21 de maio de 2014 01:30 AM
Mais um caso de espancamento brutal cometido pelos chamados justiceiros veio a público. A vítima era um estudante de direito de Blumenau.
O próprio nome pelo qual ficaram conhecidos, justiceiros, revela o apoio, ora mais aberto, ora mais velado, da imprensa capitalista a essa conduta. Apoio esse que ficou explícito no caso da jornalista Rachel Sheherazade, que elogiou o espancamento e humilhação de um jovem de 15 anos no Rio de Janeiro, porque ele supostamente teria cometido um roubo.
Esse estímulo pode ser percebido também no fato de que há muito pouca repercussão dos casos, bem como pouca condenação. Não se vê o mesmo escândalo que a imprensa capitalista fez no caso do jornalista da Band, de Isabella ou João Hélio. Não houve reconstituição dos crimes, parentes chorando, editoriais especiais das emissoras. E, principalmente, não houve o pedido de condenação severa aos "justiceiros".
Enquanto a imprensa capitalista, com seus Datenas, Marcelos Rezende e Sheherazades clamam por mais repressão, pedindo a condenação de menores, a pena de morte e outras barbaridades para os crimes que ocorrem normalmente, ficam quietos quando o assunto são os linchamentos públicos.
Não há voz que peça punição exemplar para os tais justiceiros, pessoas que deliberadamente espancam, torturam e matam pessoas que elas acham que devem matar, sem que tenham nenhum poder legal para isso. Se as execuções promovidas pela polícia devem ser denunciadas e combatidas, que dirá os espancamentos alimentados por meia dúzia de pessoas que deram a si mesmas o título de defensores da lei e da ordem.
No caso de Blumenau, o estudante foi abordado por homens em um carro, que o acusaram de ter roubado uma casa e começaram a espancá-lo no meio da rua, com tacos de sinuca e porretes. O rapaz só não morreu porque pessoas que testemunharam a barbárie chamaram a polícia. No entanto, ele teve diversos ferimentos e seis dentes quebrados.
Os tais justiceiros disseram ter batido no rapaz porque uma casa teria sido assaltada e ele era a única pessoa na rua. Quando o jovem tentou explicar que estava na casa de outra pessoa e ofereceu o celular para que isso fosse confirmado, os homens ignoraram suas explicações e chutaram o celular. Quando a polícia chegou, o único que ficou para contar história, pois os demais fugiram, cinicamente disse que viu o estudante pulando o muro de uma casa e que ele teria se machucado ao cair do muro.
A onda fascista impulsionada pela direita brasileira não só não está trazendo segurança à população, como está criando um clima de terror. A partir do critério adotado pelos chamados justiceiros, qualquer pessoa está sujeita a ser linchada. Pouco importa se a pessoa tem culpa ou não. Basta que queiram se vingar dela, que a confundam com alguém, que alum desafeto faça uma denúncia falsa. A imprensa capitalista e a direita brasileira estão legalizando a formação e atuação de verdadeiras milícias proto-fascistas, que podem sair por aí impondo a sua própria vontade, espancar, torturar e matar, bastando para isso gritar "pega ladrão!".
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