sexta-feira, 17 de junho de 2016

Vereador é suspeito de usar verba para comprar uísque em vez de água

O vereador Estaniel Pascoal da Silva (Pros), ex-presidente da Câmara de Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, é suspeito de ter usado dinheiro público para gastos excessivos com supermercado e por ter adquirido bebidas alcoólicas para o estande da Câmara Municipal num parque de exposição, sendo que a nota dizia que o dinheiro teria sido gasto com água. A acusação é do Ministério Público do Estado, que acionou o vereador na Justiça por improbidade administrativa, e pediu o bloqueio dos bens dele e de outras três pessoas, entre elas um assessor legislativo, no valor de R$ 1,1 milhão.

Conforme o MPE, que entrou com duas ações civis contra Silva, o bloqueio é para assegurar devolução de dinheiro aos cofres públicos e também o pagamento de uma multa civil. O G1 tentou falar com o vereador, que exerceu o cargo de presidente da Câmara entre 2013 e 2014, mas ele não atendeu as ligações.

Estaniel da Silva é suspeito de ter comprado bebida alcoólica para o estande da Câmara Municipal em 2013, quando foram gastos R$ 3 mil em uísque. A nota de empenho, entretanto, era de compra de água, disse o MPE.Numa das ações, o MPE acusa o vereador de gastos excessivos na Câmara com supermercado, fracionamento indevido de despesas e licitações, compras sem consulta de preços e compra de material gráfico para fins pessoais.

Em relação às compras no mercado, o legislativo municipal adquiriu 115 pacotes de biscoitos, 28 caixas de litros de leite, 170 unidades de água de coco, achocolatados, 120 litros de coca-cola, 96 litros de fanta e 72 litros de guaraná, 20 pacotes de macarrão, entre outros itens, segundo o MPE. As despesas não são condizentes com a atividade legislativa, afirma o Ministério Público.

No final do mesmo ano, com dinheiro da Câmara, o vereador também teria comprado 900 envelopes e pagado uma empresa para entrega de correspondências para promoção pessoal dele.

Sala da Mulher

O MPE disse que também constatou irregularidades na construção da Sala da Mulher, da Câmara Municipal. Conforme as investigações do Ministério Público, os serviços apresentaram problemas devido à má execução ou à baixa qualidade dos materiais. E foram verificados ainda sobrepreços e fracionamento da obra, acusa o MPE. A construção custou R$ 33,8 mil. 

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