quarta-feira, 26 de novembro de 2014

VEREADOR DE INDIARA, GOIÁS, E O CASO DO ESTUPRO

VEREADOR DE INDIARA
A garota de 17 anos, vítima de um suposto estupro coletivo investigado pela Polícia Civil em Indiara, a 100 km de Goiânia, disse que o vereador Jean de Castro (DEM), um dos cinco suspeitos de cometer o crime, ficou com medo de ser flagrado pela namorada durante o ato sexual. De acordo com a adolescente, no momento do abuso, a companheira do parlamentar havia saído da casa, onde ocorria uma festa. "Ele estava com pressa [de cometer o estupro] e pediu para que o pessoal ficasse de olho para que, quando ela [namorada] chegasse, ele fosse avisado. Ele estava com receio de ela descobrir" disse ao G1 a adolescente, que não quis se identificar.
O crime teria ocorrido no ultimo dia 9, na casa do irmão do vereador, o comerciante Leandro Castro, de 32 anos, com quem a garota teve um envolvimento amoroso. O G1 telefonou para o parlamentar, mas a namorada dele atendeu e disse que ele não iria falar sobre o caso. Na segunda-feira (17), Jean, que é vice-presidente da Câmara Municipal, afirmou que as acusações “não têm nenhum fundo de verdade” e que têm intuito de "manchar a sua imagem e a de sua família".
A vítima, que tem uma filha de 1 ano, conta que quando chegou a festa, regada a muita cerveja e uísque, havia cerca de 15 pessoas na casa, sendo apenas uma mulher, justamente a namorada de Jean. Ela afirmou que, após ficar alguns minutos na piscina com Leandro, os dois resolveram subir até o quarto dele.
Eles estavam mantendo relação sexual quando os outros quatro suspeitos começaram a entrar. "Primeiro foi o Eder. Ele me forçou a manter relação com ele e o Leandro consentiu. Depois entrou o Guilherme, o Luciano e, por último, o Jean. Ficamos lá por cerca de uma hora, eu querendo sair e eles não deixavam", lembra.
Segundo a adolescente, eles ficaram no local por cerca de uma hora. Durante esse período, ela afirma que ouviu os suspeitos conversando sobre "seguir o esquema", o que a faz pensar que o crime foi planejado com antecedência.
A garota diz ainda que os suspeitos caçoavam dela. "Eles faziam graça, diziam que parecia cena de filme. Eu só queria sair dali", conta. Assim que foi levada embora do local por um colega de Leandro, a adolescente foi até a delegacia para registrar uma ocorrência. Em seguida, ela foi encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, onde passou por exame de corpo de delito. De acordo com a polícia, um laudo comprovou o abuso.
JOVEM QUE DENUNCIOU VEREADOR
Ela revela que está tomando medicamentos para evitar doenças sexualmente transmissíveis e terá ainda que fazer um tratamento por mais três meses. "Por causa disso, fui obrigada a desmamar minha filha antes do tempo", salienta.
Ciúmes
Ao G1, Leandro, irmão de Jean, negou que tenha ocorrido um estupro coletivo na festa. Ele acredita que a garota, com quem ele afirma ter ficado quatro vezes, inventou a história motivada por ciúmes.

"Isso foi uma armadilha dela. Ela já chegou a pedir para que assumisse o relacionamento com ela, mas nunca tive essa intenção. No dia da festa, mantivemos sim uma relação sexual, mas só eu e ela. Depois que descemos, fui conversar com duas amigas minhas e ela deve ter ficado com ciúme e feito isso por vingança", afirma.
Ele afirma que a garota foi embora de sua casa rindo e que só mais tarde, após receber a ligação de uma amiga da garota, ouviu sobre a história do estupro.
G1 não conseguiu localizar os outros três suspeitos de envolvimento no crime, Luciano Maurício, Guilherme Rodrigues e Eder Souza. O advogado Paulo Sérgio de Oliveira, responsável pela defesa dos cinco envolvidos, foi procurado, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.
Consequências
MENSAGENS
Em conversa com a vítima pelo aplicativo de celular Whatsapp, é possível ver que Leandro ficou preocupado com a divulgação do caso. Em um trecho, ele diz para a jovem que ela não tem "ideia das consequências" que a denúncia pode causar.

"Meu irmão pode ser espulso (sic) do cargo de vereador. Ninguém vai comprar na minha loja, pois estamos com nome de estuprador. Eu posso ser preso", diz o trecho.
Em outra conversa ele afirma: "Você vai me ferrar, pois isso pega mal para mim" e alega que a jovem "destruiu sua vida".
Investigação
LEANDRO, O IRMÃO, NEGA TUDO.
Segundo o delegado Queops Barreto, responsável pelo caso, ele já ouviu 15 testemunhas do caso, entre pessoas que estavam na festa e outras que encontraram com a vítima após o suposto abuso. Ele revela que está marcado para a próxima quinta-feira (20) o depoimento de todos os suspeitos.

