Na saída da escola, uma criança de seis anos confessou para o pai que havia sido abusada sexualmente por um menino de 14 no banheiro da instituição. O caso aconteceu da escola municipal Heitor Dias, no município de Ilhéus, localizada no sul da Bahia.
O pai da vítima contou ao R7 BA, que, geralmente, a mãe é que pega o menino na escola, mas, neste dia, ele foi buscar o garoto. Luiz contou que percebeu que havia algo estranho com o filho, a criança não queria passar por perto de um adolescente. Então, perguntou a criança o que estava acontecendo, e o menino pediu para o pai se abaixar, para que ele pudesse contar no ouvido dele a agressão.
— Quando meu filho me contou, pensei que o abuso que ele estava se referindo era abuso de brincadeira de criança. Mas ele continuou afirmando, e acusou o outro menino de ter abaixado o short dele e se esfregado em suas partes íntimas.
Ainda segundo o pai, imediatamente, ele foi em direção ao agressor para tentar espancar o suspeito, mas foi impedido por algumas pessoas que estavam no local, inclusive a mãe do adolescente, que questionou o motivo da violência. Foi quando o pai do menino informou a situação.
Abalados, tanto o pai da vítima quanto a mãe do suposto agressor, entraram na escola. Lá, o adolescente foi questionado sobre o caso e, segundo o pai da vítima, o menor teria dito que pegou a criança, levou para o banheiro, colocou uma das pernas dele no vaso sanitário e teria tentado consumar o abuso.
Conforme o pai, a criança se livrou da tentativa violência, porque teria conseguido se libertar do adolescente e corrido para a sala de aula. O menino é filho único e estuda na escola desde o maternal.
O pai do menor ainda afirmou que a secretária de educação, Marlúcia Rocha, pediu para que ele não divulgasse o ocorrido e aguardasse, para que fossem encontradas soluções para o caso.
Em conversa com o R7 BA, a secretária Marlúcia contou que o adolescente sofre de transtornos mentais e é filho de uma das professoras da escola, e que a instituição de ensino não pode negar crianças com deficiência de estudarem no local.
—A escola é inclusiva e não pode, em hipótese alguma, vetar a participação de crianças com algum tipo de deficiência.
Ainda segundo ela, os meninos foram encaminhados para o CRIE (Centro de Referência de Inclusão Escolar), que possui especialistas, psicólogos na área, que tratam de crianças que passaram por algum tipo de trauma. Entretanto, a mãe da vítima só compareceu aos encontros, duas vezes, e não deu nenhuma justificativa, segundo a diretora do CRIE.
Uma reunião também foi marcada com a diretora da escola, no dia 7 de outubro, porém, nem a mãe e nem o pai da vítima compareceram. A secretária também informou que o banheiro fica localizado distante das salas de aula e, como existem várias séries e crianças de todas as idades ficam juntas, não tem nenhum funcionário que acompanhe as crianças e, por questões financeiras, não há possibilidade de contratar mais profissionais.
Marlúcia afirmou que propôs para os pais da vítima que ele utilizasse o banheiro dos professores e disse que mudaria a porta do banheiro, onde ocorreu o fato, para um lado mais movimentado do pátio, para dar maior seguranças às crianças.
O caso foi encaminhado para o Conselho Tutelar da região e para o Ministério Público. A vítima realizou exames médicos e o laudo deverá ficar pronto em até 30 dias.
R7
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