Aécio desfruta de conforto para pousar suas aeronaves em Cláudio (MG)
Em janeiro de 2007, Aécio Neves (PSDB), no início do
seu segundo mandato para governador de Minas, utilizou-se de sua
maioria na Assembleia Legislativa para obter uma carta branca para criar
cargos comissionados e nomear pessoas (a chamada lei delegada). Nesse
processo, o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem
(DER-MG) usou a legislação para nomear Fernando Quinto Rocha Tolentino,
primo de Aécio, em Cláudio, local do polêmico aeroporto construído na
fazenda que era do tio.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo a respeito do aeroporto
de Cláudio, quem atendeu o repórter e estava com as chaves do local
chama-se Fernando Tolentino. Mas essa não foi a primeira nomeação deste
primo pelo ex-governador tucano.
Em 2006, o deputado estadual Rogério Correia (PT), da oposição ao
governo tucano, apresentou um requerimento de informações sobre
nepotismo de parentes do então governador Aécio Neves. A lista tinha
nove nomes, inclusive Fernando Quinto Rocha Tolentino:
- Oswaldo Borges da Costa Filho (genro do padrasto do governador),
presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico e Minas Gerais;
- Fernando Quinto Rocha Tolentino (primo), assessor do diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagem (DER/MG);
- Guilherme Horta (primo), assessor especial do governador;
- Tânia Guimarães Campos (prima), secretária de agenda do governador;
- Frederico Pacheco de Medeiros (primo), secretário-adjunto de estado de governo;
- Andréia Neves da Cunha (irmã), diretora-presidente do Serviço de Assistência Social de Minas Gerais (Servas);
- Ana Guimarães Campos (prima), servidora do Servas;
- Júnia Guimarães Campos (prima), servidora do Servas;
-Tancredo Augusto Tolentino Neves (tio), diretor da área de apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
Heliponto na "Versalhes" (veja documento abaixo)
Fernando Quinto Rocha Tolentino é dono do heliponto na Fazenda da
Mata no município de Cláudio, segundo documento da Agência Nacional de
Aviação Civil (abaixo). Essa é a fazenda que Aécio disse em uma
entrevista ser "sua Versalhes" (palácio suntuoso do rei Luís XIV, da
França), um dos lugares onde gosta de passar suas folgas.
Desta vez, pelo menos, o heliponto está registrado na Anac como
privado, diferente do aeroporto na mesma cidade construído com dinheiro
público. Tem pavimento com capacidade para receber um helicóptero com
peso de cinco toneladas, incluindo a carga. Comporta um aparelho bem
maior do que o Robinson R22 da família do senador Zezé Perrella (PDT-MG)
apreendido no Espírito Santo com meia tonelada de cocaína.
Chique essa "Versalhes" do Aécio, não acham? Quando vai de
helicóptero desce direto na fazenda da família. Quando vai de jatinho,
não precisa nem descer no aeroporto regional de Divinópolis, a menos de
40 minutos de carro. Desce no aeroporto construído a seis quilômetros de
distância da fazenda com dinheiro público de Minas.
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