Ao longo de milénios, desde a chegada dos “Povos do Mar”, o povo da Palestina assistiu à passagem, pelo seu território, de diferentes povos e civilizações. Aos Assírios e Babilónios, Persas, Gregos e Romanos, sucederam Árabes e Otomanos. Com todos coexistiu o povo da Palestina, de cada um drenando, em maior ou menor extensão, elementos que ajudaram a formatar a sua cultura sendo a influência muçulmana, porventura, a mais relevante. Mas foi preciso chegar ao século XX para, com a cumplicidade entre os colonizadores britânicos e os novos ocupantes sionistas, o povo da Palestina ser forçado a abandonar as terras que ocupara durante milhares de anos.
Estes são alguns dos factos marcantes de quatro milénios da história do povo da Palestina.
2000 A.C.
Amoritas, Cananeus e outros povos semitas, relacionados com os Fenícios, ocupam o território que ficará conhecido como Terra de Canaã.
1800-1500 A.C.
Os Hebreus, de origem semita, deixam a Mesopotâmia e instalam-se em Canaã. A colonização é prosseguida por outros povos semitas, os Hititas e, por fim, os Filisteus, um povo indo-europeu, originário do Egeu, que dará origem ao nome da Palestina.
722 A.C.
Os Assírios põem fim ao Reino de Israel.
586 A.C.
Os Babilónios submetem o Reino da Judeia, pondo termo ao reinado dos Hebreus na Palestina.
538 A.C.
Invasão Persa sob o comando de Ciro, o Grande.
331 A.C.
Invasão Grega conduzida por Alexandre o Grande.
64 A.C.
Invasão Romana liderada por Pompeu.
634 D.C.
A conquista Árabe dá início a treze séculos de civilização muçulmana na Palestina.
1099-1291
Sucessivas invasões de Cruzados.
1517
Início da ocupação Otomana que perdurará até 1917.
1799-1780
Napoleão invade a Palestina e a Síria.
1831
Ibrahim Ali governa a Síria e a Palestina.
1834
Revolta na Palestina contra o domínio do Egipto.
1840
Tratado de Londres põe fim ao domínio egípcio na Palestina.
1856
O Congresso de Berlim, que põe fim à Guerra da Crimeia (1853-1856), abre as províncias do Médio Oriente do Império Otomano ao investimento estrangeiro.
1880
Primeiras manifestações de autonomia árabe.
1882-1903
Primeira vaga de imigração sionista (primeira Aliya). 25.000 judeus, sobretudo oriundos da Europa de Leste, instalam-se na Palestina.
1897
Primeiro Congresso Sionista em Basileia, Suíça, presidido por Théodore Herzl. "O Sionismo luta por criar um lar para o povo judeu, na Palestina".
1902
É criado o Estatuto do Fundo Nacional Judeu para aquisição da terra da Palestina que deve ser entregue "desocupada dos seus habitantes árabes".
1903-1914
Segunda Aliya. Os judeus são agora 6% da população.
1909
Fundação de Tel Aviv, a norte de Jaffa.
1915-1916
O Alto-Comissário britânico no Egipto, McMahon, em correspondência com o Sharif Husayn, promete-lhe o domínio de grande parte do Médio Oriente em troca da sua revolta contra o Império Otomano.
1916
Acordos secretos franco-britânicos, chamados Sykes-Picot, decidem a partilha do Próximo-Oriente, entre as potências vitoriosas, após a guerra. Estipula-se que a Palestina, sede dos Lugares Santos, ficará sob estatuto internacional.
1917
Os Palestinos e os Árabes do Médio Oriente juntam-se aos Aliados, no combate ao Império Otomano, a troco da promessa - não cumprida - de concessão de independência a todos os Árabes.
2 de Novembro - Declaração Balfour (Ministro britânico dos Negócios Estrangeiros): "O Governo de Sua Majestade considera favoravelmente o estabelecimento, na Palestina, de um lar nacional para o Povo Judeu e dedicará todos os seus esforços à realização deste objectivo".
9 de Dezembro – O General Allenby, comandante-chefe da Força Expedicionária Britânica no Egipto, ocupa Jerusalém e, posteriormente, toda a Palestina.
