito de Dom Pedro e anexado ao município de Codó. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de dois distritos: Codó e Dom Pedro.
Pela lei estadual nº 269, de 31/12/1948, são criados os distritos de Codozinho e São Raimundo de Codó, e anexados ao município de Codó. Em divisão territorial datada de 01-07-1950, o município é constituído de quatro distritos: Codó, Codozinho, Dom Pedro e São Raimundo.
Pela lei estadual nº 815, de 09/12/1952, desmembra do município de Codó o distrito de Dom Pedro. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 01/07/1960, o município é constituído de três distritos: Codó, Codozinho e São Raimundo de Codó.
Pela lei estadual nº 6.616, de 10/11/1994, desmembra do município de Codó o povoado de Capinzal do Norte. Elevado à categoria de município.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

Geografia
Localiza-se na mesorregião do Leste Maranhense é uma das cinco mesorregiões do estado do Maranhão. É formada pela união de 44 municípios agrupados em seis microrregiões. Amicrorregião de Codó está dividida em seis municípios (Alto Alegre do MaranhãoCapinzal do NorteCodóCoroatáPeritoróTimbiras). Sua população foi estimada em 2010 pelo IBGE em 264.258 habitantes e possui uma área total de 4.361,318 km².
A sua localização faz com que o município seja cortado pela BR-316 e a linha ferroviária São Luís - Teresina que segue até Fortaleza e serve de principal porta de escoamento da produção agroindustrial. O município apesar de estar no estado do Maranhão é muito mais ligado a capital piauiense Teresinapela proximidade de apenas 169 quilômetros. Sua altitude em relação ao mar é de aproximadamente 47m, o clima predominante é o Equatorial. Fuso horário (UTC -03:00) Brasília.

Demografia
A população do município de Codó, de acordo com o último censo realizado pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgado em 1º de dezembro de 2010, apresenta os seguintes dados:
  • População masculina: 57.403 habitantes - 48,64%,
  • População feminina: 60.635 habitantes - 51,36%,
  • Total das populações por gênero: 118.038 habitantes - 100,00%.
  • Zona urbana: 81.045 habitantes - 68,64%,
  • Zona rural: 36.993 habitantes - 31,36%,
  • Total da população do município: 118.072 habitantes - 100,00%.
  • Mais informação
    Localizada a 292 quilômetros de São Luís, Codó foi grande produtor de algodão desde período colonial, participando ativamente do processo de industrialização do estado no setor têxtil, com funcionamento de uma fábrica que produzia algodãozinho, brins, mesclas, riscados e sacaria. Hoje se destaca na produção agrícola dearrozmandiocamilho e feijão. Limita-se geograficamente com os municípios de Afonso CunhaAldeias AltasCaxiasCoroatá, Timbiras, ChapadinhaDom PedroGonçalves DiasGovernador Archer, Peritoró, Capinzal do Norte, São João do Soter.
    Codó tem como principal característica arquitetônica seus casarões e armazéns antigos, tendo sua prefeitura (1896), ofício doregistro civil (1910) e estação ferroviária (1920) no centro da cidade como destaque. Com um centro comercial continuo e de grande expressão, tendo na segunda-feira seu ápice, as ruas ao redor do mercado central ficam tomadas por barracas e ambulantes, atraindo pessoas de cidades vizinhas como Coroatá, Timbiras etc.
    A cidade de Codó é cortada por vários córregos como o da Água Fria, São José e por três rios principais que são o Codozinho, o Saco e o Itapecuru. Sendo que os três se encontram e desembocam na Baía de São Marcos próximo a capital São Luís.













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