A Polícia Civil apresentou nesta quarta-feira (4) os suspeitos de integrar uma quadrilha acusada de tráfico de drogas, roubo de veículos e homicídios em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. No total, 11 pessoas estão envolvidas, sendo que nove foram presas durante uma operação e duas já cumpriam pena na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), entre elas o líder do grupo, que dava as ordens de dentro do presídio.
De acordo com o delegado Valdemir Pereira, responsável pelo caso, a quadrilha era investigada há cerca de dois meses. “Tratam-se de bandidos perigosos, covardes, e quero deixar bem claro que passavam ordens para assassinar pessoas, os desafetos dos líderes da quadrilha, de dentro da cadeia. Até por isso a operação foi antecipada para evitar que novas pessoas fossem mortas”, disse o delegado, ressaltando que no próximo fim de semana pelo menos seis homicídios seriam cometidos pelos suspeitos.
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As prisões foram realizadas na terça-feira (3). Nas buscas realizadas dentro da POG, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciaria e Justiça (Sapejus), os policiais encontram sete celulares. O órgão informou que já abriu sindicância para saber como os aparelhos chegaram até os detentos.
Além disso, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa e chácaras onde viviam os suspeitos. No total, foram recolhidas duas submetralhadoras, cinco pistolas, munições de diversos calibres, cerca de oito quilos de cocaína, e diversos celulares.
Também foram apreendidas 76 motocicletas, sendo que a maioria é roubada, tem placas com numeração falsa e chassi raspado, além de uma moto aquática. “O indivíduo que comandava os líderes de dentro do presídio ordenava a subtração de motocicletas para a prática de outros delitos, principalmente homicídios”, explicou Valdemir. O homem citado pelo delegado cumpre pena por tráfico de drogas.
O superintendente de Segurança Penitenciária da Sapejus, João Carvalho Coutinho Júnior, explicou ao G1 que tanto o suposto líder da quadrilha quanto o comparsa, que também já estava preso, foram transferidos para o Núcleo de Custódia, que fica no mesmo complexo prisional.
“Lá eles estão em regime de segurança máxima. Além disso, os juízes responsáveis pela execução penal dos dois foram avisados e eles irão responder pelos novos crimes. Isso com certeza vai complicar a situação deles, pois não poderão pedir progressão para o regime semiaberto, por exemplo”, explicou.
Os outros nove presos permaneciam no 4º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia até o início da tarde desta quarta-feira. Depois, eles devem ser levados para a Casa de Prisão Provisória (CPP).
Escutas telefônicas
A Polícia Civil interceptou diversas conversas telefônicas feitas entre o líder da quadrilha e os demais integrantes. Em um dos áudios divulgados, o homem fala sobre as metas criminosas que precisam ser cumpridas pelo grupo. “Meu camarada, aluguel de arma aí, uma pistola, é um carro por dia que o cara tem que roubar. Aí o cara ficou um mês com a arma e não conseguiu roubar nada. Não vingou nada”, diz a conversa.
Em outro trecho, o suposto líder fala sobre o uso das motos nas ações criminosas. “Tem que ter duas motos aí. Uma roubada e outra para você andar. Mas você tem que ter uma moto roubada”.
Segundo o delegado, apesar da prisão e da identificação do homem apontado como líder, as investigações prosseguem. “Isso aqui foi só uma parte dessa operação. O trabalho continuará e cerca de 70 pessoas estão envolvidas com essa quadrilha. Em breve, a Polícia Civil pedirá a prisão preventiva de muitas delas”, destacou Valdemir.
Fonte: G1/GO
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