1918
26 de Setembro - Ocupação militar britânica da Palestina.
1920
No rescaldo da 1ª Guerra Mundial, a Sociedade das Nações decide dividir a maior parte do Império Otomano em territórios mandatados. A Palestina fica submetida ao Mandato Britânico.
Maio - Confrontos em Jerusalém entre judeus e palestinos.
Junho - Fundação da Hagana, organização paramilitar sionista clandestina. Sucede ao movimento Hashomer e viria a dar origem às Forças de Defesa de Israel, após a declaração de independência.
1921
Maio - Confrontos em Jaffa entre judeus e palestinos.
11 de Abril- A Transjordânia é separada da Palestina com Estatuto de Emirato semi-autónomo. A independência é alcançada em 1946. A designação de Jordânia data de 1950.
1922
22 de Fevereiro - Egipto formalmente independente. Influência britânica mantém-se até 1954.
22 de Julho - A Sociedade das Nações formaliza a atribuição do Mandato sobre a Palestina à Grã-Bretanha. Um censo britânico na Palestina conta 757.182 habitantes, dos quais 78% muçulmanos, 11% judeus e 9,6% cristãos.
1924-1928
Prossegue a imigração sionista. Os judeus são 16% da população e detêm 4% das terras.
1929
Confrontos graves entre as comunidades judaica e palestina na sequência de disputas sobre o Muro das Lamentações.
1931
Abril - Fundação da Irgun, como resultado de uma cisão da Hagana. O censo britânico contabiliza 16,9% de judeus numa população total de 1.030.000 habitantes.
1932
13 de Agosto - Fundação do Istiqlal (Partido da Independência), o primeiro partido político palestino.
1932
23 de Setembro - Estabelecido o Reino da Arábia Saudita.
3 de Outubro - O Iraque declara a independência mas mantém-se sob influência britânica.
1933
Janeiro - Ascensão de Hitler ao poder. A política anti-semita do III Reich estimula a emigração judaica para a Palestina.
1936-1939
A Grande Revolta Palestina, dirigida contra a autoridade britânica e contra a colonização sionista, e considerada o acontecimento fundador do movimento nacional palestino, tem várias consequências importantes: enfraquecimento da elite política palestina, em consequência da repressão; surgimento da ideia de uma partilha e da transferência de populações; nascimento de uma economia judaica separada, em consequência do boicote palestino; conversão das milícias sionistas em verdadeiros exércitos.
1937
7 de Julho - A Comissão Peel recomenda a partição da Palestina, atribuindo 33% do território a um estado judaico.
1939
17 de Maio - Face às ameaças de guerra, o Livro Branco britânico preconiza independência para 1947, a limitação e a submissão da imigração judaica ao acordo dos habitantes árabes e medidas restringindo a aquisição de terras pelos sionistas.
1941-1945
Durante a II Guerra Mundial, o nazismo leva a cabo uma política de genocídio, vitimando milhões de judeus.
1943
22 de Novembro - Reconhecimento da independência do Líbano.
1945
22 de Março - Fundação da Liga Árabe pelo Egipto, Iraque, Líbano, Síria, Transjordânia e Arábia Saudita, a que se junta o Iémene em 5 de Maio.
1946
Abril - As tropas francesas deixam a Síria, marcando, de facto, a independência proclamada em 1941 e reconhecida em 1944.22 de Julho - Militantes sionistas do Irgud, orientados por Menachem Begin, fazem explodir o Hotel King David, em Jerusalém, matando 91 pessoas.
25 de Maio - Fim do mandato britânico na Transjordânia.
324 de Julho - Na sequência do relatório da comissão de inquérito anglo-americana é apresentado o Plano Morrison-Grady que estabelece dua regiões semi-autónoma, uma judaica outra árabe, sob tutela britânica.1 de Dezembro - Retirada das tropas francesas do Líbano, formalizando a independência reconhecida em 1943.
1947
14 de Fevereiro - A Grã-Bretanha anuncia a sua renúncia ao Mandato sobre a Palestina.
29 de Novembro - As Nações Unidas votam a Resolução 181 que prevê a partilha da Palestina entre um estado judaico (55% da área do país), um estado árabe (44%) e uma zona internacional (os Lugares Santos: Jerusalém e Belém). As autoridades sionistas aceitam o plano; os árabes recusam.
