Histórias de roubos e furtos de veículos infelizmente já não são mais apenas notícias de jornal, se tornaram realidade para uma parcela cada vez maior da população. É difícil encontrar um motorista que não tenha passado por isso ou que não tenha alguém próximo que viveu esta desagradável e mesmo trágica experiência.
O Estado de Goiás registrou a marca impressionante de quase oito mil roubos e furtos de veículos nos seis primeiros meses deste ano. Conforme o levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), são cerca de 1,5 mil casos a mais do que o registrado no mesmo período de 2013, quando foram contabilizados 6,4 mil ocorrências desse tipo de crime.
Embora o índice de roubos e furtos de veículos seja alto, o número de veículos recuperados também é considerado elevado. Conforme as estatísticas da SSP-GO, foram recuperados neste primeiro semestre 7.705 veículos, não necessariamente que tenham sido roubados apenas este ano. São considerados veículos, as motos, caminhões, carros, carretas, engates e motonetas.
No município de Aparecida de Goiânia, foram roubados e/ou furtados 964 veículos no primeiro semestre deste ano. No mesmo período, foram recuperados 961, conforme números apresentados pela SSP-GO.
Segundo o delegado Paulo Roberto Tavares, da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), apesar do aumento, o índice é considerado “aceitável”. O delegado ressalta que a maioria dos crimes acontece quando os motoristas estão mais desatentos.
“A gente tem observado, através de análises dos dados, que os crimes acontecem bem mais no período em que a pessoa está saindo ou chegando em casa, momentos em que fica menos atenta”, ressaltou o delegado.
Empenho
O delegado Paulo Roberto Tavares afirmou ainda que a polícia goiana está empenhada em diminuir o índice de veículos roubados, especialmente os casos de assalto, que envolvem o uso de violência.
“A Polícia Civil, juntamente com as demais polícias, vem insistentemente combatendo o crime de furto e roubo de veículos em todo o Estado. O Poder Judiciário também nos auxilia com a autorização de interceptações telefônicas”, afirmou o delegado.
Vítima pode sofrer prejuízos incontáveis
Embora grande parte dos veículos roubados ou furtados seja recuperada, o desgaste emocional e financeiro da vítima desse tipo de crime é muito grande. Quando se recupera o veículo, várias peças e acessórios foram levados pelos bandidos. A vítima também costuma ficar sem importantes documentos, que precisam ser refeitos, muitas vezes tendo de pagar taxas.
O desgaste emocional é muito grande, principalmente quando o veículo é levado sob a mira de uma arma de fogo ou quando há o sequestro momentâneo da vítima. O medo da morte, vivenciado nos instantes do acontecimento, causa trauma em quem passa pela situação.
Para a vítima de assalto, o drama não termina quando o ladrão vai embora. A imagem do revólver apontado, as feições e ameaças do bandido, os gestos violentos e o inevitável sentimento de humilhação podem permanecer na memória para sempre. É o trauma da violência. Seus sintomas são psíquicos e até físicos. Ansiedade e dificuldade para dormir são os mais leves.
Quando a atitude dos bandidos descamba para a barbárie, são comuns reações como taquicardia, suor, insônia, pesadelos recorrentes e medo de sair às ruas. Adoecida pelo trauma, a pessoa foge do convívio social, o que prejudica sua rotina de vida. Leva tempo para a cura.
“A ansiedade após o trauma é natural, mesmo que o indivíduo sofra apenas um ou dois minutos de ameaça”, explica a psicóloga Lígia Ito, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. (Thais Vaz)
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