Leon
Tolstoy (1829-1910) foi escritor romancista e filósofo russo. Tornou-se
um cristão anarquista e ensinou que a Igreja deturpou as lições de
Yeshua. Defendeu o pacifismo e a aplicação literal das lições contidas
no Sermão da Montanha. Suas concepções inspiraram homens como Mahatma
Ghandi e Martin Luther King
O que é ser judeu?
Esta
pergunta não é, de forma alguma, tão estranha quanto parece. Vejamos
que tipo de criatura peculiar é o judeu, molestado e violentado,
oprimido e perseguido, esmagado e assassinado, queimado e enforcado,
coletiva e individualmente por tantos governantes e povos - e que,
apesar de tudo isso, continua vivo.
O
que é um judeu, aquele que nunca se deixou levar por todos os bens
terrenos, que lhe eram oferecidos, constantemente, por seus opressores e
perseguidores para que trocasse sua fé e abandonasse sua própria
religião judaica?
O
judeu é este ser sagrado que trouxe dos Céus a chama perpétua e com
esta iluminou o mundo inteiro. Ele é a vertente religiosa, nascente e
fonte de onde todos os outros povos tiraram suas crenças e suas
religiões.
O
judeu é o pioneiro da liberdade. Mesmo outrora, quando o povo se
encontrava dividido em apenas duas classes distintas, escravos e
senhores, mesmo naquela época longínqua, a Lei de Moisés proibia a
prática de se manter uma pessoa em cativeiro por mais de seis anos. O
judeu é o pioneiro da civilização.
A
ignorância foi condenada na Palestina da antiguidade ainda mais do que o
é em nossos dias na Europa civilizada. E ainda, naqueles dias de
selvageria e barbárie, em que nem a vida nem a morte de ninguém valia
algo, o Rabino Akiva não se absteve de se declarar abertamente contrário
à pena.
O
judeu é o emblema da tolerância civil e religiosa. "Ama o estrangeiro e
o forasteiro", ordenou-nos Moisés, "porque estrangeiro foste na terra
do Egito".
E
isto foi proclamado naquela época remota e selvagem em que a principal
ambição das raças e dos povos consistia em se esmagarem e escravizarem
uns aos outros. No que tange à tolerância religiosa, a fé judaica não
apenas está muito distante do espírito missionário de converter pessoas
de outras denominações.
Muito
pelo contrário, o Talmud ordena que os rabinos informem e expliquem a
todo aquele que, por vontade própria, venha a aceitar a religião judaica
todas as dificuldades contidas nessa aceitação, e que façam ver ao
prosélito que os justos entre os povos têm o seu quinhão na
imortalidade. De uma tamanha tolerância religiosa, tão elevada e ideal,
nem mesmo os moralistas de hoje podem se vangloriar.
Fonte: http://www.judaismonazareno.org
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