O Disque Denúncia é uma das principais ferramentas que a polícia disponibiliza para prender criminosos. Por meio do telefone 181, a população pode entrar em contato com o sistema de segurança e informar algum ato ilícito, como o tráfico de drogas. Porém, nas últimas semanas, nem mesmo o sigilo garantido pelo serviço ao denunciante, livrou dois potiguares da morte.
Nesse domingo (25), um homem identificado como Lúcio Adriano dos Santos, de 38 anos, foi assassinado no bairro das Quintas, na zona Oeste de Natal. Ele foi baleado em via pública, atendido pela Samu, mas morreu no hospital Walfredo Gurgel. A primeira informação era de que ele havia sido morto por ter participado do espancamento de um assaltante dominado pela população na região. Porém, a versão foi desmentida pelo delegado Marcos Geriz, que estava de plantão pela Delegacia de Homicídios (Dehom). “O que conseguimos apurar é que dois rapazes, um deles com o nome de Alan, estavam cometendo alguns crimes pela região e o Lúcio denunciou os dois para a polícia. Porém, alguém soube e contou para a dupla. Aí, eles foram ao bairro e mataram o Lúcio. Vamos receber um familiar da vítima que irá contar tudo detalhadamente, mas já estamos com a investigação adiantada e identificamos os suspeitos”.
No domingo passado, em São Gonçalo do Amarante, no bairro Golandim, um homem foi assassinado na frente da residência onde morava. O crime aconteceu na rua Nossa Senhora de Aparecida. Identificado por Clésio Jerônimo da Costa, de 50 anos, a vítima era ex-taxista, e atualmente trabalhava como pedreiro. De acordo com as informações que a Dehom colheu no local, a vítima pode ter sido morta por ordem de traficantes da região. “Há duas semanas dois traficantes que agiam na região foram presos. Uma pessoa teria informado para os traficantes que o morador da última casa da rua foi o responsável pela denúncia que resultou na prisão dos dois. Só que no final da rua tem uma casa de um lado e de outro. Quando o Clésio vinha chegando em casa, ele foi baleado e morreu no local”, comentou o delegado Luiz Lucena no dia seguinte ao crime.
Além do telefone, o Disque Denúncia ganhou a versão via “WhatsApp”, através do 84 8149-9906. Durante os 16 primeiros dias de funcionamento, o serviço recebeu mais de quatro mil denúncias. Apesar dos dois homicídios, o delegado Marcos Geriz ressaltou a importância da ajuda da população. “A identidade do denunciante fica preservada com o Disque Denúncia. Mas não temos o controle das pessoas. As pessoas que entregaram esses dois homens que foram mortos ficaram sabendo de alguma forma e isso a polícia não tem como evitar”.
Três terminais eletrônicos violados no RN
Em menos de 24 horas, três caixas eletrônicos foram alvos de bandidos no Rio Grande do Norte. O primeiro caso aconteceu na cidade de Messias Targino, no interior do Estado. Segundo informações da polícia, os bandidos usaram bananas de dinamites para arrebentar o caixa eletrônico do Bradesco e pegar todo o dinheiro. Com a explosão o local ficou com a estrutura comprometida. Após o crime, o bando fugiu em um veículo não identificado que estava estacionado em frente ao prédio. Toda a polícia da região foi acionada na caça aos criminosos, mas até o fechamento desta edição, ninguém havia sido detido.
Já o outro caso ocorreu em uma grande fábrica da Sams, que fica na cidade de Macaíba. A Polícia Militar suspeita que uma quadrilha formada por 10 homens tenha participado do crime. Ninguém foi preso. Os criminosos chegaram ao local fortemente armados e usando capuzes. Eles renderam os dois vigilantes, amarraram as vítimas e, logo depois, foram arrombar os terminais da Caixa Econômica Federal.
Em entrevista recente para o Jornal de Hoje, a delegada Sheila Freitas, da Divisão Especial de Investigação e de Combate ao Crime Organizado (Deicor), disse que os bandidos estão cada vez mais audaciosos. “Se você observar como os bandidos agiam há alguns anos e como eles estão agindo atualmente, a diferença é grande. Eles estão bem mais organizados e sabem exatamente o que fazer e até mesmo o dia certo para agir”, disse a delegada, que ainda completou. “No ano passado as quadrilhas passaram a utilizar novos artifícios, como os grampos que colocam na pista. Eles geralmente colocam em locais estratégicos para tentar atrasar a chegada da polícia ou qualquer veículo que possa atrapalhar o roubo”.
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