terça-feira, 22 de março de 2016

Acusada de vários crimes, Vanessa Ingrid diz que testemunhas mentiram

Na tarde de quarta-feira, 16 de Março, no Fórum do Barro Duro, está acontecendo o julgamento de Vanessa Ingrid da Luz Souza, acusada da autoria intelectual pelo assassinato Amanda Celeste Conceição de Assis, crime ocorrido em novembro de 2011 e Orlando Francisco Cavalcante, acusado da materialidade.
Durante os depoimentos, a mãe da vítima, Josefa Sônia da Conceição, disse que não gostava de Vanessa. Ao ser questionada se a filha estaria envolvida com prostituição a testemunha declarou que não tinha conhecimento sobre o fato.
Dona Josefa revelou ainda em seu depoimento que no dia que a filha morreu “foi até um ponto de ônibus, mas foi forçada entrar em um táxi e nunca mais foi vista. Só sei que o corpo de Amanda foi encontrado com nove tiros”.
Ao se referir à suspeita de quem teria executado a filha, Dona Josefa disse que “Orlando estava sem dinheiro e ganhou R$ 1 mil para fazer ‘o serviço’. Depois do assassinato Vanessa estava se vangloriando”, destacou .
Outra testemunha ouvida nesta tarde foi Nayara da Silva, testemunha no caso Amanda e condenada por falso testemunho confirmou que Franciellen foi queimada viva. Ao ser questionada se a mandante seria Vanessa a testemunha respondeu que não iria falar.
Ao ser questionada se Vanessa teria participação na morte de Bárbara Regina, o envolvimento com Primeiro Comando da Capital (PCC) e com o tráfico de drogas, Nayara disse que não queria falar. A testemunha confirmou apenas que Vanessa, quando morava em São Paulo trabalhava numa boate de prostituição.
Diante das negativas e da falta de informações, Nayara será julgada por falso testemunho e por obstrução da justiça.
Todos mentiram
Arguida sobre o uso de armas, Vanessa Ingrid comentou que nunca usou armas. “Meu namorado comprou uma arma no valor de R$ 400”, destacou a acusada, apesar do Ministério Público apresentar aos presentes um Boletim de Ocorrência contra Vanessa, lavrado quando ela era adolescente, com a acusação de porte de arma de fogo municiada.
Sobre sua ausência no enterro de Amanda, com quem supostamente mantinha uma relação de amizade Vanessa declarou que estava “muito abalada com a morte dela”.
A ré destacou também que todas as testemunhas mentiram. "Amanda usava drogas e as pagava com o dinheiro arrecadado com prostituição", revelou Vanessa Ingrid.
A defesa usou o discurso de que Vanessa nunca foi acusada pelo crime contra Amanda até o caso Francielle, onde a partir daí, ela teria sido acusada “injustamente por outros crimes, como o desaparecimento de Bárbara”.
“Eu não sei quem matou Amanda, mas na época a mãe dela acusava a Dani (amiga em comum das duas) que após ter sido presa em 2013, com medo, me acusou pela morte de Amanda”, declarou Vanessa.
“Vanessa mataria ou morreria por mim”, disse Orlando Francisco, ao se referir à relação dela com Genilson dos Santos, o Ninho.
Além de megar sua participação no crime, Orlando comentou que “não conhecia Amanda, só soube quem era ela quando estava preso por porte de arma”.
O suspeito de ser o autor material, que já responde pelos crimes de tráfico e posse ilegal de arma de fogo, disse ainda não conhecer as pessoas que o acusam. “Os que me acusam tem alguém por trás e aproveitam porque estou preso para colocar a culpa em mim. Não sou de matar ninguém, sou do interior e nunca faria isso”.
O julgamento é presidido pelo magistrado Helestron Silva da Costa, que responde pela 7ª Vara Criminal. 
O caso
Amanda foi morta no dia 08 de novembro de 2011 com diversos disparos de arma de fogo. Ela estaria tendo um envolvimento amoroso com Genilson dos Santos, o Ninho, namorado de Vanessa Ingrid na época.
Vanessa está presa desde 2013 acusada de junto com mais quatro pessoas torturar e assassinar a jovem Franciellen Rocha.  O corpo foi encontrado carbonizado em uma estrada de barro próximo ao conjunto José Tenório em fevereiro daquele ano. A jovem morta também teria tido um relacionamento amoroso com ‘Ninho’.
Em 2013 o promotor José Antônio Malta Marques, denunciou Vanessa Ingrid e mais quatro pessoas pelo homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e sem chance de defesa à vítima): Saulo José Pacheco, Tiago Anderson de Oliveira, Victor Uchôa Cavalcante e Nayara da Silva.
Após a leitura do inquérito policial, o MPE/AL concluiu que Vanessa Ingrid foi a mentora do homicídio motivado por razões passionais. Segundo a investigação da Polícia Civil, a vítima foi torturada e brutalmente assassinada devido a um suposto relacionamento que teria com o namorado da acusada, Genilson dos Santos, o Ninho.
Outras acusações
Vanessa Ingrid também é acusada de ter ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e de liderar uma rede de prostituição em Maceió. Na época do caso, uma das testemunhas causou uma reviravolta no caso ao relacionar o nome da acusada a morte da jovem Bárbara Regina, crime que até então era apurado pela polícia como desaparecimento.

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