FHC e Aécio já propuseram a mesma coisa que a ‘autoritária’ Dilma
Postado em: 25 jun 2013 às 15:09
FHC e Aécio Neves afirmaram que proposta de plebiscito para reforma política sugerida por Dilma é absurda, digna de ‘regimes autoritários’. Mas uma rápida pesquisa nos arquivos da imprensa e do legislativo revela que ambos já tentaram a mesma coisa
A proposta da presidente Dilma Rousseff para o enfrentamento da crise política foi criticada por lideranças da oposição.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem (24/06) que a proposta de realização de plebiscito para a reforma política é própria de “regimes autoritários”.
Já o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e provável presidenciável tucano em 2014, disse que Dilma, em sua fala, “frustrou a todos os brasileiros”. “O que nós ouvimos foi o Brasil velho falando para um Brasil novo. É um Brasil velho onde os governantes não assumem as suas responsabilidades, sempre buscam transferi-las a terceiros, não reconhecem os equívocos que viveram e buscam desviar a atenção com novas propostas.”
Mas uma simples pesquisa nos arquivos do legislativo e da imprensa revela que ambos já propuseram a mesma coisa. Matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo, em 26 de junho de 1994, aponta que FHC defende a convocação urgente de uma assembleia constituinte exclusiva [1]. Outro texto do mesmo jornal, datado de 17 de abril de 1998, também revela o desejo do então presidente Fernando Henrique Cardoso pela aprovação de uma proposta de constituinte restrita [2].
Numa outra busca pelos registros da Câmara Federal é possível encontrar o PDC 580/1997, de autoria do então deputado federal Aécio Neves (PSDB/MG). O Projeto de Decreto Legislativo tinha como objetivo convocar plebiscito sobre assembleia nacional constituinte revisora a ser instalada em fevereiro de 1999.
Aécio, à época da gestão FHC, era uma das principais lideranças tucanas no legislativo e estava perfeitamente afiado com o seu mandatário em seus objetivos. O roteiro, em 2013, se repete na forma, mas com mudanças radicais nos posicionamentos. É um exemplo claro para que a população brasileira mantenha aceso (e não acorde só agora, para dormir amanhã) o sinal de alerta que dificulta a propagação de oportunismos políticos.
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