"Já temos o laudo do IML que aponta o abuso e as lesões. Dependendo dos depoimentos, também podemos pedir que a perícia colha material genético dos suspeitos para podermos comparar com o que foi encontrada na vítima", pontua.
DELEGADO DO CASO
O delegado explica que se ficar comprovado que o crime
ocorreu, os envolvidos podem ser indiciados pelo crime de estupro. Caso sejam condenados, a pena é de 8 a 12 anos de detenção.
Fonte: G1

Vereador nega estupro coletivo em festa e aponta namorada como álibi


VEREADOR APRESENTOU NAMORADA COMO ÁLIBI
Ele e mais quatro homens são suspeitos de estuprar adolescente em Goiás.
Namorada garante que esteve com ele o tempo todo e não viu nada errado.

O vereador Jean de Castro (DEM) e outros quatro suspeitos negaram participação no estupro coletivo contra uma adolescente de 17 anos, durante uma festa em Indiara, a 100 km de Goiânia. Em entrevista coletiva nesta terça-feira (25), o vereador afirmou que não teve contato físico com a garota e apontou a namorada como álibe para o momento em que o crime teria ocorrido.
"Conheço ela [a vítima] há pouco tempo, de vista. Não tenho nenhum contato, não tive nada com ela, só a vi na casa [onde ocorreu a festa], a cumprimentei e pronto", afirma. Ele ainda acredita que a falsa denúncia possa ter sido influenciada por adversários políticos dele na cidade.
A namorada do parlamentar, uma estudante que não quis ser identificada, também esteve presente na entrevista. Ela garante que estava na festa durante todo o tempo ao lado do vereador e não viu nada que indicasse a participação dele e até mesmo a ocorrência do estupro. "Ele não tem nada a ver com isso. Se eu não estivesse do lado dele, eu não estaria aqui para defendê-lo", alega.
O irmão do vereador, Leandro de Castro, com quem a vítima teve um relacionamento amoroso, também é acusado de envolvimento no estupro. Ele admitiu ter tido relação sexual com a garota durante a festa, que ocorreu na casa dele, mas alegou ter sido consensual. “Creio que ela mentiu com ciúme porque ela já tinha conversado comigo para assumir o relacionamento e eu nunca tive interesse e creio que ela não sabia a proporção que isso ia causar", diz Leandro.
saiba mais
Mensagens
Os suspeitos apresentaram como supostas provas que pretendem entregar à polícia imagens de uma conversa entre um deles e a garota pelo aplicativo Whastapp. No diálogo, Leandro de Castro pergunta, por meio do aplicativo, se ela o denunciou por estupro e a garota responde “É mentira".
Em seguida, Leandro acrescenta: "Saiu uma conversa que eu te estuprei". A menina fala: "Poize (sic). Todo mundo tá falando". Além disso, outras imagens de conversas no aplicativo mostram que a garota se manifestou em grupos no aplicativo relatando o suposto estupro a outras pessoas. Em duas conversas, a garota cita nominalmente os acusados, entretanto, em um dos registros ela alega que foi agredida por seis homens, e em outro aumenta o número para sete.
Denúncia
A adolescente afirma que, enquanto mantinha relação sexual com um dos suspeitos em um dos quartos da residência onde ocorria a festa, os outros quatro homens entraram e a abusaram sexualmente. "Primeiro, foi o Eder. Ele me forçou a manter relação com ele e o Leandro consentiu. Depois, entrou o Guilherme, o Luciano e, por último, o Jean. Ficamos lá por cerca de uma hora, eu querendo sair e eles não deixavam", lembra.
Adolescente trocou mensagens com suspeito
Segundo a adolescente, eles ficaram no local por cerca de uma hora. “Eles me morderam, me bateu de chinelo, me deu tapa (sic)”, conta a jovem. Durante esse período, ela afirma que ouviu os suspeitos conversando sobre "seguir o esquema", o que a faz pensar que o crime foi planejado com antecedência.
Na entrevista, Leandro confirmou que teve uma relação sexual com a jovem durante a festa, mas de forma consensual. Além disso, ele diz que no caminho até a festa a garota trocou beijos com um dos suspeitos, mas a relação não passou disso. Os suspeitos negam que tenham ido até o quarto e estuprado a garota.
Assim que foi levada embora do local por um colega de Leandro, a adolescente foi até a delegacia para registrar uma ocorrência. Em seguida, ela foi encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia, onde passou por exame de corpo de delito. De acordo com a polícia, um laudo comprovou o abuso.
A jovem, que tem uma filha de 1 ano, revela que está tomando medicamentos para evitar doenças sexualmente transmissíveis e terá ainda que fazer um tratamento por mais três meses. "Por causa disso, fui obrigada a desmamar minha filha antes do tempo. Eu não estou nem saindo de casa por causa disso, nem de dia eu estou saindo. Saio daqui só acompanhada com o Conselho [Tutelar]. Eu não estou fazendo mais nada do que costumava fazer!

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