A tortura pode deixar sequelas que perduram por muitos anos. É isso o que demonstra a declaração do cantor e compositor Amado Batista feita para a jornalista Marília Gabriela.
Entrevistado no programa “De Frente com Gabi”, o cantor relatou a sua experiência como preso pela ditadura implantada no Brasil em 1964. Em meados de 70, Amado Batista trabalhava em uma livraria e conta que vários intelectuais ali se reuniam para ler ‘livros proibidos’, obras censuradas pelo regime militar.
Um desses intelectuais, que o cantor não identificou o nome era um professor que terminou por se mudar para a cidade de Carolina, no Maranhão. Antes de viajar, o escritor que era servidor estadual em Goiás, teria dado uma procuração para que Amado Batista recebesse os salários e mandasse para ele no Maranhão.
Essa convivência com intelectuais, levou os militares a prenderem Amado Batista e o submeterem a torturas. “Levei choque”, conta ele dizendo que também sofreu tortura psicológica como ameaça de ser jogado de um avião.
O curioso de toda a história é a forma como o cantor encara hoje o regime que matou centenas de pessoas no país. Ele disse que não deseja encontrar os responsáveis pelas agressões que sofreu porque “Eu acho que mereci, fiz coisas erradas, então eles me corrigiram, assim como uma mãe que corrige um filho”. Na visão de Amado Batista os militares estavam certos “Eu acho que eu estava errado de estar contra o governo e ter acobertado pessoas que queriam tomar o país à força”
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