sábado, 9 de agosto de 2014

600 mil para Jayme Rincón

Empresa ligada a Rincón recebeu R$ 600 mil do grupo de Cachoeira
Montante seria referente à venda de carros usados a Wladmir Garcêz, contudo o valor é o mesmo que o empresário do jogo afirma ter emprestado ao atual presidente da Agetop
Ketllyn Fernandes
Conforme investigações da Polícia Federal para a Operação Monte Carlo, uma empresa de Jayme Rincón recebeu a quantia de R$ 600 mil do grupo comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos. Rincón, em 2010, foi o tesoureiro da campanha do governador Marconi Perillo (PSDB) e atualmente é presidente da Agetop (Agência Goiana de Transportes e Obras). Os depósitos, divididos em três parcelas de R$ 200 mil, foram feitos à Rental Frota Distribuição e Logística nas seguintes datas do ano passado: 29 de julho, 1° e 2 de agosto.

Jayme Rincón, embora se encontre afastado formalmente da empresa desde janeiro de 2011, ainda possui 33% das ações. Ao Jornal O Globo, ele sustentou que desconhece os repasses, contudo, a Rental os confirma. Segundo Rincón, o pagamento diz respeito à venda de 28 veículos usados ao ex-vereador pelo PSDB Wladmir Garcêz – tido como braço direito de Cachoeira. A empresa, que declarou que por “normas internas” não poderia fornecer a cópia do contrato, nega que os depósitos tenham sido feitos diretamente a Jayme Rincón.

Tanto o valor como as datas dos depósitos coincidem com um empréstimo que Carlos Cachoeira afirmou ter feito a Jayme Rincón. A conversa ocorrida em 1° de agosto do ano passado entre o empresário do jogo e o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu, foi resumida da seguinte forma pela PF: "Carlinhos diz que emprestou R$ 600 mil para Rincón. Diz que vai pagar 100 por mês".  No mesmo dia em que o diálogo foi publicado pela imprensa, em 27 de abril último, Rincón emitiu uma nota na qual afirmava ter visto Cachoeira e Garcêz apenas em duas ocasiões e que nunca recebeu nenhum dinheiro deles.

Dois dias antes do primeiro depósito, em 27 de julho de 2011, o diálogo resumido pela PF entre Garcêz e Geovani Pereira da Silva (apontado como contador do grupo) relata os dados bancários da Rental, assim como os valores e as datas nas quais deverão ser feitos os depósitos. "BB; AG 3388-X; C/C 6751-2; nome: Rental Frotas Distribuição Logística Ltda. CNPJ 97.45.68110001-90. Valor: 200, 200 e 200, para não dar aquela complicação. Geovani fala que sim, que não tem nota".

Na data do segundo depósito, 1° de agosto, Carlos Cachoeira diz a Geovani: "Aquele que você fez o depósito, quanto ele depositou sexta? Aquele rapaz, e hoje? E amanhã, fica faltando quanto?". O suposto contador responde: "200, 200, e amanhã finaliza". Então o empresário pergunta no nome de quem os depósitos estavam sendo feitos, no que Geovani responde que são na conta da empresa de Rincón, a Rental Frota Ltda.

Casa do governador e os carros vendidos a Garcêz
A empresa confirma a existência de um contrato com Wladmir Garcêz, firmado em 7 de junho do ano passado, cujo prazo para a quitação era de 45 dias. O ex-vereador, por sua vez, afirmou na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que comprou a casa pertencente a Marconi Perillo - onde Cachoeira foi detido -, mas que a passou para frente por não ter condições de arcar com a dívida. A transação imobiliária foi registrada em 13 de julho de 2011, mesmo período em que a Rental afirma que Wladmir Garcêz adquiriu os veículos.
Fonte: http://www.jornalopcao.com.br

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