segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Cuidado filmar abordagem policial é um perigo para o povo e a sociedade

Ainda neste domingo (26/01) o 180noticiou que um jornalista e um músico foram encaminhados para a Central de Flagrantes após uma abordagem policial. Autuados por desacato a autoridade e desobediência à ordem, os dois estariam filmando a ação de policiais quando foram abordados pela PM.
Em contato com o comandante de policiamento da capital, Coronel Marcio Oliveira, nossa reportagem foi informada de que os dois, foram detidos depois de terem reagido e desacatado policiais. Levados para a Central de Flagrantes, um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) foi registrado e ambos foram liberados. Para a nossa reportagem, o coronel não informou a identidade dos envolvidos.
Pois já no final da noite deste domingo, o jornalista Renato Bezerra postou em seu Facebook um relato, revelando envolvimento no caso. Ele criticou a ação da polícia, e acusou os policiais de agressão.
Renato inicia o relato explicando que estava na companhia dos músicos Preto Kedé e Luciano Leite, gravando imagens para o clipe da nova música do grupo “A irmandade”. Em meio à gravação, o jornalista avistou uma guarnição da polícia realizando uma abordagem.
“No meu direito de jornalista, tentei fazer imagens da abordagem, só que os policiais não gostaram e fizeram um verdadeiro filme, apontado pistolas e metralhadores para minha cabeça e dos garotos que fazem parte do grupo de RAP. Bateram nos rapazes, simplesmente porque um deles disse que ali todos eram trabalhadores”, disse, afirmando ainda que teve seu carro revistado e sua máquina fotográfica apreendida.
E completa, “como não encontraram nada, tomaram câmera, colocaram algemas em dois deles e os levaram no porta-malas da viatura para a Central de Flagrantes”.
180 entrou em contato com um dos policiais que aparece nas imagens. Ele preferiu não dar declarações oficiais à reportagem, e resumiu-se apenas em afirmar que a guarnição só agiu depois que houve reação à abordagem. O militar mencionou ainda que já relatoriou o caso para o comando da PM com todos os detalhes.
RAP CONTRA PMS

O grupo A Irmandade foi alvo de uma polêmica em julho de 2013, depois da disseminação de um rap que foi apontado pela polícia como criminoso. A letra mencionava o então sub-comandante da Rone, Capitão Fábio Abreu, e um policial da motoRone, tenente Mota.

"Marginais Fardados", assim foram denominados os policiais na letra do rap, que fazia uma crítica aos militares, e à criminalização do negro. Para a PM, uma forma de intimidar os policiais, sendo a letra considerada uma "ameaça velada".
À época, Preto Kedé se defendeu afirmando que a letra era apenas um desabafo. "Quem cresceu vendo a polícia derrubando porta de barraco, dando tapa na cara primeiro pra depois averiguar se é bandido ou cidadão, sabe do que tê falando", postou em uma rede social.


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