segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A REALIDADE NUA E CRUA QUE AS AUTORIDADES QUEREM ESCONDER DE CALDAS NOVAS




ROBSON MAIA E A REALIDADE DE CALDAS NOVAS:

Ironia: falta água na cidade das águas

caldas
Conhecida como a maior estância hidrotermal do mundo, a cidade turística de Caldas Novas, a 159 quilômetros de Goiânia, está longe de ser um paraíso para os seus moradores. À margem dos luxuosos parques aquáticos e da rede hoteleira estão os moradores da cidade, que denunciam as frequentes suspensões no fornecimento de água tratada, interrupções que chegam a durar dias e provocam inúmeros transtornos para a população.
Outro absurdo: em alguns bairros simplesmente não há fornecimento de água encanada pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Demae), órgão responsável pelos serviços. O abastecimento é feito por caminhões pipa ou, quem preferir, que use cisternas. É o caso dos moradores do setor Laranjeiras e de parte dos setores Jequitimar e Universitário.
A falta de água em Caldas Novas é dor de cabeça comum para a população de 73 mil habitantes, principalmente aos fins de semana, nos feriados prolongados e em épocas de alta temporada. Nesses períodos a cidade recebe milhares de turistas e o sistema de distribuição entra em colapso.
O problema se arrasta há anos. Há casos, inclusive, de moradores que já chegaram a ficar seis dias seguidos sem o abastecimento de água, filmaram suas queixas e publicaram o vídeo de denúncia na internet. No vídeo, eles relatam que procuram o Demae, reclamam, mas nada é feito.
O fato é que o Demae não consegue atender os hotéis, clubes e bairros da periferia ao mesmo tempo. Privilegia, então, os turistas. É o que denuncia o servidor municipal Robson Maia Pereira, morador do Lago das Brisas, onde a interrupção do serviço também é uma constante.
“Não falta água nos bairros centrais, nos bairros de classe média alta nem na região hoteleira não falta. Isso é uma realidade! Eles cortam a água da periferia para atender exclusivamente a elite”, ressalta.
O servidor cita alguns dos bairros em que é comum a interrupção no abastecimento de água quando a cidade enche de turistas: os setores Serrinha, Parque das Brisas, Lago das Brisas, Itaguaí (I, II e III) e Itaici (I, II e III). Moradores de Caldas ainda apontaram outros setores que passam pelo problema: Santa Efigênia, Parque Real e Vila Mutirão.
Robson Maia reside em Caldas Novas há 17 anos e conhece bem a realidade do município. Ele destaca ainda que não há rede de esgoto em 80% dos bairros, outro serviço essencial que a badalada cidade turística não oferece à sua população.
O comércio também sofre com a falta de água. Eliane Marques é administradora em uma loja do centro da cidade e relata que durante o mês de julho o abastecimento foi interrompido todos os dias. A água acabava por volta das 3 horas da tarde e só voltava à noite. Os transtornos causados foram muitos. “A gente tinha de interditar o banheiro e ficava sem o bebedouro… Foi assim durante toda a alta temporada”, afirma.
A solução para o abastecimento de água na periferia de Caldas Novas é, segundo a população, a ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA), que foi inaugurada em 1996 e de lá pra cá, na prática, ainda não teve sua capacidade elevada. A melhoria deveria ter sido concretizada, já que foi liberada verba federal para a sua realização.
A reportagem do Gênesis procurou tanto o Demae quanto a assessoria de Comunicação da Prefeitura de Caldas Novas em busca de respostas sobre o andamento das obras para solucionar a precariedade do sistema de abastecimento de água, no entanto, nenhum dos dois órgãos deu retorno. (Daniela Martins)

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