Como mostrou em reportagem noCorreio Braziliense, uma das cidades mais pobres do Distrito Federal, Itapoã - um dos piores atendimentos hospitalares, além da falta de segurança e educação para todos e de qualidade -, gastou R$ 1,05 milhão em festa de aniversário da cidade. Desse valor, R$ 400 mil foram destinados apenas a um cantor, Amado Batista, que costumar cobrar cerca de R$ 150 mil em seus shows. Ou seja, o governo de Itapoã pagou quase o triplo do que o cantor recebe geralmente.
Para uma dupla de sertanejo, João Lucas e Marcelo, a cidade pagou R$ 250 mil, um valor 400% do que eles ganham em média com shows em outras cidades. Em dezembro de 2012, por exemplo, a dupla recebeu de Palmas, no Tocantis, R$ 79,5 mil e de Goiânia, em Goiás, R$ 65 mil. Além de outros casos envolvendo cantores, fizeram de modo ainda pior: todos foram contratados sem licitações, apenas com avaliações do executivo municipal juntamente com a iniciativa privada, sem avaliarem de fato quais as propostas eram mais vantajosas.
Um das justificativas usadas pela cidade e pelas Agências que negociam para os atores foi a de que os shows foram mais longos - o de Amado Batista durou três horas e meia - e sem playback.
Infraestrutura
A segunda cidade mais pobre do DF tem uma renda média mensal de R$ 762,87. O município de Itapoã não tem sequer uma Unidade de Pronto-Atendimento, que é prometida para o segundo semestre deste ano. O valor gasto com o aniversário da cidade, além de poder construir quatro quadras poliesportivas, como destacou o Correio, é quase a metade da verba destina para a construção do centro de saúde, R$ 2,3 milhões e o mesmo valor destinado ao projeto de urbanização municipal.
Caio Barbosa é sociólogo.
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