Quando era menino, com sete, oito anos, morando no interior do estado de São Paulo, me deliciava e arrepiava com as estórias contadas pelo pai de um amigo, que era servente de um grupo escolar(naquela época, as escolas de primeiro grau, até o quarto ano primário, eram chamadas de grupo escolar).
O velho Sr. Alcides adorava contar os feitos dos principais personagens da crônica policial paulista, um ladrão e batedor de carteiras cujo nome não recordo, mas era conhecido como “Sete Dedos”, e outro famoso assaltante chamado Meneghetti.
Sete Dedos, apesar de sua deficiência, fruto de uma carona infeliz num trem da Estrada de Ferro Sorocabana que lhe custou três dedos da mão direita, era um hábil punguista, capaz de subtrair a carteira dos transeuntes num piscar de olhos, sem jamais ofender ou agredir o surrupiado.
Meneghetti só atuava de terno, tratando suas vítimas com respeito e sem jamais molestá-las. Era especialista em assaltos a residências.
Comentava-se na época, que muitas vítimas, principalmente as senhoras, torciam pela reincidência do fato, tal a educação e deferência com que eram tratadas pelo fino meliante.
Mesmo presos algumas vezes, não havia cadeia que resistisse a argúcia dos malandros, especialistas em abrir cadeados e fechaduras com na maior delicadeza.
Era só aguardarem as horas sonolentas da madrugada, quando os heróicos e vigilantes guardas sucumbiam nos braços de “Morfeu”, para saírem de fininho, retornando a suas costumeiras atividades.
Convém lembrar, que naqueles anos inocentes existiam apenas cadeias públicas, sem necessidade de prisões especiais ou de segurança máxima, como ocorre atualmente.
Os raros bandidos de então eram verdadeiros “gentlemans”, até mesmo necessários para justificar a existência das pequenas forças policiais, que limitavam-se a prender bêbados e intervir em disputas familiares.
Que saudades dos velhos e bons tempos de outrora.
Nos dias atuais, ladrões com nove e dez dedos roubam desbragadamente, sem o menor pudor. Assassinos e traficantes se multiplicam, matando e cometendo todas as espécies de crimes, horrorizando a população que vive sitiada e confinada, com o medo estampado nas faces.
Ladrões de colarinho branco roubam a merenda das escolas, desviam verbas destinadas a compra de remédios, superfaturam equipamentos de hospitais, desviam recursos de todas as obras construídas com nosso suado dinheiro, duramente extorquido via impostos escorchantes.
Vivemos em pleno império da roubalheira, dos crimes violentos e da impunidade.
E o pior de tudo, é que olhamos o cenário atual, analisamos os acontecimentos e como verdadeiros cordeiros marchando para o abate, chegamos a triste conclusão: “estamos ainda longe do fundo do poço, sem avistarmos qualquer resquício de luz no fim do túnel”.
Com grande pesar e com o coração apertado voltamos nossos olhos ao passado e concluímos:
“já não se fazem mais ladrões como os de antigamente”.
O velho Sr. Alcides adorava contar os feitos dos principais personagens da crônica policial paulista, um ladrão e batedor de carteiras cujo nome não recordo, mas era conhecido como “Sete Dedos”, e outro famoso assaltante chamado Meneghetti.
Sete Dedos, apesar de sua deficiência, fruto de uma carona infeliz num trem da Estrada de Ferro Sorocabana que lhe custou três dedos da mão direita, era um hábil punguista, capaz de subtrair a carteira dos transeuntes num piscar de olhos, sem jamais ofender ou agredir o surrupiado.
Meneghetti só atuava de terno, tratando suas vítimas com respeito e sem jamais molestá-las. Era especialista em assaltos a residências.
Comentava-se na época, que muitas vítimas, principalmente as senhoras, torciam pela reincidência do fato, tal a educação e deferência com que eram tratadas pelo fino meliante.
Mesmo presos algumas vezes, não havia cadeia que resistisse a argúcia dos malandros, especialistas em abrir cadeados e fechaduras com na maior delicadeza.
Era só aguardarem as horas sonolentas da madrugada, quando os heróicos e vigilantes guardas sucumbiam nos braços de “Morfeu”, para saírem de fininho, retornando a suas costumeiras atividades.
Convém lembrar, que naqueles anos inocentes existiam apenas cadeias públicas, sem necessidade de prisões especiais ou de segurança máxima, como ocorre atualmente.
Os raros bandidos de então eram verdadeiros “gentlemans”, até mesmo necessários para justificar a existência das pequenas forças policiais, que limitavam-se a prender bêbados e intervir em disputas familiares.
Que saudades dos velhos e bons tempos de outrora.
Nos dias atuais, ladrões com nove e dez dedos roubam desbragadamente, sem o menor pudor. Assassinos e traficantes se multiplicam, matando e cometendo todas as espécies de crimes, horrorizando a população que vive sitiada e confinada, com o medo estampado nas faces.
Ladrões de colarinho branco roubam a merenda das escolas, desviam verbas destinadas a compra de remédios, superfaturam equipamentos de hospitais, desviam recursos de todas as obras construídas com nosso suado dinheiro, duramente extorquido via impostos escorchantes.
Vivemos em pleno império da roubalheira, dos crimes violentos e da impunidade.
E o pior de tudo, é que olhamos o cenário atual, analisamos os acontecimentos e como verdadeiros cordeiros marchando para o abate, chegamos a triste conclusão: “estamos ainda longe do fundo do poço, sem avistarmos qualquer resquício de luz no fim do túnel”.
Com grande pesar e com o coração apertado voltamos nossos olhos ao passado e concluímos:
“já não se fazem mais ladrões como os de antigamente”.
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