O assassino confesso do comentarista esportivo Valério Luiz, o ladrão de carros e açougueiro Marcos Vinicius Pereira Xavier, teria sido escolhido para cometer o crime porque foi apontado por policiais militares, que o agenciaram, como um homem “frio”, “atirador experimentado” e “corajoso”. Ele seria um criminoso temerário, acostumado a roubar automóveis nos períodos diurno e noturno. Há outro criminoso na família, seu irmão, que, em 2012, queimou uma pessoa viva.
Marcos Vinicius, o Marquinhos, tem 28 anos e tem passagens pela polícia por roubo de carros e lesão corporal. Até ser preso, era citado como um homem “discreto” e “operacional” — “pau pra toda obra”. Agora, está, como dizem policiais, “cantando” tudo, dando detalhes do crime e a respeito das pessoas que o encomendaram. Ele sustenta que matou a pedido de Urbano, cujo patrão, segundo ele, seria o cartorário Maurício Sampaio. Mas seu relacionamento não era com o empresário, e sim com Urbano e com o sargento Da Silva. Urbano teria fornecido a arma, o telefone usado no dia do assassinato e repassadodinheiro.
Por que, exatamente, um grupo poderoso — formado de policiais militares e um empresário, como apoio de Urbano e Marcos Vinicius, o pistoleiro — decidiu matar Valério Luiz?
Há duas versões. A primeira assinala que, ao chamar de ratos dirigentes esportivos do Atlético, time de futebol de Goiânia, provocou a ira deles. Os dirigentes estariam abandonando o clube, porque o time estava mal, como fazem os ratos quando o navio está afundando.
Há uma segunda versão. Durante um Campeonato Brasileiro, o Atlético estava mal e, de repente, começou a ganhar vários jogos. Prontamente, a imprensa esportiva registrou o crescimento surpreendente do time. Mas o que os jornalistas não sabiam, se a história for mesmo verdadeira, é que um dirigente do Atlético estava comprando resultados. Ele supostamente subornava os goleiros e os técnicos dos clubes, que entregavam os resultados. Valério descobriu o esquema e decidiu denunciá-lo. Um dirigente não gostou.
Como um dirigente do Atlético mantinha ligações com policiais militares, alguns faziam sua segurança e também a segurança do ex-sócio da Rádio 730 Joel Datena, teria se queixado a alguns deles. Um dos policiais militares seria ex-dirigente do Atlético. Depois de muitas conversas, e reclamações, um oficial da PM teria dito que sabia quem podia fazer o “serviço”. Depois de várias conexões, como a citação de um cabo da PM, chegou-se, por meio de um sargento, a Marquinhos. O sargento Da Silva fez uma varredoura nas ruas, verificando onde existiam câmeras e rotas de fuga, e Urbano monitorou Valério Luiz. Com tudo preparado, Marcos Vinicius teria roubado uma motocicleta e, em julho de 2012, matou o comentarista esportivo. O assassinato teria custado cerca de 200 mil reais ao empresário. Comenta-se que chegaram a oferecer mais dinheiro para Marcos Vinicius assumir o crime sozinho, mas e a motivação? O criminoso não razão alguma para matar o radialista.
Um delegado foi afastado do caso porque mantinha ligação estreita com o tenente-coronel que é apontado como participante do grupo que organizou o assassinato. O delegado não tem qualquer envolvimento com o crime, mas poderia vazar informações. Conta-se que Urbano chegou a escapar para o interior porque uma informação teria vazado. Depois, foi preso.
FONTE: JORNAL OPÇÃO
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