Na ocasião, dois vídeos com imagens do tiroteio protagonizado pelos criminosos foram entregues a policiais da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DH-Nit/SG), que reconheceram Alex Sandro Duarte Ferreira, o Dinho, 27 anos. Apontado pela Polícia como chefe do tráfico de drogas na Favela da Otto e no Morro do Marítimos, cujas bocas-de-fumo são controladas pela ADA, e acusado de atear fogo num ônibus da Viação Brasília, em agosto de 2010, Dinho já foi preso, em junho de 2011.
O outro criminoso que aparece no vídeo, identificado como Douglas da Silva, 29 anos, foi preso por agentes da DH-Nit/SG no dia 10 de junho – dois dias após o crime. Ele foi surpreendido pelos policiais na casa de um parente, próximo à Rua da Feira, no Barro Vermelho, em São Gonçalo. Contra ele já havia um mandado de prisão pendente por tráfico de drogas.
De acordo com o delegado Wellington Vieira, titular da DH-Nit/SG, os outros dois suspeitos que aparecem na filmagem ao lado de Dinho também já estão identificados: um deles é conhecido como Capacete e o outro como Biriba.
“A participação no crime não está restrita apenas aos que aparecem nas imagens. Sabemos que havia mais gente nesse tiroteio, inclusive o Gafanhoto, que é uma das lideranças do tráfico na região”, completou Vieira.
As investigações conduzidas pela especializada apontaram que bandidos do Morro dos Marítimos, cuja venda de drogas é controlada pela facção Amigos dos Amigos (ADA), teriam ido à Travessa Otto apenas para fazer disparos em direção às moradias da Favela Nova Brasília, comandada por Luiz Cláudio Gomes, o Pão com Ovo, do Comando Vermelho (CV).
No momento do confronto, Karol – como a jovem era carinhosamente chamada por amigos e familiares – estava na sala de sua residência conversando com o irmão quando foi atingida por um tiro de fuzil no peito. Mesmo ferida, ela ainda tentou tranquilizar a mãe e disse: “Mamãe, acertou em mim, mas estou bem”. Ela chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), mas não resistiu aos ferimentos.
A mãe da jovem, a dona-de-casa Darcilene Rodrigues de Souza, 30, contou que se mudou para a parte baixa da favela há dois anos, porque se sentia desprotegida em cima, com medo de bala perdida. Ela disse ainda que a filha estava na sala com o irmão quando começou o tiroteio. A dona-de-casa lembrou que pegou a filha mais nova, de um ano, no colo e foi para o banheiro, chamado os outros dois filhos, que estavam mexendo no computador. A estudante estava em pé ao lado do irmão quando foi atingida.
O padrasto da vítima, o garçom Egilson Mendel, 59, disse que os bandidos gritavam que iam matar morador e que depois que a enteada foi atingida, ainda soltaram fogos para comemorar. Moradores revelaram que os criminosos ameaçaram as pessoas que tentavam socorrer a menina, que chegou a ser levada para o Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, mas não resistiu.
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