1948
Março – É finalizado o Plano Dalet. Sendo, alegadamente, um plano de contingência para defender o estado judaico de uma invasão, tinha, na realidade, dois objectivos: ocupar todas as instalações, civis e militares, quando viessem a ser evacuadas pelo e britânicos e proceder à limpeza étnica dos palestinos do futuro estado judaico.
9 de Abril - Massacre de Deir Yassin. 117 habitantes desta aldeia, próximo de Jerusalém, são assassinados por elementos dos grupos sionistas Irgun e Lehi.
14 de Maio - As forças britânicas retiram da Palestina, deixando a maior parte do seu armamento aos grupos sionistas. David Ben Gourion proclama o Estado de Israel, "para cumprir a sua parte do Plano de Partilha".
1948
15 de Maio - Exércitos dos países árabes limítrofes (Egipto, Transjordânia, Síria, Líbano e Iraque) invadem Israel e a Palestina para defesa dos direitos do Palestinos. A guerra prolonga-se por quase um ano e termina com a derrota da coligação árabe. Os sionistas apropriam-se de 78% do território da Palestina. Do restante, 20,5% - a margem ocidental do Jordão - ficam anexados à Jordânia e 1,5% - a faixa de Gaza - fica sob administração egípcia. Mais de 700.000 Palestinos refugiam-se nos países árabes vizinhos. Os povos árabes designam este período por "Nakba" (desastre).
16 de Setembro - Um plano proposto pelo Conde Bernardotte, mediador das Nações Unidas para a Palestina, propõe uma partilha mais justa do território. No dia seguinte ao da apresentação do plano, é assassinado pelo Lehi, um grupo clandestino sionista.
11 de Dezembro - A Assembleia Geral da ONU aprova a Resolução 194 que apela ao fim das hostilidades e preconiza o “direito ao regresso” dos refugiados palestinos e a atribuição de compensações.
1949
11 de Maio - Israel torna-se membro das Nações Unidas.
Dando cumprimento à Resolução 62 do Conselho de Segurança da ONU, de 16 de Novembro de 1948, são assinados acordos de armistício entre Israel e o Egipto (24 de Fevereiro), Líbano (23 de Março), Jordânia (3 de Abril) e Síria (20 de Julho).
1950
Abril – Anexação da Cisjordânia pela Transjordânia. O Egipto controla Gaza. Declaração tripartida dos EUA, Grâ-Bretanha e França reconhece as fronteiras do Médio Oriente como definitivas.
1952
23 de Julho - Golpe de Estado militar no Egipto. Os Oficiais Livres, de Gamal Abdel Nasser, derrubam a monarquia.
1955
Incursões israelitas em Gaza.
1956
29 de Outubro - Em resposta à nacionalização, pelo Egipto, do Canal do Suez (em Julho), Israel, numa acção concertada com a França e a Grã-Bretanha, invade o Sinai (Campanha do Sinai). As tropas israelitas só retiram, ao fim de vários meses, por pressão da ONU e dos EUA.
1958
14 de Julho - Militares põem fim ao regime hachemita no Iraque. Desembarque de fuzileiros americanos no Líbano (15 de Julho) e de forças britânicas na Jordânia (17 de Julho).
1959
10 de Outubro - Arafat e outros palestinos no Kuwait fundam a Fatah ("Vitória"), acrónimo invertido de Harkat Al-Tachrir Al-Watanni Al-Falestina (Movimento de Libertação da Palestina).
1961
20 de Julho - Independência do Kuwait.
1964
13 a 17 de Janeiro – Primeira cimeira dos Chefes de Estado árabes, no Cairo.
29 de Maio - Criação da Organização de Libertação da Palestina, sob o patrocínio de Nasser e liderança de Ahmad Shukeiri.
1965
1 de Janeiro - Primeira operação armada da Fatah em território israelita, reivindicado pela Al-Asifa ("Tempestade"). As autoridades israelitas suprimem a administração militar que rege a vida dos palestinos de Israel desde 1948.
