Com cerca de 12 mil policiais,além de 1,5 mil contratados em regime temporário pelo Simve,o efetivo da PM em Goiás é de um homem para cada 500 habitantes- a ONU recomenda um para cada 250. também na Polícia Civil, há carência humana. Um dos motivos seria a falta de atratividade da carreira. Dos 864 agentes, delegados e escrivães que entraram pelo último concurso público,mais de 200 pediriam exoneração.
Madrugada do último sábado (31), o Setor Real Conquista, bairro que foi projetado para receber os moradores desocupados pela remoção do Parque Oeste, registrou morte de dois jovens. O primeiro deles, Igor Cabral Neto, de 21 anos, levou seis tiros. Morreu na Avenida Real Conquista. Poucos minutos depois, na rua RC-19, no mesmo bairro, Guilherme Pereira Bernardes, de 20 anos, foi assassinado com oito tiros. Nenhuma das três viaturas, que cobrem a região no período noturno, estava no local.
Os assassinatos foram registrados pela 28ª Companhia Integrada da Polícia Militar, que tem a função de fornecer segurança pública para o Setor Real Conquista e outros 30 bairros, além de um povoado próximo. Para isso, conta com o serviço de 52 policiais, com nove carros de polícia para o chamado serviço ordinário (até as 22h) e apenas três para a noite e madrugada. O lapso de tempo entre a ronda dos três veículos pode ser o momento em que os crimes ocorrem.
As nove viaturas que rondam na parte do dia são fruto de serviço extra-remunerado. Ou seja, policiais de folga recebem pagamento de hora extra e trabalham além do horário, para suprir a necessidade segurança ostensiva. “O efetivo normal nem sempre supre as necessidades do bairro. É habitual que a corporação preencha essas vagas com as horas extras”, diz. A alegação é que, em vez de fazerem bico como seguranças particulares, os policiais de folga trabalhem para a própria PM.
Efetivo baixo
O caso do setor Real Conquista exemplifica bem como funciona o policiamento da capital. O contingente atual da Polícia Militar no Estado é de cerca de 12 mil, além de cerca 1,5 mil contratados em regime temporário pelo Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (Simve). Número considerado pela própria corporação como bem abaixo do ideal. A ONU recomenda que haja um policial para cada 250 habitantes. Em Goiás atualmente, a conta está em um para cada 500 habitantes. O efetivo deveria no mínimo dobrar para atingir a meta.
Para completar o quadro, o Ministério Público do Estado propôs ação direta de inconstitucionalidade contra a Lei Estadual que o Simves. A ação requer medida cautelar para suspender a eficácia dos preceitos normativos que validam a permanência dos temporários na rua. O que pode reduzir ainda mais o efetivo em ação. Além dos 1.500 já em atividade, outros 400 estão em processo de contratação.
O porta-voz da polícia militar, coronel Divino Alves, confirma que o quadro da PM é insuficiente, mas afirma que a meta é atingir em 20 anos o número de 35 mil policiais em atividade na Polícia Militar de Goiás. Para isso, os próprios temporários teriam a função de suprir essa demanda. Por outro lado, concursos para contratação de novos agentes estariam planejados.
Fonte: O Hoje
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