Marcelo Gomes de Oliveira, 35 anos, pode ter saído do País. O Serviço de Inteligência da Polícia Civil busca pistas sobre a localização do traficante, que está foragido. Monitoramento feito pela polícia descobriu que, depois de solto, ele se hospedou com nome falso em um hotel em Brasília, onde ficou até por volta das 19h30 de quarta-feira. Ao tomar conhecimento de que havia nova ordem para sua prisão, desta vez por latrocínio, Marcelo Oliveira teria fugido com uma mala em direção ao aeroporto internacional de Brasília, onde tomou rumo ignorado.
A polícia não descarta a possibilidade de que ele tenha saído do País, possivelmente rumo à Bolívia, onde mantém muitos contatos. As investigações policiais indicaram que o traficante mantinha negócios ilícitos em localidades bolivianas e na cidade de Cárceres, Mato Grosso, na divisa com a Bolívia, um dos maiores produtores de cocaína do mundo. Os advogados de defesa do homem que pode ser o maior traficante de drogas já preso em Goiás não descartam que ele tenha saído do Brasil. Mas garantiam, até a noite de ontem, que não sabiam onde o cliente estava.
Marcelo, que também é conhecido como ‘Zói Verde’, além do nome falso apresentado para se hospedar em Brasília, já usou outros três nomes diferentes(veja quadro). Segundo a investigação da polícia, em 2006 passou a usar o nome de Marcelo Gomes de Aguiar. Com essa assinatura, foi autuado em flagrante pela Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), mas o processo desapareceu. Em 2011, passou a usar o nome de José Marcelo Gomes de Moraes, com o qual fez vários negócios e até declaração de Imposto de Renda.
Em 2014, mesmo ano de sua prisão por tráfico internacional de drogas, conseguiu mudar na Justiça seu nome real para José Marcelo Gomes de Oliveira. A decisão depois foi anulada, mas a Justiça cita os dois nomes nos processos lavrados contra ele. Com seu primeiro nome, Marcelo foi condenado a 21 anos de prisão por latrocínio, cumpriu pouco mais de três anos e fugiu. O processo desse caso também desapareceu da 4ª Vara de Execuções Penais.
Depois de pedida a restauração do processo, os documentos foram transferidos para a cidade de Parnaíba, no Piauí, em maio de 2011, a pedido da defesa. Mas como o preso não tinha vínculo com o Estado, foi remetido novamente à comarca goiana. E os documentos também teriam sumido nesse traslado. Os autos que se referem a Joaquim Viana Costa, um dos comparsas e apontado como braço direito de ‘Zói Verde’ também sumiram da 3ª Vara Criminal de Goiânia. Esse documento foi restaurado depois que a Polícia Federal enviou cópia do inquérito policial.
Autos de investigação da Polícia Civil apontam que na semana em que o foragido mudou o nome com autorização da Justiça em Aruanã sua contabilidade apontou pagamento de R$ 240 mil para o advogado responsável pela ação, valor considerado exorbitante para um pedido de retificação de nome. Documentos do processo de mudança do nome do acusado, que estão anexados a um dos 10 volumes de investigação na Justiça Federal, detalham que a despesa do processo se limitou a 145 reais de custas judiciais e outros R$ 1 mil para despesas gerais de cartório.
Juiz solicita decisão que concedeu habeas-corpus
23 de janeiro de 2015 (sexta-feira)
Juiz da 11ª Vara Federal em Goiânia, Leão Aparecido Alves solicitou a remessa do inteiro teor do voto da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal, que concedeu no dia 20 de janeiro, por unanimidade, a liberdade ao traficante Marcelo Gomes de Oliveira, o Zói Verde, que seguia preso desde maio de 2014 no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. No processo, consta ainda documento com data do dia 20 de janeiro e assinado por Marcelo, em que ele se compromete a comparecer a todos os atos do processo. Em caso de descumprimento, sua liberdade seria revogada.
No caso do processo referente ao tráfico de drogas, o processo está em fase de defesa dos acusados. Segundo os autos do processo na Justiça Federal, os documentos foram remetidos no dia 31 de outubro de 2014, vindos da comarca de Itaberaí (Justiça estadual), onde começou a investigação. No dia 6 de novembro foi remetido à 5ª Vara Federal e redistribuído para a 11ª Vara Federal. No dia 13 do mesmo mês, foi encaminhado à 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF), que opôs embargos de declaração.
No dia seguinte o processo foi remetido à Procuradoria Federal da República e o MPF ofereceu denúncia contra Marcelo e seus comparsas pelos crimes de tráfico, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Por esse último crime, o MPF representou por novo decreto de prisão preventiva dos acusados com a justificativa de que oferecem risco à sociedade, não possuem profissão e sobrevivem do tráfico de drogas. O documento cita, além do tráfico de drogas, os outros crimes pelos quais Zói Verde responde na justiça goiana.
O juiz determinou ontem expedição de ofício ao diretor do Núcleo de Custódia requisitando explicação quanto à liberação de Marcelo. Ele cita que o alvará de soltura clausulado encaminhado à administração penitenciária observa a existência de dois processos de execução penal com o nome do acusado. A Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) informou que no dia 20 de janeiro realizou as pesquisas e não havia mandado em aberto em relação ao preso.
Fonte: O Popular
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