1967
5 de Junho - "Guerra dos Seis Dias". Israel ocupa a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, bem como o planalto sírio do Golã e a península egípcia do Sinai. Novo êxodo de 200.000 palestinos e 120.000 sírios.
22 de Novembro - O Conselho de Segurança da ONU aprova, por unanimidade, a Resolução 242, que reconhece o direito de Israel à existência e à segurança e determina a retirada israelita dos territórios ocupados na "Guerra dos Seis Dias".
1968
Março - Batalha de Karameh, povoação jordana atacada por Israel. Os "fedayin" palestinos, apoiados pelo exército hashemita, infligem uma derrota às tropas judaicas.
1969
1 a 4 de Fevereiro - Yasser Arafat assume a direcção da OLP.
17 de Março - Golda Meir torna-se Primeiro-Ministro de Israel.
Agosto - A Fatah e a Frente Democrática de Libertação da Palestina (FDLP) declaram-se a favor de um Estado palestino democrático e laico, onde judeus, cristãos e muçulmanos tinham os mesmos direitos e os mesmos deveres.
1970
Setembro - Os guerrilheiros palestinos baseados na Jordânia envolvem-se em guerra com as tropas beduínas do rei Hussein. Hussein ordena a expulsão dos "fedayin" após batalhas sangrentas de que resultam 4.000 mortos. Uma boa parte dos "fedayin" refugia-se no Líbano, fazendo germinar a guerra civil que rebentará em 1975.
Novembro - O grupo "Setembro Negro", criado por Abu Iyad, reivindica o assassinato do primeiro-ministro jordano, Wasfi Tell, como retaliação pela "guerra civil" de Setembro.
1972
5 de Setembro - O "Setembro Negro" ataca a aldeia olímpica de Munique, matando dois atletas israelitas e sequestrando outros 11. Um ataque falhado da polícia alemã origina a morte de mais 9 israelitas, cinco dos oito assaltantes e um polícia alemão.
1973
6 de Outubro - O Egipto, a Síria e a Jordânia surpreendem Israel com uma guerra no Yom Kippur, o dia da Expiação no calendário judaico.
21 de Outubro - O Conselho de Segurança da ONU aprova, por unanimidade, a Resolução 338 que exige "uma paz justa e duradoura" e o reconhecimento do direito de todos os Estados da região a viver em segurança.
26 a 28 de Novembro – Cimeira árabe de Argel em que a OLP é reconhecida como único representante do povo palestino.
1974
9 de Junho - O Conselho Nacional Palestino (parlamento no exílio) aprova a instauração de uma Autoridade Nacional Palestina em todas as partes do território palestino libertado ou evacuado por Israel.
14 de Outubro - A Assembleia Geral da ONU, numa deliberação aprovada por 115 votos contra 4 (EUA, Israel, Bolívia e Rep. Dominicana) convida a OLP a "representar o povo palestino" numa sessão daquele organismo.
23 de Novembro - Arafat discursa na Assembleia Geral da ONU. No final da sessão, uma esmagadora maioria atribui à OLP o estatuto de observador (privilégio até então apenas concedido ao Vaticano e à Suíça).
1975
Abril - Começo da guerra civil no Líbano. Os "fedayin" estão ao lado das organizações libanesas "islamo-progressistas, em oposição às milícias falangistas da direita cristã, que beneficiam do apoio de Israel. Primeiro grande massacre no campo de refugiados palestinos de Qaratina. A Fatah retalia com um ataque a Damour. Mais de 2.000 mortos e deslocados.
1976
30 de Março - A repressão de uma manifestação de palestinos de Israel contra uma nova vaga de expropriação de terras consagra o Dia da Terra.
Junho - No Líbano, a Síria corta a ofensiva "palestino-progressista" e apoia os falangistas.
12 de Agosto - Massacres no campo de refugiados de Tell-Zaatar, em Beirute Ocidental, perpetrados pelas milícias cristãs libanesas apoiadas pela Síria. Número de vítimas estimado em cerca de 3000.
1977
17 de Maio - Vitória eleitoral do Likud chefiado por Menahem Begin. Intensificação clara da colonização.
7 de Novembro - O presidente Anwar Sadat, do Egipto, visita Jerusalém e inicia conversações de paz com Israel.
1978
14 de Março – Israel invade o sul do Líbano.
