Quase oito anos após a descoberta do maior furto a banco na história do Brasil, quando cerca de R$ 164,8 milhões foram subtraídos da casa forte do banco Central em Fortaleza, a Justiça determinou, ontem, a soltura de um dos implicados na ´lavagem´ do dinheiro furtado. O réu Francisco Laurindo dos Santos, que havia sido condenado, inicialmente, a 42 anos de prisão, foi posto em liberdade por meio de livramento condicional.
A retirada do dinheiro da casa forte do Banco Central aconteceu através de um túnel de aproximadamente 80 metros de extensão, que foi escavado pela quadrilha durante seis meses. Foi o maior furto a banco na história do Brasil FOTO: TUNO VIEIRA
No começo da noite de ontem, Francisco Laurindo deixou as dependências do Instituto Presídio professor Olavo Oliveira II, em Itaitinga, na Região metropolitana de Fortaleza, acompanhado de seu advogado, Michel Coutinho. No ano passado, a Justiça Federal, através do seu Tribunal regional da 5ª Região, em recife (PE), havia reformado a pena inicial, que caiu de 42 para 16 anos de reclusão.
Livramento
Em entrevista por telefone à Reportagem, no começo da noite passada, o advogado do réu explicou que o livramento condicional ao seu cliente foi concedido pelo fato de que ele já cumpriu um terço da pena definitiva de 16 anos. Laurindo estava na cadeia há mais de cinco anos. Além disso, não praticou crime considerado hediondo. Sua participação no caso resultou em condenação pelos crimes de furto qualificado, ´lavagem´ de dinheiro e formação de bando ou quadrilha. Em dezembro de 2012, a defesa conseguiu reformar a pena imposta em Primeira Instância.
No ano passado, outros 15 réus do mesmo caso foram também beneficiados com a redução de pena, entre eles, o homem apontado pela Polícia Federal como o mentor do crime, o assaltante cearense Antônio Jussivan Alves dos Santos, o ´Alemão´. A pena inicial de 49 anos de reclusão, foi diminuída para 35 anos. O bandido, considerado de altíssima periculosidade, está recolhido, atualmente, numa penitenciária federal de segurança máxima no Estado do Mato Grosso do Sul (MS).
Outros
Também teve a pena reduzida o principal parceiro de ´Alemão´, o também cearense Rogério Machado, o ´Rogério Bocão´, que foi condenado pela Justiça Federal do Ceará a 49 anos e esta caiu para 35 anos e 10 meses.
Mesmo com o benefício da pena diminuída, ´Rogério Bocão´ decidiu fugir. Em fevereiro de 2011, ele foi resgatado por uma quadrilha nas dependências do IPPOO II e até hoje seu paradeiro é desconhecido. ´Bocão´ havia sido preso pela Polícia Civil de São Paulo.
Crime
O furto milionário na sede do BC em Fortaleza foi descoberto na manhã do dia 8 de agosto de 2005, uma segunda-feira. Nos três dias anteriores, a quadrilha conseguiu retirar cerca de duas toneladas de notas de 50 reais velhas da casa forte do banco, sem disparar um só tiro nem mesmo ser vista pela segurança.
Mais de uma centena de pessoas foi investigada pela Polícia Federal em decorrência do fato. Até hoje, as autoridades conseguiram recuperar somente pouco mais de 60 por cento de todo o dinheiro furtado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário