quinta-feira, 9 de junho de 2016

Um Serial killers louco,cruel e diabólico:

Ed Gein conversando com o advogado em seu primeiro julgamento (1957)
Edward, mais conhecido como Ed, ou apenas Eddie, sofria de uma aflorada fantasia edípica. Sua mãe o protegia exageradamente quando ainda criança, proibindo-o de conversar com mulheres (“mulher boa é mulher morta”, dizia ela) e com meninos da mesma idade para não incorrer em pecado. Sua vida foi contaminada por crenças religiosas. Sentia ódio de seu pai; sujeito alcoólatra, desempregado e, nas palavras de Gein, “inútil”. Temia ser igual ao genitor. Criou-se, juntamente com seu irmão mais velho e sua mãe, em uma fazenda isolada da cidade, em Plainfield, Wisconsin, nos Estados Unidos. Ir para a escola era uma tortura – seus colegas não passavam um dia sem fazer bullying contra aquela criança tímida e que “parecia uma menina”.
Quando seu irmão e sua mãe morreram, Eddie isolou-se em sua fazenda. Possuía como hábito limpar os cômodos de sua falecida genitora, mas não mantinha a mesma higiene nos outros móveis da casa. O seu quarto, por exemplo, exalava um cheiro intragável, mas ele pouco se preocupava, desde que a sua mãe, mesmo morta, percebesse que as suas coisas estavam asseadas. Com o passar do tempo, Gein foi adquirindo hábitos estranhos. Passou a ler compulsivamente relatos de experiências feitas por médicos nazistas em judeus e livros sobre a anatomia feminina. Mas nada se comparava ao deleite que sentia com o seu principal entretenimento: ler a sessão de obituários e escolher, dentre os mortos, o defunto mais parecido com o de sua mãe.
OS JULGAMENTOS
O julgamento de Ed Gein iniciou em 21 de novembro de 1957 na Corte Judicial de Waushara (cidade próxima à Plainfield, onde os crimes ocorreram). Durante a solenidade, o acusado se declarou como “não culpado” e alegou insanidade. Considerado mentalmente incapaz (e, assim, inapto para ser julgado) foi conduzido ao Central State Hospital for the Criminally Insane, uma instalação médica na cidade de Waupun, em Wisconsin.
Após passar 10 anos na referida instituição médica, Ed Gein foi considerado apto a ser julgado. A nova solenidade iniciou em 14 de novembro de 1968 e durou uma semana. A Defesa insistiu na tese de insanidade. Já a Acusação sustentou que o carniceiro tinha plena ciência dos crimes praticados. Para tanto, arrolou diversas testemunhas, dentre elas técnicos de laboratório que efetuaram a autópsia de Bernice Worden, alguns policiais e também psiquiatras. As evidências materiais, os depoimentos precisos das testemunhas e a confissão anterior do próprio carniceiro (“Como alguém pode me culpar pela morte de Bernice Worden?”) levaram o júri a proferir o inevitável veredicto: Eddie foi considerado culpado de assassinato em primeiro grau.
Alguns dias após, o magistrado Robert H. Gollmar proferiu a sentença. Apesar do veredicto condenatório dos jurados, entendeu – após ouvir médicos arroladas pela Acusação e pela Defesa, em sessão requerida por esta –que Gein realmente não tinha discernimento para compreender o crime praticado. Assim, declarou-o“não culpado por razões de insanidade”. O carniceiro foi escoltado para a mesma instituição médica em que permaneceu por uma década (Central State Hospital for the Criminally Insane), sendo, após, encaminhado para oMendota Mental Health Institute, um hospital psiquiátrico gerenciado pelo Departamento de Serviços de Saúde de Wisconsin.
OS ÚLTIMOS DIAS
Ed Gein passou o resto de sua vida no Mendota Mental Health Institute, um hospital psiquiátrico gerenciado pelo Departamento de Serviços de Saúde de Wisconsin. Era considerado um paciente modelo, sem trazer quaisquer problemas para o instituto, sempre demonstrando bom convívio com os demais pacientes. O superintendente da instituição chegou a dizer que “se todos os nossos pacientes fossem como ele, não teríamos nenhum problema”. Embora amável e dócil na perspectiva de alguns membros da equipe, alguns funcionárias se queixavam que Gein costumava olhá-las fixamente sempre que aparecessem diante dele.
Com câncer, Eddie morreu no dia 26 de julho de 1984 em virtude de uma insuficiência cardíaca e respiratória. Foi enterrado no cemitério de Plainfield, próximo de sua mãe, e apenas a alguns metros das sepulturas que havia violado trés décadas antes para conduzir seus “estudos científicos”. Por ironia do destino, ao longo dos anos sua sepultura foi constantemente vandalizado por populares. A lápide do seu túmulo foi, ao final, também furtada.

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