PRIMO DE AÉCIO TERIA CONFESSADO EM DEPOIMENTO, PARTICIPAÇÃO EM ESQUEMA PARA LIBERAR TRAFICANTES DE DROGAS NA REGIÃO DE CLÁUDIO - MINAS GERAIS
O empresário de Claúdio, no Centro-Oeste mineiro,
Tancredo Tolentino, 52 anos, conhecido como Quedo, confessou em depoimento à Polícia Federal ter repassado recursos para o desembargador Hélcio Valentim, acusado de envolvimento em um esquema de venda de sentença para a libertação de traficantes. Em depoimento ao delegado federal Antônio Benício de Castro Cabral, no dia da Operação Jus Postulandi, Quedo disse ter recebido do advogado e vereador Walquir Avelar um envelope de papel pardo com R$ 45 mil. Ele disse que entregou R$ 40 mil ao desembargador em uma fazenda em Carmo da Mata, pouco antes da concessão do habeas corpus que liberou os traficantes do Mato Grosso presos em Minas Gerais Braz Correa de Souza e Jesus Jerônimo Silva. O restante do dinheiro – R$ 5 mil – foi a parte dela na negociação.
Quedo, amigo de Walquir há cerca de 10 anos e do desembargador há quatro, afirma que foi procurado pelo advogado para interceder a favor da libertação dos traficantes por causa de uma palestra dada por Valentim no Triângulo Mineiro. Segundo o depoimento de Quedo, nessa palestra o desembargador teria dito que em casos de processo penal ele não admite excesso de prazo. Em todos os habeas corpus concedidos por ele e investigados pela PF, contudo, Valentim alegou que os presos estavam detidos além do prazo permitido pela legislação sem julgamento da causa. Ele informou à PF ter intercedido junto a Valentim a favor dos clientes de Walquir “quatro ou cinco vezes no decorrer deste ano”. Ele também revelou que uma negociação para a libertação de dois traficantes – os irmãos Thiago e Ricardo Bucalon – não prosperou, pois os dois não teriam obtido o dinheiro para pagar pela sentença.
“O interrogado (Quedo) confirma que pediu vários favores ao desembargador Valentim e que ao obter sucesso lhe dava certa quantia em dinheiro apenas como forma de agradecimento’, diz um trecho do depoimento de Quedo. Durante o depoimento, ele confessou ter repetido o mesmo esquema usado para libertar os traficantes Braz Correa de Souza e Jesus Jerônimo Silva, para beneficiar Leandro Zarur Maia: teria dado R$ 40 mil ao desembargador, dinheiro repassado a ele por Walquir (Quedo ficou com R$ 5 mil). Ele contou que repassava ao desembargador cópia dos processos e pedia instruções sobre como redigir os pedidos de soltura, dados que eram entregues a Walquir.
Fonte: Jornal Estado de Minas
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