Eu tinha 11 para 12 anos quando ouvi pela primeira vez a cantora Clemilda. Nesta época existiam programa de rádio em meu estado natal, Maranhão, voltados para o forró de duplo sentido. Ouvi muito Genivaldo Lacerta, Alíbio Martins, Zenilton e derepente aparece Clemilda e contagiou a todos com o seu forró quente, atrevido e balançante.
Mas Clemilda se foi nesta quarta-feira, deixando um legado de alegria para quem viveu tempos triste no Nordeste Brasileiro:
Quando se pensa nas músicas de forró de duplo sentido, imediatamente nos vem à cabeça Genival Lacerda, Zenilton e outros cantadores populares. Mas nem só de homens vivia esse cenário. A cantora alagoana Clemilda também se aventurou nessa onda ao lançar, nos anos 1970 e 1980, canções irreverentes como O anel do eno, que dizia "Eu estou com o anel do Eno. Quem não está com o anel do Eno, por favor, levante a mão." A irreverência, no entanto, teve fim nesta quarta-feira (26), com o falecimento de Clemilda, aos 78 anos.
Apesar de morar em Aracaju, a artista nasceu na cidade de Palmeira dos Índios, a 130 km de Maceió (AL). Clemilda imortalizou sucessos como Forró cheiroso, Seu tuzinho e A cantiga da doida (Eu quero é KH). O sucesso de Clemilda ganhou reforço de participações de importantes programas de TV, nos anos 1980. A forrozeira foi convidada de atrações como Cassino do Chacrinha e Os Trapalhões.
Ao longo do dia, personalidades de Sergipe prestaram suas homenagens à cantora, como por exemplo o governador do estado, Jackson Barreto, que lamentou o falecimento de Clemilda e prestou apoio à família.
Entre as outras letras de Clemilda, se destacam Seu Tuzinho, com o hilariante refrão "Eu tô querendo seu Tuzinho, você tem que dar pra mim". O enterro foi realizado às 16h desta quarta-feira (26), no Cemitério São João Batista, em Sergipe.
Com mais de 50 anos na música, a Rainha do Forró deixa mais de 40 álbuns gravados, sendo dois premiados com discos de ouro e outros dois de platina. O maior sucesso de Clemilda na indústria fonográfica veio em 1985, quando a faixa Prenda o Tadeu estourou em todo o país. Em uma das últimas entrevistas concedidas à imprensa sergipana, há dois anos, a artista lembrou como foi difícil começar a carreira e consolidar seu nome como forrozeira.
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