DOMINGO, 8 DE AGOSTO DE 2010
“Sete Dedos”, o Evangelizador (8 de agosto de 1958)
A notícia tem o seu sabor extraordinário. Benedito de Lima César, o famoso delinquente “Sete Dedos”, que por muito tempo ocupou os noticiários dos jornais pelas suas espetaculares fugas de diversos presídios do Brasil, óra recolhido à Casa de Correção de Belo Horizonte, confessou-se regenerado e disposto a ingressar no caminho do bem.
Vários processos de seus fenomenais crimes ainda estão em andamento. “Sete Dedos” tornou-se temível pelas incríveis fugas e pelo expediente utilizado para levar a cabo diversas evasões, tendo deixado a polícia completamente boquiaberta.
Agora, Benedito de Lima César, apegado à leitura da Bíblia, sentiu melhor o problema do espírito e decidiu-se, conforme confessou, a ingressar na vida normal da verdade, do trabalho e de honestidade. Tanto, que, do próprio cárcere, dirigiu veemente apêlo e consêlho ao não menos famoso “Promessinha”, para que abandone a vida marginal, para que se entregue à Justiça expiando os crimes e retorne depois para o caminho do bem!
Em entrevista concedida a um reporter, “Séte Dedos” declinou o “trabalho” de sua sensacional fuga da Penitenciária do Carandirú em 1951, através de um “túnel” que tinha 16 metros de comprimento e 9 de profundidade. A respeito, inocentou milicianos e funcionários da Penitenciária, alegrando que não houve nenhuma conivência com os mesmos.
Diz o reporter que “Séte Dedos” está mudado, que suas palavras são sensatas e nem de longe deixam transparecer o perigoso miliante do passado. Lendo a Bíblia, seguidamente, Benedito de Lima César principiou a sentir dentro de sí, aquilo que desconhecia: o amôr ao próximo, a necessidade do caminho do bem. Ficou impressionado com a história da vida de São Paulo. E declarou que o conforto que consegue através da leitura do Livro Sagrado, dá-lhe desejos de transmiti-lo aos demais infelizes que, como ele, se dedicaram à senda do crime.
A notícia, como dissemos, tem o seu sabor excepcional de extraordinário, pois recorda bem o dito antigo que nem tudo está per(d)ido entre os homens. Verdadeiramente, é uma lição. Lição de consciência, de reconhecimento, que mostra um espírito forte. Principalmente em nossos dias, quando poucas são as pessoas que tem a suficiente coragem moral e (h)ombridade de reconhecer seus e procurar corrigi-los, assumindo integralmente suas consequências.
No entanto, para muita gente, a notícia a respeito, não deixa de transparecer um pequeno véu de dúvidas. Estará mesmo o “Séte Dedos” falando a verdade, ou estará simplesmente (inteligente como é) tentando despertar o interesse e complacencias gerais, para, oportunamente, empreender outra de suas espetaculares fugas?
Nenhum juízo se poderá fazer. O tempo se incumbirá de confirmar ou não as declarações de “Séte Dedos”.
Extraído do Correio de Marília de 8 de agosto de 1958
Vários processos de seus fenomenais crimes ainda estão em andamento. “Sete Dedos” tornou-se temível pelas incríveis fugas e pelo expediente utilizado para levar a cabo diversas evasões, tendo deixado a polícia completamente boquiaberta.
Agora, Benedito de Lima César, apegado à leitura da Bíblia, sentiu melhor o problema do espírito e decidiu-se, conforme confessou, a ingressar na vida normal da verdade, do trabalho e de honestidade. Tanto, que, do próprio cárcere, dirigiu veemente apêlo e consêlho ao não menos famoso “Promessinha”, para que abandone a vida marginal, para que se entregue à Justiça expiando os crimes e retorne depois para o caminho do bem!
Em entrevista concedida a um reporter, “Séte Dedos” declinou o “trabalho” de sua sensacional fuga da Penitenciária do Carandirú em 1951, através de um “túnel” que tinha 16 metros de comprimento e 9 de profundidade. A respeito, inocentou milicianos e funcionários da Penitenciária, alegrando que não houve nenhuma conivência com os mesmos.
Diz o reporter que “Séte Dedos” está mudado, que suas palavras são sensatas e nem de longe deixam transparecer o perigoso miliante do passado. Lendo a Bíblia, seguidamente, Benedito de Lima César principiou a sentir dentro de sí, aquilo que desconhecia: o amôr ao próximo, a necessidade do caminho do bem. Ficou impressionado com a história da vida de São Paulo. E declarou que o conforto que consegue através da leitura do Livro Sagrado, dá-lhe desejos de transmiti-lo aos demais infelizes que, como ele, se dedicaram à senda do crime.
A notícia, como dissemos, tem o seu sabor excepcional de extraordinário, pois recorda bem o dito antigo que nem tudo está per(d)ido entre os homens. Verdadeiramente, é uma lição. Lição de consciência, de reconhecimento, que mostra um espírito forte. Principalmente em nossos dias, quando poucas são as pessoas que tem a suficiente coragem moral e (h)ombridade de reconhecer seus e procurar corrigi-los, assumindo integralmente suas consequências.
No entanto, para muita gente, a notícia a respeito, não deixa de transparecer um pequeno véu de dúvidas. Estará mesmo o “Séte Dedos” falando a verdade, ou estará simplesmente (inteligente como é) tentando despertar o interesse e complacencias gerais, para, oportunamente, empreender outra de suas espetaculares fugas?
Nenhum juízo se poderá fazer. O tempo se incumbirá de confirmar ou não as declarações de “Séte Dedos”.
Extraído do Correio de Marília de 8 de agosto de 1958
Nenhum comentário:
Postar um comentário