A Polícia Militar precisa passar urgentemente por uma transformação estrutural, e só o conhecimento é capaz de empreendê-la. A corporação precisa reconhecer que hoje o principal ativo das grandes organizações é o conhecimento, não havendo mais espaço para a promoção por antiguidade.
Urge implementar forte processo de Educação Corporativa na PM, reformulando o modelo atual, baseado ainda na ‘decoreba’, quando o aluno estuda para passar e, depois de um mês, já esqueceu tudo. Há que se impulsionar o uso contínuo da instrução, bem como a utilização massificada do e-learning e até mesmo do mobile e-learning. Não há mais como ter oficiais sem a devida capacidade para planejar, organizar, liderar e controlar, tampouco praças sem o mínimo de conhecimento técnico-profissional.
Basta de promoções por antiguidade, que não incentivam o PM a estudar e a se qualificar. A sociedade clama por profissionais mais bem preparados para servir e proteger, e a educação corporativa é essencial nesse processo.
Deve-se reformular a legislação para que a corporação tenha uma só forma de ingresso e que todos tenham a mesma oportunidade de chegar ao posto máximo, desde que exclusivamente pelo mérito — não no sentido de fidelidade ao chefe, mas da contínua e persistente qualificação, só sendo promovidos mediante concursos internos. Valorizam-se, assim, os mais capacitados e os mais comprometidos.
O modelo atual de promoções na PM está com os dias contados. Aquele profissional que fica anos parado, sem estudar, apenas esperando subir de posto, ficará no passado, abrindo-se espaços para todos aqueles que não têm receio de disputar uma vaga, com quem quer que seja.
O policial militar que emergirá dessa reforma será aquele que se dedica constantemente ao aprimoramento profissional, isto é, ao verdadeiro PM da sociedade do conhecimento.
Artigo publicado no jornal O Dia
Texto: Melquisedec Nascimento
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