Do UOL, no Rio
06/06/2014

Iasi, que participou da fundação do PT, na década de 80, integrou o time que coordenou a primeira campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989, quando o ex-presidente e símbolo do Partido dos Trabalhadores duelou com Fernando Collor de Melo. "Eu tenho experiência de fazer campanha, um pouco contra a minha vontade", disse ele, que deixou o PT em 2004. "Nós atuávamos desde o marketing até o planejamento da campanha. (...) era um esforço monumental para apresentar o Lula não do jeito que ele era, mas sim para fazer com que ele parecesse um candidato. Isso em questões mínimas, como a forma de se colocar. A grande força dele era a autenticidade".
Apesar de ter acumulado experiência com as campanhas petistas, o pré-candidato comunista disse querer se distanciar da metodologia eleitoral que norteia as grandes legendas. Sua candidatura será divulgada basicamente com atividades nas ruas, o que inclui ir às manifestações. "Nossa campanha é coletiva, fizemos um processo de quase um ano de congressos. (...) A decisão por uma candidatura vem diretamente ligada ao fato de que a conjuntura brasileira não pode limitar às alternativas que hoje estão colocadas no que chamamos de campo da ordem. São candidaturas que, no máximo, divergem sobre aspectos superficiais, mas não a fundo em questões que consideramos prioritárias hoje para o Brasil", declarou.
As questões "prioritárias", na visão do pré-candidato, estão diretamente vinculadas às pautas que emergiram dos protestos. "As manifestações expressaram, ao contrário do que muitos disseram, uma politização do debate. Elas trouxeram temas importantíssimos para o debate de fundo da sociedade brasileira. (...) O que surgiu nas manifestações tem que ganhar uma densidade de um projeto político e um projeto alternativo para o Brasil", afirmou. "Um projeto de poder. Isso dificilmente brota da própria manifestação. Isso exige um segundo grau de luta."
Iasi destacou que, em sua perspectiva, o "aparato repressivo" do Estado tentou conter o ímpeto das manifestações, mas isso não funcionou. "A repressão acabou levando a uma radicalização das manifestações, e elas se generalizaram. Isso provocou formas de autodefesa. Desde o início, nós tomamos muito cuidado para não criminalizar e condenar essas formas de autodefesa", disse. "Mesmo aquelas praticadas pelos chamados grupos adeptos de uma tática black bloc. (...) Somos obrigados a sofrer uma repressão brutal do aparelho policial, de forma muitas vezes ilegal, extremamente ilícita, forjando provas e tudo mais, em uma violência totalmente descabida. Todo mundo viu isso ocorrer nas manifestações."
FONTE:http://pcb.org.br/portal
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