O pedido do PSDB apresentado na
quinta-feira para que seja realizada uma auditoria na votação de 2.º
turno da eleição presidencial não encontrou eco no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Quatro dos sete ministros da corte já dizem nos
bastidores, em observações recheadas de críticas ao partido de Aécio
Neves, que a tendência é de que o pedido seja rejeitado já na sessão da
próxima terça-feira.
“Não há nada que comprometa” a lisura do
processo eleitoral, avaliou na sexta-feira o corregedor-geral da
Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha.
Noronha chegou a classificar como
“prejudicial” à democracia o pedido. Outros ministros usam a expressão
“desserviço” e “antidemocrático” para se referir ao pedido, mas destacam
que o plenário vai discutir o tema inclusive para “esclarecer” o
processo eleitoral à sociedade.
A decisão da Justiça Eleitoral de só
divulgar o resultado parcial da apuração quando a votação já estava
praticamente definida também é levantada pelos tucanos. Os dados só
foram divulgados às 20 horas, pois a Justiça esperou o encerramento da
votação no Acre, que está três horas atrás do horário de Brasília em
razão do fuso horário em vigor.
O TSE destaca ainda que os partidos
políticos, inclusive o PSDB, participam das cerimônias de verificação do
software das urnas eletrônicas e tiveram as equipes jurídicas
participando de todo o processo eleitoral.
Torquato Jardim, ex-ministro do TSE,
analisou a peça do PSDB. A avaliação do advogado especialista em direito
eleitoral é de que ela “não aponta qualquer fato objetivo”. “Não há
prova ou fato objetivo que coloque o sistema em dúvida”, disse.
Já o ministro Marco Aurélio Mello, do
Supremo Tribunal Federal e ex-ministro do TSE, defende o afastamento das
dúvidas “para que continuemos admirando o sucesso das urnas”.
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