quinta-feira, 29 de maio de 2014

MPF E STJ INVESTIGA GOVERNADOR DE GOIÁS

É estarrecedor saber que o próprio governador, chefe da polícia do Estado e, de consequência, de todo o aparelho de segurança, usa a banda podre da polícia para, supostamente, cometer crime de assassinato, conforme investigação a cargo do STJ, por ação do MPF.
Os homens decentes que estão no governo, se pretendem continuar no rol dos honrados, devem abandonar os seus cargos imediatamente, para que não fiquem conhecidos na História por coonestar uma administração tida como corrupta e corruptora.
O que preocupa é o fato de que, para surpresa e decepção, não é de agora que, remontando à época do coronelismo, em que pessoas e famílias se sentem ameaçadas, temos o loteamento de um governo que, a cada dia que passa, se revela dominado e corrompido pelo suserano que o usurpa, dele tirando proveito como se fosse seu.
Não sou eu quem o diz, mas os fatos que, trazidos à luz, revelam que funcionários públicos corruptos agiam e ainda agem, impunemente, a mando dos poderosos, principalmente na Secretaria de Segurança Pública. O que os amigos e amigas lerão a partir daqui tem por base documentos e investigações, incluídas as realizadas pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
Jamais poderia imaginar que por detrás de uma bandeira hasteada em firmes propósitos pudesse prosperar uma espécie de república bandida, onde os Corleone seriam santos. Ou incautos trombadinhas.
Os papéis de que disponho, os relatos que recebi, juntados num só volume, resultariam num best-seller, onde o título “O Silêncio dos Inocentes”, ainda que homônimo de um filme, é o que se faz compatível e coerente com a narrativa dos fatos.
Documentos e fatos tornam visíveis os tentáculos do crime organizado puxando os cordões a mando dos poderosos.
O teatro dos homens sem alma
Após o assassinato do Capo PM Marcello Capinam, sobrinho do Major Walter Capinam, que foi homem de confiança do governador Marconi Perillo, fatos criminosos, estarrecedores, começaram a aflorar, alguns perpetrados por funcionários públicos concursados e por um alienígena “gentilmente” cedido pelo Governo de Minas Gerais: um delegado de polícia lá e que é caso de polícia cá. Esteve presidindo inquéritos policiais, realizando diligências, “grampeando” telefones, arrancando confissões, tudo com a conivência – leia-se concordância tácita – dos que mandam no Governo e dele se servem.
Capinam, o Cabo PM, foi acusado de ser o autor dos disparos contra a casa do ex-senador Demóstenes Torres – vide Inquérito Policial 147-2004. Para os mais próximos, Capinam vivia de queixas. Reclamava que, após a morte do tio, os homens do governo não mais o recebiam, os seus pedidos não eram mais atendidos. Um deles, prometido por “serviço prestado”, nem chegou a acontecer: a promoção a 3º Sargento.
Ultimamente, Capinam dizia temer pela própria sorte. Três dias antes de mais uma audiência sobre o “Caso Demóstenes”, ele foi assassinado na porta do DETRAN. Ele havia, dois dias antes, enviado vários recados aos mandantes do atentado.
Mataram-no brutalmente. Execução sumária. Treze tiros. A ordem agora era para “matar” o inquérito. Justificar-se-ia aí a “mão-de-obra” importada pelo governador Marconi junto ao confrade das Gerais, o tucano Anastasia. Nas mãos de tal Alexandre Bruno Barros, lotado na Delegacia de Homicídios, foi parar o Inquérito Policial Nº 161-2013

