O processo de beatificação do seminarista Guido Schaffer recebeu o "Nihil Obstat" (nada consta) do Vaticano e a Arquidiocese do Rio instalará um tribunal para dar início ao processo, solicitado em maio. As informações são do site oficial da Arquidiocese do Rio.
Junto ao pedido, foram enviadas histórias de vida de Guido para comprovar que ele vivia de acordo com os ensinamentos da Igreja. ele morreu em 2009 enquanto surfava, apó sofrer uma convulsão.
O pedido de beatificação de Guido, que morreu às vésperas de se tornar padre, foi apresentado oficialmente cinco anos após sua morte, tempo necessário para iniciar o procedimento. Como a avaliação do pedido leva de seis a oito meses, Dom Roberto, delegado episcopal para a Causa dos Santos da Arquidiocese do Rio, explicou que a primeira fase do processo pode ter início até janeiro de 2015. Ele não escondeu, no entanto, sua expectativa de o Brasil ter tão cedo a chance de ganhar mais um santo em sua História. Primeiro santo nascido no Brasil, Frei Galvão foi canonizado pelo papa Bento XVI, em São Paulo, em 11 de maio de 2007.
Devido à forma como acolhia o próximo, Guido é chamado de 'São Francisco de Assis Carioca' por Dom Roberto. "Sempre que eu falo de Guido, o comparo a São Francisco de Assis. Além de curar o corpo, ele curava a alma através do evangelho", disse ele.
Surfista, médico e seminarista
Guido Vidal França Schäffer nasceu no dia 22 de maio de 1974, em Volta Redonda. Ele era um jovem surfista, médico, conhecido por seu envolvimento nas causas sociais e morreu aos 34 anos, quando estava prestes a se tornar padre. O vigário paroquial da Igreja Nossa Senhora da Paz, padre Jorjão, conheceu Guido em um retiro espiritual na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O rapaz foi a primeira pessoa a se confessar com o vigário e, após esse primeiro encontro, eles se tornaram grandes amigos. Devido ao surgimento dessa amizade, o jovem passou a integrar o grupo de fiéis da comunidade.
“Ele tinha o dom de transformar os corações e as vidas das pessoas através do seu testemunho, que era impressionante. Ele era um jovem como todos os outros, falava gírias, brincava e tocava todos que o cercavam”, disse padre Jorjão.
Ele tornou-se seminarista pouco antes de se formar em medicina. Como médico, Guido integrou o corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia do Rio e prestava atendimento gratuito a moradores de rua.
“Ele se preocupava muito com o próximo, sem se importar com a classe social da pessoa. Além disso, incentivava seus colegas de trabalho a prestarem todo tipo de atendimento a quem necessitasse e de forma gratuita”, contou o padre Jorjão.
No dia 1º de maio de 2009, surfando na Praia do Recreio em comemoração à despedida de solteiro de um amigo, o jovem seminarista, que estava prestes a se formar, morreu afogado. O acidente gerou grande comoção. Desde então, todo dia 22 (dia de seu nascimento), uma grande quantidade de pessoas participa da missa celebrada em sua homenagem no seu túmulo, no cemitério São João Batista, em Botafogo.
Fonte: Gabriel Barreira / G1 Rio
Foto: Arquidiocese / Divulgação
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