1978
17 de Setembro - O presidente egípcio, Anwar Sadat, e o primeiro-ministro israelita, Menahem Begin, assinam os Acordos de Paz de Camp David.
1979
26 de Março - Assinatura, em Washington, por Begin e Sadat, do primeiro tratado de paz israelo-árabe.
1980
30 de Julho - Jerusalém Oriental e seus arredores são anexados pelo Estado de Israel.
1981
6 de Outubro - Anwar Sadat é assassinado, no Cairo, por um comando integrista islâmico.
1982
Agosto - Operação “Paz na Galileia”. O exército israelita invade o Líbano e cerca Beirute. As forças da OLP são obrigadas a abandonar o Líbano e espalham-se por diversos países árabes.
14-18 de Setembro - Massacre nos campos de refugados de Sabra e Shatila, executado pelas milícias cristãs falangistas, com a conivência de Ariel Sharon, ministro israelita da Defesa, em retaliação pelo assassinato de Bashir Gemayel, presidente eleito do Líbano. O número de vítimas pode ter ascendido a mais de um milhar.
1983
10 de Abril - Issam Sartawi, emissário de Arafat nas negociações secretas com Israel, é assassinado em Montechoro, Algarve.
10 de Outubro - Itzahk Shamir torna-se primeiro-ministro de Israel.
1985
Maio - A milícia xiita libanesa Amal, de Nabih Berri, lança a "Batalha dos Campos" causando a morte de milhares de refugiados palestinos.
1 de Outubro - Oito caças israelitas voam até à Tunísia e destruem o quartel-general de Arafat que só escapa por se encontrar ausente.
1987
9 de Dezembro - A Intifada ("Tremor"), ou "revolta das pedras" contra a ocupação israelita, começa na Faixa de Gaza e alastra rapidamente à Cisjordânia. A repressão causa, até 1993, a morte de 2.000 palestinos.
Fundação, em Gaza, do Hamas (“Movimento de Resistência Islâmico”), organização próxima da Irmandade Muçulmana do Egipto.
1988
12 a 15 de Novembro – A OLP proclama, em Argel, um Estado palestino com capital em Jerusalém e aceita as Resoluções 181 e 242 da ONU, reconhecendo implicitamente Israel.
14 de Dezembro - Diante da Assembleia Geral da ONU, reunida em Genebra, a OLP, pela boca de Yasser Arafat, reconhece a existência de Israel, declara aceitar todas as Resoluções da ONU (incluindo a 242 e a 338) e denuncia o terrorismo sob todas as suas formas.
1989
3 de Abril - Arafat proclamado Presidente da Palestina, pela OLP.
1990
Início da emigração maciça, para Israel, de judeus originários da ex-URSS.
Agosto - O Iraque invade o Kuwait.
1991
Janeiro a Março - Uma coligação de países árabes e ocidentais, liderada pelos Estados Unidos, declara guerra ao Iraque (“Guerra do Golfo”) e força à sua retirada do Kuwait.
30 de Outubro – Abertura da Conferência de Paz em Madrid, por Mikahil Gorbatchov e George Bush. Reuniões bilaterias entre Israel e os países árabes, incluindo o palestinos, integrados numa delegação jordano-palestina.
1992
23 de Junho – Itzhak Rabin e o Partido Trabalhista vencem as eleições legislativas em Israel.
1993
20 de Janeiro - Negociações secretas, próximo de Oslo, entre uma delegação palestina, liderada por Ahmed Qorei (Abu Ala), e os académicos israelitas Yair Hirshfeld e Ron Pundk.
20 de Agosto - Israelitas e palestinos rubricam, em Oslo, uma Declaração de Princípios.
9 e 10 de Setembro - Reconhecimento mútuo de Israel e da OLP.
13 de Setembro - Assinatura, em Washington, por Rabin e Arafat, da Declaração de Princípios de Oslo.
1994
25 de Fevereiro - O extremista judeu Baruch Goldstein abre fogo sobre fiéis muçulmanos na Mesquita de Abraão, em Hebron (Cisjordânia) causando 29 mortos e 150 feridos.
4 de Maio - Assinatura, no Cairo, do Acordo de Autonomia de Gaza e Jericó.
