Neste domingo o governo do estado do Rio de Janeiro divulgou nota sobre o pagamento da indenização por danos morais e materiais e pensão do estado à família da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira que teve o corpo arrastado por um carro da polícia após ser morta por um tiro no morro da Congonha, na zona norte do Rio. A pensão será paga pelo estado até 2040, quando Cláudia completaria 65 anos.
A indenização foi paga em 29 de abril antes mesmo de encerrado inquérito da polícia civil que decidiu pelo indiciamento de seis policiais militares por fraude processual. Dois deles vão responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). A rapidez no pagamento da indenização tentou amenizar a grande repercussão do caso. E calar a família que estava denúnciando e se envonvendo em campanhas contra a polícia militar.
Durante as investigações o tenente Rodrigo Boaventura, o sargento Zaqueu Pereira Bueno, o cabo Gustavo Meirelles, os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodnei Miguel Arcanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves, indiciados pela Polícia Civil, disseram que chegaram ao Morro da Congonha, em Madureira, cerca de meia hora após o chamado para socorrer Cláudia. Rodrigo Boaventura e Zaqueu Pereira Bueno admitiram ter trocado tiros com traficantes no local no dia 16 de março, quando a auxiliar de serviços gerais foi baleada. Cláudia foi morta num domingo de manhã quando saiu para comprar café para a família.
Os policiais, no entanto, foram soltos no início de maio e de acordo com a PM permanecerão em funções administrativas enquanto durar o processo. Permanecem presos os subtenentes Adir Serrano Machado, Rodney Miguel Arcanjo, e o sargento Alex Sandro Silva Alves que participaram do “socorro”.
A história de Cláudia apenas foi revelada porque uma pessoa que seguia atrás do carro da polícia filmou o corpo sendo arrastado. Ela foi baleada pela polícia que a pretexto do socorro a colocou no porta malas que abriu no percurso. Ela ficou presa por um pedaço da sua roupa e ficou com o corpo em carne viva.
A morte de Cláudia, como de Amarildo e DG nas favelas do Rio de Janeiro é produto da própria existência da polícia e nenhum dinheiro irá reverter essa realidade.
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