Delegado “calça curta”, nomeado, não aprovado por concurso, tal sabujo estava a agir cinco meses depois de vencido o seu ”empréstimo” à polícia civil goiana. A sua estada por aqui foi autorizada para o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2012.
Nesse período, tentou, por duas vezes, ser aprovado em concurso para ser delegado de fato e de direito, mas não logrou êxito em nenhuma delas. Recorreu à Justiça e certo juiz deu a ele a condição de ser “delegado sub judice”, coisa que acontece só em Goiás. A farsa é tão grotesca que conseguiram enquadrá-lo em uma função inexistente no organograma funcional da Polícia Civil: “Adjunto do Expediente”.
Quando foram iniciadas as investigações da morte de Capinam, logo se percebeu que as oitivas de testemunhas, as diligências e os atos praticados dentro do inquérito estavam sendo criminosamente distorcidos. Um falso delegado comandando uma farsa policialesca, com o objetivo de afastar os nomes dos verdadeiros mandantes e “construir” culpados, imputando a inocentes crimes que não cometeram.
Usar o cargo sem ser o detentor de direito legal e legítimo é usurpação de função pública. O detalhe é que o impostor foi buscado em Minas a pedido do governador de Goiás, Marconi Perillo, vide ofício nº 330-2011, de 12 de dezembro de 2011.
O que o governador queria com a disposição de tal servidor, isso eu não sei, mas que, coincidentemente, cuida ele de casos que interessam ao governante lá isto é. Atuando em três inquéritos mais rumorosos, onde as oitivas foram denunciadas como confissões produtos de coações, falsificações e torturas, o sabujo acaba por tornar nulos todos os atos, forçando a abertura de novos inquéritos, começando tudo do zero. Como o tempo passa, o tempo voa, o crime acaba prescrevendo numa boa. Ninguém vai culpado, punido. Os mortos acabam permanecendo insepultos.
Polícia burlando a lei
O “delegado” Alexandre veio por empréstimo de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2012. A SSP-GO, vergonhosamente, emite a Certidão 145-2013, “fabricou” uma disposição no período de 01-02-2012 a 31-05-2013. Ora, temos o documento original já mostrado e que repetimos aqui. Marconi o pediu emprestado até 31 de dezembro de 2012.
Ele é delegado legal em Minas, mas não aqui, onde teria que ser aprovado em concurso e em estágio probatório. Em duas chances, não passou em nenhuma. O juiz Ari Ferreira de Queiroz, com a sua caneta mágica, lhe deu a liminar “paraguaia” que o transformou em “delegado sub judice”.
Alexandre Bruno Barros, o delegado ilegal importado por Marconi, curiosamente, tem laços familiares bem conhecidos do governo. Ele é irmão de Pedro Barros, o homem que comanda as obras da nova sede do Tribunal de Contas do Estado e lotado no gabinete do conselheiro Sebastião Tejota. Cabe aduzir que Alexandre e Pedro são irmãos de Lourenço José de Barros, ladrão de cargas em conhecido da nossa polícia.
Estranhamente, juntam-se o Governo do Estado, a SSP, a Procuradoria Geral e o Tribunal de Contas como manto protetor criminoso a salvaguardar tal Alexandre Bruno Barros que, reprovado em concurso público, mesmo estando sub judice, é hoje, indevida e ilegalmente, delegado de Polícia da cidade de Ceres, Goiás. É a premiação por seus “bons serviços prestados a Goiás”, fazendo “melar” os inquéritos que apuravam o atentado contra Demóstenes e dos assassinatos sumários de Valério Luiz e do Cabo Capinam.
O cúmplice à milanesa
Nós não podemos nos esquecer de uma personagem importante neste “corleônico” esquema: a figura emblemática do Coronel Edson Costa Araújo (E. C. A.), homem de confiança do governador do Estado. O coronel conhece todos os segredos das odes palacianas. Sabe, como ninguém, como a máquina estatal funciona, inclusive os bastidores que envolvem o grupo de extermínio que atua em Goiás.
Tempos atrás, o coronel Edson (ECA), mesmo estando na reserva remunerada, foi alçado à condição de Comandante Geral da Polícia Militar, cargo privativo de Coronel da Ativa. Mesmo tendo 30 coronéis em condições de ocupar o posto, o governador optou pela escolha ilícita. O Ministério Público de Goiás interveio e, através de Ação Civil Pública, conseguiu fazer com que o coronel fosse destituído.
Mais uma vez o juiz Ari de Queiroz concede liminar pela permanência do coronel Edson no Comando Geral. Percebendo a mobilização dos oficiais e vendo que os promotores iriam recorrer ao Tribunal de Justiça, temendo um desgaste para o Governo, o Chefe do Executivo, uma semana depois, destituiu o comandante, nomeando-o Subsecretário de Segurança Pública.
Eis aí uma das pontas soltas do esquema. Todas essas irregularidades aconteceram com a total conivências do Subsecretário, a quem cabe a responsabilidade de afastar os maus policiais, determinar a abertura de sindicâncias e de processos em casos assim.
Nada, absolutamente nada, foi feito. Afinal de contas, como punir ou afastar alguém que está a serviço do governo, limpando a sujeira deixada por agentes públicos.

A ajuda veio de cima
Tudo o que está contado aqui o Ministério Público Federal fez chegar ao conhecimento do Superior Tribunal de Justiça, o STJ, o foro que julga os governadores. O MPF pediu e conseguiu que se abrisse a Sindicância nº 367-2013. Eis que entra em cena a ministra Nancy Aldrighi, mandando rever todas as irregularidades praticadas no inquérito em questão.
FONTE: 

2 comentários:

  1. Provavelmente daqui a alguns dias isso ocorrerá sobre segredo de justiça! Por isso e outras coisas mais que não voto no PT e PSDB.
    Só sujeira e corrupção

    ResponderExcluir
  2. O delegado alexandre bruno vem então cometendo grandes erros na delegacia de cargas e como voçes não sabem o irmão dele e o maior ladrão de cargas do estado de goias lourenço jose barros e como todos na policia sabem ele vem passando o pano pro irmão dele cometer os roubos a cargas de pneus no estado em um dos assaltos do irmão do falso delegado foi levado mas 788 PNEUS 3 113 CÂMARAS
    DE AR, MARCAAS PIRELLI como consta no processo de numero:201202439009 que esta na mão da juiza placidina pires

    ResponderExcluir