1 de Julho - Arafat deixa Tunes e entra na Faixa de Gaza, após 27 anos de exílio.
25 de Julho - Tratado de Paz entre Israel e a Jordânia.
29 de Agosto - Transferência de poderes civis para a Autoridade Nacional Palestina nos territórios ocupados.
14 de Outubro – Prémio Nobel da Paz atribuído a Yasser Arafat, Shimon Peres e Itzahk Rabin.
26 de Outubro - Assinatura, em Ein Evrona, do Tratado de Paz israelo-jordano, na presença de Bill Clinton.
1995
28 de Setembro - Assinatura do Acordo Interino de Oslo, que prevê a retirada israelita de várias cidades palestinas e a transferência de poderes para Arafat.
1995
4 de Novembro - Assassinato de Yitzhak Rabin por um extremista judeu.
1996
20 de Janeiro - Eleições palestinas na Cisjordânia, Jerusalém-Leste e Faixa de Gaza. Arafat é eleito Presidente da Autoridade Palestina.
Fevereiro – O Likud vence as eleições em Israel e Benyamin Netanyahu torna-se primeiro-ministro.
Fevereiro e Março - Atentados-suicidas do Hamas e da Jihad Islâmica em Jerusalém e Telavive, como represália pelo assassinato de Yehia Ayache, o ideólogo do Hamas, pelos serviços secretos israelitas.
13 de Março - Cimeira em Sharm-el-Sheikh, sob o patrocínio dos Estados Unidos, condena os atentados terroristas.
Abril - Operação “Vinhas da Ira” de Israel contra o Líbano. Morte de uma centena de civis refugiados no campo da ONU de Cana vítimas dos bombardeamentos israelitas.
24 de Abril - O Conselho Nacional Palestino elimina da Carta Nacional Palestina todos os artigos que põem em causa Israel.
29 de Maio - Benjamin Netanyahu, do Likud, derrota Shimon Peres nas eleições israelitas e assume o poder.
Setembro - Confrontos armados entre israelitas e palestinos, em consequência da abertura, pelos judeus, de um túnel por baixo da Esplanada das Mesquitas, fazem 76 mortos palestinos.
1997
15 de Janeiro - Arafat e Natanyahu acordam prosseguir o processo de paz.
Fevereiro - Decisão do governo Netanyahou de construir um colonato em Abu Ghneim (Har Homa), ao sul de Jerusalém.
1998
Junho - Projecto israelita de municipalidade única para Jerusalém equivale à anexação da vintena de colonatos da Grande Jerusalém.
Outubro - Negociações de paz em Wye Plantation, mediadas por Clinton, entre Arafat e Natanyahu, não registam progressos.
1999
17 de Maio - O trabalhista Ehud Barak é eleito primeiro-ministro de Israel.
2000
Maio - Retirada israelita do Líbano
11 a 25 de Julho - Negociações de paz em Camp David, mediadas por Clinton, entre Arafat e Barak. Os palestinos recusam a proposta israelita que não permitia um Estado Palestino soberano e viável.
28 de Setembro – Na sequência do aparecimento de Ariel Sharon, chefe do Likud, na Mesquita das Esplanadas, registam-se confrontos que dão origem à Segunda Intifada, dita Al-Aqsa.
16 e 17 de Outubro - Israelitas e palestinos reúnem-se em Sharm-el-Sheikh e emitem um acordo oral em três pontos: fim da violência, criação de uma comissão de inquérito sobre os confrontos e reatamento das negociações de paz.
Novembro - Primeiros bombardeamentos de instalações da ANP em Gaza.
2001
21 a 27 de Janeiro - Fracasso da Cimeira de Taba, patrocinada pelo Egipto e pela União Europeia, devido ao desacordo sobre a questão dos refugiados e a demarcação de fronteiras.
6 de Fevereiro - Sharon eleito primeiro-ministro de Israel.
Dezembro - Cerco a Yasser Arafat, em Ramallah.
2002
Março - Na sequência de vários ataques palestinos, Sharon ordena a reocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Arafat fica cercado em Ramalah durante 30 dias.
