Depois de três meses internado, sendo que um deles em coma, no CTI, o menino Julio Cezar da Silva Salles, de 12 anos, finalmente está prestes a ir para a casa.
Em fevereiro, Julio Cezar brincava com um grupo de crianças em uma poça d’água, às margens da Rodovia Presidente Dutra, altura do Jardim América, na Zona Norte, quando foi atropelado por um carro.
Alex relata que o processo de recuperação do garoto foi muito rápido, se comparado a casos comuns, e que ele foi acordando do coma aos poucos, fazendo leves movimentos. A única dificuldade é que Julio Cezar teve uma trombose e estava sendo alimentado através de sondas.
- Ele ainda não fala, mas já entende tudo e responde aos estímulos. É uma questão de tempo, ele vai voltar a falar, é devagar, precisa de acompanhamento agora - disse.
Como sofreu um traumatismo craniano, o garoto ainda tem pequenas sequelas do acidente, mas o prognóstico dos médicos é positivo.
Uma parte do cérebro dele não está funcionando totalmente, então ele não faz muitos movimentos com o pescoço, está um pouco molinho. Os médicos falaram que só uma questão de tempo, mesmo. Eles vão acompanhar, agora não podem dizer que ficarão sequelas - disse Alex.
Para receber o menino e continuar o tratamento em casa, a família está recebendo apoio e ajuda de amigos, que fizeram campanhas nas redes sociais. A casa terá que ser adaptada e uma cama hospitalar já foi doada para o garoto.
Neste momento, tem um pessoal da igreja ajudando em casa porque nós não temos estrutura para receber o Julio, nem lugar para colocar a cama, tinha - afirma.
De acordo com o tio, Julio Cezar precisará de acompanhamento de especialistas, além de alimentação especial e fraldas, o que preocupa a mãe do garoto, Jaqueline da Silva Menezes, que também tem outros quatro filhos.
Com ele saindo do hospital, ela (a mãe) está aliviada. Vai sair um grande peso das costas dela, porque tem outros filhos também, mas por outro lado ela está preocupada com a falta de estrutura para receber o menino em casa, é um longo tratamento. Nós conseguimos a fisioterapia, mas ainda estamos procurando uma fonoaudióloga, porque vai demorar um pouco pra ele começar a falar de novo - finaliza.
Relembre o Caso:
Em fevereiro, Julio Cezar brincava com um grupo de
outras crianças, que se arriscavam no meio dos carros na Rodovia Presidente Dutra, altura de Jardim América, Zona Norte, para pegar impulso e se jogarem numa poça de água, quando foi atingido por um carro. O menino teve um traumatismo craniano e ficou em coma no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte. De acordo com a mãe do garoto, Julio havia saído mais cedo da escola e disse que ia jogar bola num campinho perto de casa, na comunidade Beira Rio, como faz todos os dias: Acho que ele se juntou com mais cinco ou sete coleguinhas e foram para lá (a poça d'água formada às margens da Dutra). Apesar de muito abalada, a mãe disse que não culpa ninguém pela tragédia:
O tio do garoto passou pelo local cerca de cinco minutos após o acidente. Ele disse que já havia alertado o sobrinho anteriormente.
Na nossa comunidade não tem opção de lazer. Então, as crianças fazem aquela água suja de piscina. Eu já tinha passado com meu sobrinho por lá e visto meninos se jogando na poça. Eu perguntei para ele: “Você também faz isso?”. E ele respondeu: “Não, tio. Tá maluco?”. Mas sabe como é criança, né? - contou o motorista.
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