Um acidente envolvendo o metrô de Teresina e um trem de carga da empresa Transnordestina Logística deixou dois mortos e um ferido na tarde de ontem. A colisão aconteceu próximo ao cruzamento da linha férrea, na avenida Higino Cunha, zona Sul da capital. Segundo testemunhas, por volta das 16h30, o trem carregado de brita seguia recuando pela linha em direção ao bairro Dirceu, na zona Sudeste, quando, ao mesmo tempo, o metrô viajava do bairro no sentido Centro da cidade e na curva aconteceu a colisão.
O auxiliar do trem cargueiro identificado como Gilvan Campelo, que seguia na traseira do comboio, morreu na hora. O maquinista do metrô identificado como Gilvan Soares de Brito, que ficou preso nas ferragens, não resistiu aos ferimentos e morreu 1h30 depois da colisão. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros estiveram no local prestando atendimento às vítimas. O maquinista exercia a função desde 1990.
O auxiliar do metrô, que foi identificado como Adécio Luís, ao perceber que ocorreria a batida conseguiu pular da composição ainda em movimento e sofreu alguns ferimentos no braço, mas sem gravidade.
Um funcionário da Transnordestina, que não quis se identificar, informou que a falta de comunicação pode ter provocado o acidente. Ele contou que cargueiro estava autorizado a circular de ré pelo local com garantias que a linha estava livre, por isso o auxiliar morto no acidente estava na traseira da máquina.
O funcionário garante que enquanto anda recuado, a velocidade atingida pelo cargueiro é 10km/h. " O metrô deveria ter esperado a passagem do cargueiro, que era o que estava autorizado a circular e vinha em baixa velocidade. Acredito que não deu tempo avisar e infelizmente houve a colisão. Com a velocidade que o metrô circula não havia tempo de frear", contou o funcionário.
O diretor-presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Público (CMTP), Antonio Sobral, informou que vai instaurar uma comissão de inquérito para investigar as causas do acidente. Segundo ele, as conversas entre o controlador de movimento da linha e o maquinista são gravadas.
"O metrô circulou até 9h e depois foi para a garagem, porque ia ter um serviço na linha, inclusive distribuição de brita e elemento de linha. Só retornaria às 16h para pegar o horário de pico da noite. Houve algum problema relacionado à comunicação. A gente vai fazer um relatório detalhado do que realmente aconteceu. Todas as falas que são feitas entre o controlador de movimento e o maquinista são gravadas para que a gente possa realmente ter certeza de qual foi a falha determinante para ocasionar o acidente", explicou.
Por conta do acidente, formou-se um congestionamento na ponte Wall Ferraz, nos dois sentidos, e agentes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) tiveram que ser deslocados para controlar o trânsito no local.
Outros acidentes- no dia 2 de setembro, um acidente envolvendo um ônibus coletivo e o metrô deixou três pessoas feridas no cruzamento das avenidas Rui Barbosa e Miguel Rosa, na zona Norte, próximo ao Cemitério São José.
Em abril deste ano, um motociclista teve o braço esquerdo fraturado ao ser atropelado pelo metrô de Teresina quando trafegava por uma passagem de nível na rua Amélia Rodrigues, bairro Renascença, zona Sudeste
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