Março - Os Estados árabes, reunidos na cimeira de Beirute, aprovam uma proposta de Paz com Israel a troco da retirada dos territórios palestinos e dos Montes Golã e da obtenção de acordo sobre o estatuto de Jerusalém e sobre o regresso dos refugiados.
12 de Março - A Resolução 1397 do Conselho de Segurança das Nações Unidas reconhece, pela primeira vez, a necessidade de um Estado Palestino.
Abril - Israel dá início da construção de uma "muralha defensiva" (o "Muro de Sharon") que invade territórios autónomos palestinos.
25 de Junho - O presidente dos EUA, George W. Bush, apela aos palestinos para elegerem novos líderes, excluindo Arafat do processo de paz.
19 de Setembro - Continuação de ataques palestinos levam Sharon a ordenar segundo cerco a Arafat em Ramalah.
2003
29 de Abril - O Parlamento palestino vota a favor da nomeação de Mahmud Abbas (Abu Mazen) para primeiro-ministro, abrindo caminho à aprovação do "Roteiro para a Paz", um plano dos EUA, UE, Rússia e ONU que prevê a criação de um Estado palestino até 2005.
6 a 10 de Setembro - Abbas demite-se. Ahmed Qorei (Abu Ala) é o novo primeiro-ministro.
2004
22 de Março - Israel assassina o líder espiritual do Hamas, xeque Ahmed Yassin num ataque com mísseis em Gaza.
17 de Abril - O líder político do Hamas, Abdel Aziz al-Rantissi é assassinado pelo exército israelita em Gaza.
26 de Outubro - O Parlamento israelita aprova o plano de Sharon de retirada de soldados e colonos judeus da Faixa de Gaza.
11 de Novembro - Yasser Arafat, Presidente da Autoridade Palestina, morre no Hospital Militar de Percy, nos arredores de Paris.
2005
9 de Janeiro – Mahmoud Abbas é eleito Presidente da Autoridade Nacional Palestina, com cerca de 61% dos votos, em eleições bastante participadas, a despeito de dificuldades criadas pelos ocupantes israelitas e do boicote de grupos islâmicos.
8 de Fevereiro – Cimeira de Sharm-el-Sheik, com a presença do rei da Jordânia e do presidente do Egipto e a participação de dirigentes Palestinos e Israelitas. Ambos os lados concordam em pôr termo à violência. Israel deverá libertar 900 prisioneiros palestinos e iniciar a retirada gradual dos territórios palestinos. A Intifada deverá terminar. Um ataque suicida, atribuído à Jihad Islâmica, em Telavive (25 de Fevereiro), compromete este novo esforço de Paz.
20 de Fevereiro – Israel aprova o plano de retirada que decide a evacuação unilateral de 21 colonatos em Gaza e 4 na Faixa de Gaza, até ao Verão.
1 de Março – Conferência organizada pela Grã-Bretanha, em Londres, aprova auxílio financeiro ao governo Palestino e apoio à organização da segurança Palestina.
Meados de Março – Grupos militantes palestinos, reunidos no Cairo, acordam uma “tahidiyeh” – uma pausa nas hostilidades. O Hamas e a Jihad Islâmica iniciam uma aproximação à OLP e o Hamas anuncia a intenção de concorrer às eleições de Maio.
Abril e Maio – Ariel Sharon e Mahmud Abbas são recebidos, em momentos diferentes, pelo Presidente dos EUA. George W. Bush promete ajuda directa os Palestinos no valor de 50 milhões de dólares e afirma que a base para qualquer acordo são as fronteiras do armistício de 1949.
21 de Junho – Cimeira entre Sharon e Abbas, com poucos resultados visíveis. Israel mostra-se intransigente no que respeita a garantia de segurança por parte da Autoridade Palestina.
Princípio de Julho – Abbas convida o Hamas e Jihad Islâmica a juntarem-se a um governo de unidade.
13 de Julho – Israel veda o acesso a Gaza a cidadãos israelitas não-residentes, para impedir uma manifestação de colonos de protesto contra a retirada.
13 de Julho – Ataque suicida da Jihad Islâmica, em Netanya, desencadeia uma onda de violência que culmina, dois dias depois, em violentos confrontos entre as forças da ANP, que tentam restabelecer a ordem, e elementos do Hamas.
