segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

ROLEZINHO É INVENÇÃO AMERICANA E NÃO BRASILEIRA

Publicado originalmente na BBC Brasil.

Um encontro de adolescentes, convocado pelas redes sociais, realizado dentro de um shopping center – e que acabou em confusão e confrontos com a polícia.
A descrição, que poderia servir para um “rolezinho” em São Paulo, é na verdade de um “flash mob” ocorrido em 26 de dezembro no Brooklyn, em Nova York.
Assim como no Brasil, esses episódios têm despertado debates sobre o papel dos shopping centers, o direito de se reunir no local e as motivações desses jovens.
No Brooklyn, o Kings Plaza Shopping Center foi palco de um encontro de ao menos 300 jovens, convocados pelas redes sociais. Testemunhas disseram à imprensa local que eles gritavam, empurravam transeuntes e roubaram lojas. O shopping acabou fechando as portas por uma hora, informa o New York Post.
No dia seguinte, menores de idade não acompanhados de adultos foram barrados do local, despertando críticas dos que se sentiram tolhidos pela medida – e que queriam apenas fazer compras – e elogios dos que temiam novas cenas de confusão.
Dezenas de incidentes parecidos ocorreram em outras cidades americanas nos últimos anos. Em Chicago, em abril passado, centenas de jovens se juntaram no centro da cidade, convocados pelas redes sociais, e o episódio acabou em briga; a imprensa americana traz relatos parecidos de “flash mobs” realizados no mesmo mês no centro da Filadélfia e, em 2012, em uma loja do Walmart em Jacksonville, na Flórida.
Em 2011, também na Filadélfia, a prefeitura estabeleceu um toque de recolher para adolescentes, impedidos de ficar nas ruas após as 20h ou 22h (dependendo da idade dos jovens), na tentativa de evitar os encontros.
Não está claro se esses “flash mobs” em questão foram organizados com fins violentos, mas a maioria das reuniões – assim como no Brasil – ocorreu pacificamente.

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