O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), experimentou hoje mais uma prova de que segue muito rejeitado pelo eleitorado goiano. Em mais uma oportunidade de aparecer bem – ainda que na carona do governo federal –, o tucano saiu vaiado, com sua má avaliação expressa no grito dos jovens.
A nova manifestação negativa aconteceu na tarde desta terça-feira, 1º, no Teatro Rio Vermelho, durante a cerimônia de formatura de aproximadamente 3 mil alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). É o evento em que se anunciou a vinda da presidenta Dilma Rousseff (PT), mas cuja presença foi cancelada ontem, sendo substituída pelo ministro da Educação, José Henrique Paim. O governo federal investirá até o final de 2014 mais de R$ 14 bilhões, sendo R$ 568 milhões apenas em Goiás.
O clima inicialmente era de festa. A Orquestra Sinfônica do Estado de Goiás animou a plateia e chegou a eleger alguns formandos como “maestros instantâneos”. Os alunos gostaram e se divertiram. E aplaudiram a interpretação de Tom Jobim de pé.
Tudo parecia favorável para a comunicação do governo estadual. Até que Marconi foi anunciado entre as “autoridades”. Daí em diante, o clima mudou. O governador foi recepcionado com vaias. Com exceção de um pequeno grupo de Palmeiras de Goiás, que empunhava faixas de agradecimento ao conterrâneo.
O que se viu foram alunos insatisfeitos e convidados que ocupavam lugares reservados, em silêncio, transparecendo perplexidade com a manifestação pública. O desconforto do governador foi evidente. A primeira reação de Marconi foi ficar com o rosto corado e, o semblante, mal humorado.
E os discursos começaram. De alunos ao ministro, ninguém lembrou de agradecer ao governador. Quem não foi esquecida, nas falas e no grito da plateia, foi a presidenta da República, Dilma Rousseff (PT). Os estudantes aguardavam a anunciada visita da petista. Ao se darem conta da ausência concretizada, eles gritaram: “Dilma, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”
A oradora da turma discursou e emocionou os ouvintes. A segunda aluna, que faria as promessas em nome da turma, começou entusiasmada após o sucesso da amiga. Mas foi interrompida. Um repentino apagão, que atingiu grande parte da cidade, deixou o teatro no escuro. Culpa de quem? Da Celg, ainda sob controle do Estado.
Com o retorno da luz, o ministro Paim falou por 40 minutos. Logo de início, fez piada com a Celg: “Tomara que a energia não acabe dessa vez." Todos riram. Exceto Marconi. Este foi o último a discursar. Resumiu o discurso habitual em apenas sete minutos e dois segundos.
Foram os jovens, homenageados do dia, que colocaram o ponto final para Marconi Perillo. Vaias que já são rotina. Só para lembrar eventos recentes, em 2013, no "Goiás é Show", grande evento de música sertaneja da capital, o vocalista do grupo Chiclete Com Banana foi vaiado ao dizer que Marconi era “chicleteiro”. Também ano passado, mais de 50 mil jovens que participavam de um show gospel, em Goiânia, também hostilizaram a entrada do governador no palco. Na festa de fim de ano na Praça Cívica, em dezembro, idem.
Em fevereiro de 2014, na solenidade de abertura do “governo junto de você” realizado na região Noroeste de Goiânia, novas vaias. Idem no montado cenário de hoje do Pronatec. Isso explica a agenda de Marconi estar concentrada, nos últimos três meses, nas pequenas e médias cidades. É lá, apontam as pesquisas, que ele é mais querido. Quanto maior a cidade, maior a rejeição. Em forma de números e de vaias.
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