24 de Agosto – Israel completa a evacuação dos colonatos de Gaza e de quatro colonatos da Margem Ocidental, iniciada a 15.
11 de Setembro – Os últimos soldados israelitas deixam Gaza. No dia seguinte, os colonatos são oficialmente entregues aos Palestinos.
2006
4 de Janeiro – Ariel Sharon sofre um acidente vascular que o deixa incapacitado. Ehud Olmert assume a chefia de Israel e do novo partido Kadima, que Sharon tinha fundado.
26 de Janeiro – O Hamas ganha as eleições para a Assembleia Legislativa Palestina, conquistando 74 dos 133 lugares. Mahmud Abbas mantém a Presidência. Os dirigentes americanos e europeus fazem saber que não negociarão com o Hamas e não darão auxílio à Palestina enquanto o Hamas não concordar em desarmar e reconhecer Israel.
28 de Março – Nas eleições em Israel, o partido Kadima conquista uma maioria absoluta, com 29 lugares. O Likud obtém apenas 12 lugares.
29 de Março – O governo do Hamas toma posse. A Fatah recusa integrar a coligação enquanto o Hamas não reconhecer a OLP como representante do povo Palestino e não se comprometer a honrar os compromissos assumidos pela ANP e pela OLP, incluindo os Acordos de Oslo, que reconhecem a existência de Israel e legitimam a Autoridade Nacional Palestina.
Abril – A União Europeia suspende toda a ajuda não-humanitária à Palestina.
Junho – Uma explosão na praia de Gaza mata 8 palestinos. O Hamas responsabiliza Israel e põe fim à trégua que durava há 16 meses. Num ataque a uma carrinha em Gaza Israel mata 11 palestinos, dos quais 9 são civis.
5 de Julho – Primeiro lançamento de um rocket Qassam de alcance melhorado atinge a cidade costeira israelita de Ashkelon. Não houve feridos.
26 de Julho – Israel lança uma contra-ofensiva sobre Gaza como retaliação pelo lançamento de rockets. Mata 23 palestinos e fere 76.
26 de Setembro – Um estudo das Nações Unidas declara que a situação em Gaza é “intolerável”, com 75% da população a depender de ajuda alimentar e 80% da população a viver abaixo do limiar da pobreza. A economia palestina dependia em grande medida da ajuda do Ocidente, congelada depois da vitória do Hamas. A situação pode também ser atribuída ao bloqueio israelita por alegadas razões de segurança.
11 a 14 de Setembro – Israel lança um ataque de três dias a Gaza a pretexto de parar o lançamento de rockets e resgatar um soldado raptado. 21 palestinos são mortos.
8 de Novembro – Israel bombardeia Beit Hanoun matando 19 palestinos civis, dos quais 4 são mulheres e 7 são crianças. O primeiro-ministro de Israel pede desculpa pelo incidente que atribui a “erro técnico” do exército.
2007
19 de Janeiro – Israel transfere 100 milhões de dólares de recitas de impostos para o Presidente da Autoridade palestina, Mahmoud Abbas, como parte de um plano para o projectar ao mesmo tempo que impede que o Hamas tenha acesso ao dinheiro.
Junho - O Hamas assume o controlo de Gaza depois de derrotar a Fatah.
27 de Novembro – Conferência de Annapolis, promovida pelos Estados Unidos, com a presença de George W. Bush, Ehud Olmert e Mahmoud Abbas. Pela primeira vez numa conferência de paz para o Médio Oriente a solução dos dois estados foi mutuamente considerada como a saída para o conflito israelo-palestino.
2008
Fevereiro - Israel encerra os acessos a Gaza em retaliação pelos ataques com rockets. O Hamas lança os primeiros ataques suicidas em 18 meses. A operação “Inverno Quente”, lançada por Israel, faz 112 mortos palestinos e 3 israelitas.
14 de Maio - Tony Blair anuncia um novo plano para a Paz e pelos direitos dos palestinos, fortemente inspirado nas ideias do plano do Vale da Paz.
27 de Dezembro – Israel desencadeia um ataque brutal contra Gaza, provocando uma catástrofe humanitária de larga escala. Centenas de civis, homens, mulheres e crianças, impossibilitados de fugir, são mortos
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