sexta-feira, 3 de junho de 2016

Menino de 10 anos suspeito de furtar carro morre em confronto


Um garoto de 10 anos suspeito de furtar um carro foi morto por policiais militares durante confronto na noite desta quinta-feira (2) na Vila Andrade, na zona sul da capital paulista. Outro menino, de 11 anos, que o acompanhava no veículo, foi apreendido. Após prestar depoimento ao lado da mãe, ele foi liberado. 
De acordo com a PM, policiais faziam patrulhamento por volta das 19h15 na altura do número 835 da Rua José Ramon Urtiza quando viram um carro furtado na região. O motorista teria fugido da abordagem, e os PMs iniciaram perseguição, que só terminou após o veículo colidir duas vezes em um ônibus. 
Acompanhado da mãe, o menino afirmou à Polícia Civil que estava em casa quando foi procurado pelo amigo de 10 anos. Segundo o boletim de ocorrência, o garoto mais novo disse ao mais velho que tinha uma arma e o convidou para roubar um prédio localizado no Campo Limpo, também na zona sul.
O menino disse aos policiais que não queria acompanhar o amigo, mas que foi ameaçado e obrigado. Os dois chegaram de ônibus ao local e pularam o muro para invadir o condomínio. Na garagem, perceberam que um carro tinha o vidro do motorista aberto e a chave no contato.
O menino de 10 anos assumiu o volante, enquanto o amigo ficou no banco de trás. Segundo ele, os dois deixaram o prédio sem dificuldade, mas o colega não sabia trocar as marchas do carro e logo passaram a ser perseguidos por policiais militares. Segundo ele, o amigo não respeitou a abordagem policial e efetuou dois tiros para fora.
O garoto de 11 anos afirmou que, após as batidas no ônibus, o amigo atirou na direção dos PMs, momento em que houve o revide. Ele foi alvejado na cabeça e morreu no local. O outro menino sofreu escoriações na face decorrentes das colisões do carro no coletivo. A arma calibre 38 usada pelo menino foi apreendida.
O caso foi levado ao 89º Distrito Policial (Portal do Morumbi), mas é investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou que a polícia comunicou a ocorrência ao Conselho Tutelar e à Vara da Infância e da Juventude e que o DHPP instaurou inquérito de morte decorrente de oposição à intervenção policial.
A SSP informou ainda que a Corregedoria da PM abriu inquérito administrativo e acompanha as investigações, "como é de praxe em toda ocorrência envolvendo policiais". 

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