Um homem confessou à polícia do Rio de Janeiro ter matado 43 pessoas nos últimos nove anos. Sailson José das Graças, 26 anos, foi preso na última quarta-feira após assassinar Fátima Miranda, 62 anos, a facadas — ela seria a 39ª mulher vítima do serial killer.
O delegado Marcelo Machado, que trabalha no caso, disse que é preciso investigar se as mortes de fato ocorreram. Uma apuração inicial identificou mais três homicídios registrados neste ano com características semelhantes às relatadas pelo suspeito.
Essas mortes, todas de homens, teriam ocorrido a mando da companheira do suspeito, que o pagava com roupas e comida enquanto moravam juntos no bairro do Corumbá, em Nova Iguaçu (RJ). Os assassinatos foram motivados por desavenças como o furto de um celular, uma dívida de R$ 40 e ofensas de uma mulher à mandante dos crimes.
O homem já é investigado como autor nesses três inquéritos e naquele que foi aberto quando ele foi preso em flagrante. A morte das 38 mulheres ainda precisa ser confirmada.
— A gente está averiguando. Tem que verificar na nossa base de dados para saber até que ponto isso é real — disse o delegado.
O suspeito contou aos policiais que matava por aluguel ou por prazer e que as vítimas que escolhia eram principalmente mulheres brancas, com mais de 30 anos e que estudavam. Ele ressaltou que não matava mulheres negras, porque lembravam seus parentes, e disse que se arrependeu de ter assassinado uma criança de 2 anos, porque ela estava fazendo muito barulho enquanto ele matava a mãe.
— Às vezes pensava que eu era meio maluco, mas outras vezes achava que era normal. Matava porque gostava. Não me arrependo e, quando sair (da cadeia), provavelmente vou matar de novo — afirmou com frieza Sailson.
A morte da criança e da mãe coincidem com um crime semelhante ocorrido no bairro de Santa Rita, em Nova Iguaçu, há quatro anos. O delegado titular da Delegacia de Homicídios, Pedro Medina, disse que as informações dadas pelo suspeito têm se confirmado até o momento.
— Contamos com a colaboração de parentes de vítimas com esse perfil, de abuso sexual e asfixia. Muita coisa já está arquivada — disse o Medina.
O homem detido nega ter abusado sexualmente das vítimas. O suspeito disse à polícia que aprendeu em séries de televisão e livros algumas técnicas para não deixar vestígios dos assassinatos — como usar luvas e toucas, e que inclusive cortava as unhas das vítimas depois dos crimes.
Segundo a polícia, ele as observava por períodos de uma semana a um mês, e invadia suas casas durante a noite para matá-las sempre asfixiadas. Sailson será transferido para uma unidade prisional ainda nesta quinta-feira ou, no máximo, na sexta.
Além do homem de 26 anos e de sua companheira, foi preso o ex-marido dela, que morava com os dois e participou da morte que gerou o flagrante.
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